segunda-feira, 25 de abril de 2011

Prazer em conhecer:

Lampião Aceso entrevistou o pesquisador e escritor Sabino Bassetti 

Ele tem nome de um dos mais famosos cabras de Virgulino, O Pesquisador e escritor José Sabino Bassetti, 69 anos, é paulista de Piracicaba, representante comercial aposentado na ativa.

Sua entrada no cangaço se deu em 1951. Mergulhou na história através de um empregado do seu pai que havia sido "cangaceiro de Lampião". Um dos vários que migraram para o Sul. Este cabra não esteve em Angico, dizia ter entrado para o bando em 1936 e desertou no ano seguinte. Apesar da intimidade ele não deu maiores detalhes. Nem Sabino nem o pai conseguiram identificá-lo, sabíamos apenas o seu "nome de Batismo" Joaquim dos Santos. Levou o vulgo para o túmulo.


Depois de um tempo mudou -se para a cidade, começou a frequentar as bibliotecas e é quando encontra o Lampião de Ranulfo Prata iniciando um ciclo de leituras que dura até os dias de hoje.

Conheci Sabino no último Seminário em Paulo Afonso onde ele esteve lançando oficialmente seu primeiro livro e o intimei para esta cruzada de peixeira.

Então apresente suas crias!
- Uma apenas. Lampião - Sua morte passada a limpo. Em parceria com  o amigo Carlos César Megale lançado em Janeiro deste ano.



Livro Preferido de outro autor?
- Guerreiros do Sol, de Frederico Pernambucano de Mello. Trata-se do livro mais abrangente sobre o tema.



Com João de Sousa Lima na Casa de D. Generosa

Qual é o primeiro título recomendado para um calouro?
- Lampião - O rei dos cangaceiros - Do norte americano Billy Jaynes Chandler.


Local onde Corisco sacrificou parte da família Ventura.

Com quantos personagens desta história você teve contato?
- Poucos. Sila, Criança, Candeeiro, Joaquim Santos, Antonio Jacó, sargento Elias Marques, Antonio Vieira, Maria Ferreira. E destaco uma testemunha pouco explorada como é o caso do Vicente Nascimento.


Pausa para um café: Sabino, Candeeiro e Elisa.

Qual destes contatos foi, ou foram, os mais difíceis?
- Nenhum. Ou poderia citar o "Criança", ele não respondia a nada do que questionávamos era de um silencio ensurdecedor.

Qual o contato que não foi possível e lhe deixou de certo modo frustrado?
- Até hoje não consegui conversar com o ex cangaceiro "25" que está vivo residindo em Maceió.


Local da morte de Pedro de Cândido

Com quem gostaria de ter conversado?
- Com o Chico Ferreira.


Ferreira de Melo

Qual é o seu capitulo?
- Angico. Por toda essa polêmica em torno dos fatos. E na possibilidade de uma segunda edição do nosso trabalho prometemos inserir outras fotos e conteúdos de documentos pessoais de alguns dos envolvidos na Volante.


Com Jairo Luiz em Angico.

Um cangaceiro (a)?
- Luiz Pedro.


O fiel Luiz, é quase unanimidade entre os pesquisadores.

Um volante?
- Chico Ferreira.

Um coadjuvante?
- Zé Lucena.


José Lucena de Albuquerque Maranhão

Uma personagem secundária? Parecia ter bom papel, mas não passou de figurante.
- Durval Rosa.


Com seu João na Lagoa do mel. Morte de Ezequiel

Geralmente todo pesquisador é colecionador qual é o foco de sua coleção?
- Não. Nada de importante. Ganhei um punhal de 75 cm. que segundo o doador ele tenha pertencido ao Jacaré  um dos acusados como assassino do Industrial Delmiro Gouveia, e irmão do cangaceiro Moreno.
 


 Antiga sede da fazenda Patos


Entre as peças tem alguma relíquia?
- As primeiras edições de algumas importantes obras (talvez sejam relíquias)


Casa onde morou Pedro de Cândido.

Nós que gostaríamos de ver um filme que retratasse um cangaço autêntico, fiel aos fatos, sem licença poética, erro primário enfim sem exagero da ficção lamentamos a eterna necessidade de se ter finalmente uma produção digna da saga, de preferência um épico ou uma trilogia, enquanto isto não foi possível qual a película mais lhe agradou?
- Corisco e Dadá. (mas entenda, apenas como comédia, pois, o filme é ruim demais)

Eleja a pérola mais absurda que já leu sobre Lampião?
- Não gostaria de citar para não ofender o autor, mas, existem várias idiotices escritas.


 
Fazenda Arrasta pé. Berço da cangaceira Durvinha

Diante de tantas polêmicas surgidas posteriormente a tragédia em Angico alguma chegou a fazer sentido, levando-o a dar atenção especial ex.: “Ezequiel não morreu e reaparece anos mais tarde”, “João Peitudo, filho de Lampião”, “O Lampião de Buritis” e “a paternidade de Ananias”?
- De fato, a paternidade de Ananias me chamou a atenção devido a seriedade de quem levantou a lebre.


Com Antonio Rodrigues, 
atual proprietário da fazenda Patos.

E Lampião: morreu baleado ou envenenado?
- Lampião morreu do jeito que se conta... baleado, mas será que ainda alguém duvida disso? Esse Lampião de Buritis? Foi o maior absurdo que eu já ouvi nos últimos tempos.
  
Não precisa detalhar, mas em que assunto ou personagem está trabalhando ou qual gostaria de estudar para a publicação desta pesquisa. Enfim qual a próxima novidade que teremos em nossas estantes?
- Francamente, gostaria de escrever sobre Sinhô Pereira, pois, pouco se escreveu sobre ele. Mas apenas gostaria.


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Contato com o autor (11) 4029 4209
sabinobassetti@hotmail.com

Um comentário:

José Mendes Pereira disse...

Amigo Kiko Monteiro:

Esta entrevista foi muito bem feita, tendo uma semelhança com a que você fez com o escritor João de Sousa Lima. Se você conseguir fazer entrevistas com os demais: Alcindo Alves, Rostand Medeiros, Ivanildo Silveira, Bonessi, Ângelo Osmiro, Antonio Amauri, Aderbal, Juliana, José Cícero, Honório Medeiros, Paulo Gastão,Frederico Pernambucano, (desculpem-me a omissão, são tantos),... será um trabalho que ficará eterno para os que hão de vir.

Parabém ao escritor Sabino Bassetti por ter respondido as perguntas feitas por Kiko Monteiro.

José Mendes Pereira - Mossoró-RN.