Coordenação de Dr. Epitácio Andrade e o Dramaturgo Ricardo Veriano
29 de abril (sexta-feira), estaremos reunidos na Pousada Morada Nova, localizada na zona rural de Currais Novos,RN, a partir das 14 horas, para apresentarmos à imprensa e interessados por cangaço, uma relíquia que pode ter pertencido ao Cangaceiro Jesuíno Brilhante: o seu punhal.
Durante as pesquisas que fundamentaram a elaboração do Auto de Jesuíno, apresentado em 8 edições no período de 2001 a 2008, em Patu/RN, terra natal do cangaceiro, o dramaturgo Ricardo Veriano foi presenteado com a relíquia, passando a utilizá-la como elemento cênico do Auto e a deixou sobre a guarda de um amigo. Posteriormente, folheando o Guia 4 Rodas, este pesquisador do cangaço localizou o objeto, já como constituinte do acervo museológico do antiquário Bina Toscano de Currais Novos, no Seridó Oriental.
Essa possível descoberta histórica se reveste de importância sócio-cultural, por completar o acervo de armas e objetos que pertenceram a Jesuíno Brilhante: a garrucha e a moringa estão na Casa de Cultura de Campo Grande/RN; o bacamarte Bargado está no Museu Lauro da Escóssia, em Mossoró/RN; o bacamarte de cano longo, pertence ao acervo do autodidata Júnior Marcelino, em Martins/RN; e finalmente, o punhal ora localizado.
Ainda sobre a relevância histórico-social da possível descoberta, abrem-se perspectivas para, aprofundando-se as discussões teórico-práticas sobre o cangaço de Jesuíno Brilhante, colocar os seus principais algozes, "Os Limões", como protagonistas desta fantástica epopeia, visto que a relíquia pode ter pertencido a um membro deste clã.
O evento começará com a apresentação do punhal feita pelo antiquário Bina Toscano, seguida da exposição sobre o referencial bibliográfico e cordelístico feita por Epitácio Andrade acerca das passagens históricas das ações cangaceiras de Jesuino utilizando o punhal, para logo em seguida, Ricardo Veriano apresentar as características e a origem do objeto.
Seguindo-se com a estimulação de um debate com operadores de cultura, interessados em cangaço, para testar a autenticidade da descoberta.
O evento vai ser sequenciado com a apresentação da dissertação de mestrado: “Lugares de Memória – Jesuíno Brilhante e os Testemunhos do Cangaço no Oeste do Rio Grande do Norte e Fronteira Paraibana”, da Professora Lúcia Souza, defendida e aprovada, no final do ano passado, na pós-graduação de Geografia da Universidade Federal da Paraíba. Após a apresentação, os estudiosos do cangaço Gil Hollanda, Honório Medeiros e Emanoel Cândido do Amaral, dentre outros, farão questionamentos à Professora acerca da aplicabilidade de sua formulação científica.
Pesquisador Emanoel Cândido do Amaral (Foto: DHNET)
A confirmação da participação de integrantes da Família Limão, que ficou notabilizada na literatura do cangaço como os principais algozes do cangaceiro Jesuíno Brilhante, dará um caráter histórico ao evento. O Radialista Stannyslaw Izídio de Lima apresentará dados sobre Preto Limão, que comandou a emboscada fatal que vitimou o cangaceiro no município de São José de Brejo do Cruz/PB, em dezembro de 1879.
Luiz Soares de Lima, secretário de educação e cultura de Santana do Matos/RN, e Chico Limão apresentarão informações sobre a comunidade negra da Pimenteira (o território atual dos Limões) e sobre o Poeta Zé Limão.
Para concluir esse bloco de discussões, a historiadora Maria do Socorro Fernandes da Cruz anunciará a retomada do projeto de dissertação de mestrado sobre a participação do grupo étnico representado pela família Limão, na resistência ao recrutamento forçado para a Guerra do Paraguai e na Revolta dos Quebra-quilos, sob a orientação do Antropólogo Geraldo Barbosa Júnior, especializado em cultura afro-brasileira e indígena.
Epitácio Andrade mostra Limões de Patu aos Limões da Pimenteira
Foto: Josivaldo Araújo
Seqüenciando as discussões o Psiquiatra Epitácio Andrade começará as atividades culturais apresentando um achado do pesquisador Emanoel Amaral, durante as pesquisas para a elaboração final da cartilha “Jesuíno Brilhante em História de Quadrinhos”, cuja autoria é dividida com Aucides Sales, consistindo em peças museológicas coletadas no Sítio Patu-de-fora, nas ruínas da casa do Coronel João Dantas de Oliveira, principal articulador da emboscada que ceifou a vida de Jesuíno Brilhante. Peças Museológicas da casa do Coronel João Dantas – Sítio Patu de Fora
(Foto: Tiara Andrade)
A programação do evento ainda envolve a apresentação do Filme “Jesuíno, o cangaceiro”, de William Cobbett; Mostra do Espetáculo Teatral “O Auto de Jesuíno”, de Ricardo Veriano em DVD; Recital com cordelistas; apresentação do Documentário “O Lugar da Morte de Jesuíno Brilhante”, de Epitácio Filho; e a retirada de encaminhamentos para a realização do Fórum Potiguar e Paraibano do Cangaço, que deverá ocorrer na Região Seridó, ainda este ano.Procurando respaldar o encontro do ponto de vista da política cultural, solicito a Vossas Senhorias o apoio presencial e de outras formas que melhor lhe convier para a viabilização do intento.
Saudações Cangaceiras,
Epitácio de Andrade Filho
Médico Psiquiatra Sanitarista
Pesquisador do Cangaço e sócio da SBEC.
Maiores informações:
epitacioaf@hotmail.com
(84) 9641-1044
6 comentários:
Ao que me parece, trata-se de uma faca indiana com bainha de madeira e um sistema de trava com "clic", e não um punhal. Isso é ralativamente fácil de se encontar em feiras de antiguidades em SP por menos de R$ 100. Faço apenas a observação porque nada disso impede que tenha pertencido a Jesuino, mas não é um punhal e nem é nordestino, como era a norma na época.
Parabéns amigo Gilberto pela matéria e obrigado Bina Toscano pela nossa estadia na sua pousada maravilhosa...abrço a todos..Do cangaçeirólogo Josivaldo.
Amigo Epitácio
Parabéns pelo belo trabalho.
Nesse encontro eu não pude comparecer, mas quero participar do próximo e,antes ou depois, conhecer a famosa Casa de Pedra.
Foi um grande prazer reencotrar voce depois de tantos anos e, somando aos nossos interesses comuns nesse história do cangaço de Jesuino.
Abraços meu amigo
Kiko.
O punhal, digo a faca, é teatro, um exercício multicultural. O cadeado e a chave da casa do feiticeiro de PATU é autenticidade histórica. Epitácio.
quero desde-ja agradecer a epitacio pela grande palestra na fazenda de bina e que o punhal e realmente uma reliquia.
ASSINA jose vanderli
Dr Epitácio o comentário não foi nosso. Apesar de preferir o anonimato o participante refere-se com certa propriedade em cutelaria à aludida peça.
Abraçando!
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