Comprando e vendendo couro de bode, ele enriqueceu. Criou a maior fábrica de linhas do Nordeste e fez inimigos até na Inglaterra. Introduziu a luz elétrica na região e morreu sozinho, baleado na varanda de sua casapor Xico Sá
Lampião nasceu para o cangaço, padre Cícero para ser “santo” e Delmiro Gouveia para o trabalho. Embora menos popular, o último personagem dessa trindade consagrada pelos nordestinos era tão poderoso que fez do próprio padim Ciço garoto-propaganda de seus produtos e teve o famoso cangaceiro no seu quadro de empregados. Quer mais?
Ele saiu da miséria absoluta para disputar com os ingleses o domínio do mercado de linhas de costura e fios de malha na América Latina, fez do couro de bode o que havia de mais chique na moda de Nova York um século antes de os brasileiros pronunciarem a palavra “fashion” e fundou o mercado que é reconhecido como o primeiro shopping center do Brasil. Seu nome era trabalho, ele fez a transição do coronelismo rural para a burguesia industrializada no Nordeste, mas ainda escandalizou a sociedade do início do século passado ao raptar e casar com uma lolita de 16 aninhos, filha de uma grande autoridade da República.
Diferentemente de Cícero e Lampião, sua morte é um mistério até hoje. Quem matou Delmiro? Os concorrentes, os coronéis da oligarquia, algum pai insatisfeito com sua fama de conquistador de ninfetas? Ninguém sabe.
Como em Macondo, a cidade fantástica de Cem Anos de Solidão, do colombiano Gabriel García Márquez, Delmiro assustou os matutos sertanejos com as primeiras pedras de gelo de que se tem notícia na região, depois de ligar o Nordeste na tomada ao inaugurar a primeira hidrelétrica no rio São Francisco, em 1913. O primeiro automóvel que andou por ali metendo medo em todo mundo também era seu. Inspirado em suas viagens aos Estados Unidos e à Europa, onde ia vender couro, foi um pioneiro de deixar qualquer self-made man sem fôlego: levou a jornada de oito horas para o Nordeste feudal, a primeira creche, um código de higiene, lições de ecologia, a proibição do uso de armas, as primeiras noções de irrigação... Tudo isso no meio da caatinga e do atraso do mundo que o cercava.
Delmiro Augusto da Cruz Gouveia nasceu no município de Ipu, no interior do Ceará, em 5 de junho de 1863, em um Brasil que somente 25 anos depois decretaria a libertação dos escravos. Com apenas 5 anos, ficou órfão de pai, um cearense chamado Delmiro Farias, que viajava o país negociando cavalos. Delmiro pai morreu alvejado durante a Guerra do Paraguai, depois de se alistar no Exército brasileiro. Com a notícia, a mãe, uma pernambucana de batismo Leonila Flora da Cruz, o levou para o Recife, onde ela sobreviveu como empregada doméstica e da venda de bolos e doces. Dez anos depois, o menino viveu seu pior momento, tornando-se também órfão pelo lado materno.
Sem pai, sem mãe – era filho de Leonila, resultado de um caso extraconjugal de Farias, mas tinha uma irmã, Maria Augusta
– , Delmiro viu-se perdido nos arredores da capital pernambucana, uma das principais metrópoles do país. Encontrava-se no mato sem cachorro, como no dizer popular. “Desconhecido dos seus parentes paternos, lá do sertão do Ceará, e sem vínculos com os primos maternos, moradores do interior de Pernambuco e Paraíba, viu-se pobre e só em meio à multidão de uma grande cidade como Recife. Sentia-se um órfão na Babilônia”, escreveu o historiador José Airton de Farias, autor de Delmiro Gouveia, uma biografia lançada em 2001.
Vanguardismo é destino. O primeiro emprego do garoto desamparado foi justamente no que havia de mais moderno no Brasil da época, a machine pump (que os pernambucanos pronunciavam machambomba e assim ficou), o trem administrado pelos ingleses da Brazilian Street Railway Company, o primeiro serviço do gênero na América Latina. Delmiro, semi-analfabeto, vendia bilhetes naquele veículo da modernidade. Três anos depois, virou burocrata da alfândega do porto do Recife, um dos mais movimentados do mundo no final do século 19.
Ao testemunhar o vaivém das riquezas das exportações e importações daqueles armazéns de um Pernambuco ainda próspero, o menino resolveu arriscar-se em novos negócios. “Recusava-se a ser um animal de cargas, enquanto a riqueza ia para o patrão pomposo”, afirma José Airton.
