Como conseguir dados e informações biográficas confiáveis dos cangaceiros que atuaram diretamente com Lampião, inicialmente, como companheiro de grupos e depois de 1922 e até 1938 sobre suas ordens?
O autor usou como fontes, centenas de livros, revistas, jornais, processos criminais, entrevista com ex- cangaceiros , ex-volantes e seus familiares, coiteiros e roceiros, documentários, entre outros. Foram , aproximadamente, trinta anos de dedicação, trabalho, pesquisa , paciência e sabedoria na montagem de cada peça desse quebra-cabeça com grau de dificuldade máxima.
Haja vista que, principalmente, os jornais, na sua grande maioria, eram ligados aos governantes e estes veículos de informações, recebiam informações desencontradas e incompletas do distante e remoto interior. Para completar o grau de dificuldade, podemos constatar a existência de vários cangaceiros chamados Jararaca, Balão, Gavião, Moreno e tantos outros. Esta estratégia era uma prática de Lampião para despistar as baixas dos grupos cangaceiros. A existência dos homônimos, sempre foi um grande obstáculo àqueles que se dedicam ao estudo da biografia dos “bandoleiros das caatingas”, pois somente resta, como norte, ao pesquisador, a cronologia e a geografia . Mas as dificuldades não abalaram a vontade e a determinação de Bismarck Martins, que conseguiu reunir um extraordinário conteúdo biográfico dos “Cabras de Lampião”.
Um trabalho sério, audacioso, que o autor dedica aos estudiosos, pesquisadores e a memória histórica destes personagens, que agiram no palco das caatingas e carrascais do cangaço lampiônico. O autor tem a consciência que essa obra será eternamente inconclusa, pois sempre haverá o que corrigir, alterar e acrescentar, pois as informações sobre os cangaceiros são infinitas.
O autor inicia sua obra dissertando sobre Lampião, sua infância e adolescência; os primeiros atritos com José Saturnino; a mudança da família Ferreira para o poço do Negro, próximo à vila de Nazaré, atual Carqueja; as divergência com os Nazarenos e a entrada definitiva dos irmãos, Virgolino, Antônio e Levino, na vida bandoleira; as primeiras lutas com a polícia, em Nazaré e a mudança para Água Branca, em Alagoas.
Em seguida, os irmãos Ferreira integram-se no bando dos Porcinos e a morte dos pais. A entrada de Lampião e seus irmãos no grupo de Sinhô Pereira. Continua a partir de 1922, quando Lampião passou a chefiar o grupo e iniciar uma nova fase do Cangaço Nordestino, o período do terror, com mortes, vingança e crueldade, tanto da parte dos cangaceiros como das volantes.
Na sequência, vem a longa relação de Cangaceiros de Lampião, com os respectivos dados biográficos, notas e informações, que foram possíveis reunir. À primeira vista, parece monótona a leitura, mas se faz necessário repetir as informações sobre cada cangaceiro, pois não é um livro de leitura, e sim um livro de consulta.
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11 comentários:
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Att Kiko Monteiro
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Estou com muita vontade de comprar este livro.A 84 anos praticamente da morte de lampião.Inclivel
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