Assim, entrou para o ramo que lhe daria fortuna e fama como o “rei dos sertões”: o negócio de compra e venda de peles, couros de bode, cabra, carneiro, produtos em alta nos Estados Unidos e Europa. Sabe aqueles courinhos usados como tapete no Brasil? Estava aí o segredo de Delmiro. O algodão in natura completava seu portfólio de exportações. Ele saía sertões afora para comprar os produtos que eram revendidos fora do Brasil por gringos estabelecidos no Recife.
Aos 25 anos de idade, Delmiro, já bem situado no ramo, deu o salto que mudaria sua vida. Trabalhava para a firma americana Keen & Co., que mantinha filial em Pernambuco, mas não ia lá muito bem das finanças. O cearense investiu o que tinha e o que não tinha e comprou uma passagem de navio para os Estados Unidos, chegando até a Filadélfia, sede da empresa que negociava com couro e algodão, entre outros produtos brasileiros. Uma vez na América, convenceu os proprietários, com um inglês rudimentar assimilado dos estrangeiros do porto, de uma coisa: ele, Delmiro, seria o homem certo para conduzir os negócios do grupo no Nordeste.
Voltou de lá com o crachá de diretor da Keen & Co., nomeado chefe dos negócios em Pernambuco – para o espanto dos gringos que comandavam a companhia. Um cenário econômico favorável aos exportadores no começo dos anos 90 do século 19, resultado da política adotada com a proclamação da República, fez do menino pobre do sertão um rico exportador de peles no Recife. Era um dândi que se exibia sempre nos melhores e mais bem cortados ternos brancos da época pelas ruas da capital pernambucana. Muitas das peças do seu guarda-roupa exibiam a rubrica de renomados alfaiates de Paris.
Pouco mais de dois anos no comando da firma americana e o empreendedor nordestino já era dono do seu próprio negócio: a casa Levy & Delmiro, em sociedade com o judeu inglês Clement Levy. Três anos mais adiante e era proprietário da Delmiro & Cia., consagrado como “o rei das peles”. Arrebanhou na praça os melhores funcionários do seu ramo e dominou o mercado com traqüilidade, passando para trás a legião estrangeira estabelecida no Recife. A roda da fortuna do cearense, hoje visto por historiadores como um dos grandes símbolos na defesa do nacionalismo, tinha por trás uma potência empresarial de Nova York, o curtume J.H. Rossbach & Brothers, que lastreava de dinheiro os sonhos do empreendedor.
O casarão onde morava Delmiro no bairro de Apipucos passou a ser o salão das grandes festas da sociedade de Pernambuco. Chamava atenção o carinho que tinha em público com a mulher Anunciada, com quem se casara em 1883, aos 20 anos. Isso não o impedia, no entanto, de ser um boêmio e ilustre freqüentador dos melhores bordéis da cidade. O capricho nas vestes e a sintonia com os costumes europeus – viajava sempre aos Estados Unidos e à Europa – fez com que ditasse moda no Nordeste. Ficaram famosos, como lembra José Airton na sua biografia, os “colarinhos Delmiro Gouveia”, mais altos do que os usados comumente à época, muito engomados e brancos. “O indiscreto charme da burguesia”, comenta o autor do livro.
Sertanejo de espírito cosmopolita, o empresário trouxe da Exposição Universal de Chicago, realizada em 1899, o projeto de construção de um mercado onde se pudesse encontrar todo tipo de mercadoria e que funcionasse até tarde da noite, pelo menos até as 22h, o que era impensável no Brasil da época. Naquele mesmo ano abriu as portas do Mercado do Derby, um conjunto de 264 lojinhas, que pode ser considerado o primeiro shopping center do Brasil. Uma festa no Recife, o estabelecimento atraía gente de todos os lugares do Nordeste para visitá-lo.
Os preços bem abaixo do comércio tradicional chegaram a irritar os concorrentes de Delmiro, que, àquela altura, também despertava ódio nas elites pernambucanas, que não admitiam sua ascensão tão rápida e seu poderio. Além de forte no comércio, o empresário havia fincado um pé também na indústria açucareira, feudo da “casa-grande”, dos aristocratas. Era muito para um “emergente” em cujas veias não corria o sangue da burguesia do estado.
Em 1900, na madrugada do dia 2 de janeiro, sofreu a primeira grande reação. O seu “shopping” foi incendiado por tropas enviadas pelo oligarca Francisco de Assis Rosa e Silva, que administrou Pernambuco de 1896 a 1911 e que, durante o governo Campos Sales (1898-1902), acumulou também o cargo de vice-presidente do Brasil.
Os desentendimentos entre o empresário e o político se arrastavam havia pelo menos um ano. Seis meses antes do incêndio no mercado, Delmiro pôs Rosa e Silva para correr debaixo de bengaladas no centro do Rio de Janeiro, depois de suspeitar que o vice encomendara sua morte a um renomado pistoleiro de Pernambuco.
Mercado do Derby criação de Delmiro Gouveia, funcionou onde hoje fica o quartel-general da Polícia Militar. Foi inaugurado em 1898. Era uma espécie de precursor dos atuais shoppings.
O incêndio, as dívidas com os investimentos – tanto no shopping quanto em uma usina de açúcar – e a recessão econômica imposta pela gestão Campos Sales praticamente puseram abaixo o império do self-made man do sertão. Para completar, o infortúnio no amor. Boêmio e colecionador de amantes – a lenda recifense reza que ele chegou a uma dezena fixa ao mesmo tempo –, destruiu o casamento com Anunciada nesse mesmo momento em que experimentava a decadência do patrimônio. Para completar a desgraça, Rosa e Silva ainda mandou prendê-lo, acusado de tocar fogo no próprio mercado.
Solto dias depois, graças a um habeas-corpus, refugiou-se na Europa, flanando por Itália e França, como para esquecer a maldição que tomara conta da sua vida. No retorno ao Recife, no ano seguinte, o choque da realidade. Foi decretada sua falência e um dos ex-sócios tentou matá-lo, num atentado a bala do qual escapou ileso.
Falido e desmoralizado, embrenhou-se no sertão de Alagoas, como numa volta simbólica ao útero da caatinga onde havia nascido. Aí começa tudo outra vez. Com a ajuda de oligarcas alagoanos e uma nova “mãozinha” da firma americana Rosbach & Brothers, recomeça no mesmo ramo: a compra de couro de bode para exportação. Na fazenda Pedra, no então município de Água Branca, a 300 quilômetros de Maceió, abriu um armazém. O lugar era um fim de mundo: cinco casinhas e nada mais.
Predestinado a fazer fortuna, Delmiro via no lugar o ponto mais estratégico, no meio do sertão, próximo aos estados da Bahia e Pernambuco, para refazer a vida. Não deu outra. Nos primeiros dois anos já mostrava sinais de riqueza outra vez. Mas, antes mesmo de respirar economicamente, cometeu outra grande aventura: mandou raptar, no Recife, a lolita Carmélia Eulina, 17 anos incompletos, filha de um de seus inimigos da elite pernambucana, com quem havia tido “namorico” havia dois anos. Com ela teve os seus três filhos, Noêmia, Noé e Maria.
Usina Agiquinho (Hoje).
Com as exportações de couro prosperando cada vez mais, em 1910, Delmiro, que já tinha levado para o sertão todas as novidades, como o gelo e o automóvel, pensa grande: quer instalar a primeira hidrelétrica ali perto de Pedra, nas cachoeiras do rio São Francisco. Três anos depois, inaugura Angiquinhos, a usina que passa a gerar energia elétrica para a região, com maquinário inglês e técnicos americanos.
Em 1914, inaugurou a primeira fábrica de linhas de costura e fios para malharia da América Latina. Em pleno sertão, a empresa chegou a empregar 1 700 pessoas, sendo 700 mulheres, o que era um avanço nos costumes da época – reaberta em 1992, a firma possui apenas 600 postos de trabalho. Lá, Delmiro montou uma das primeiras creches para funcionários de que se tem notícia no Brasil, além do regime de trabalho de oito horas.
Frontispício da Companhia Agro Fabril Mercantil, produtora da linha Estrela, na Pedra, Alagoas. Foto Osael, Recife
Em pouco tempo, a marca Estrela dos produtos de Delmiro dominava o mercado latino-americano, ajudada pela Primeira Guerra Mundial, que impedia o deslocamento de produtos europeus para a região. O avanço da fábrica de Alagoas irritava os ingleses da companhia Machine Cottons, que tentaram comprar a empresa a todo custo, sem sucesso, enquanto o empreendedor era vivo. O embate comercial era duríssimo. Os estrangeiros não admitiam a perda de espaço, o que fez do cearense um símbolo do nacionalismo brasileiro.
Mas o homem que levou a revolução industrial para o sertão estava com os dias contados. Às 21h do dia 10 de outubro de 1917, lia as notícias da guerra nos jornais, sob a lâmpada elétrica do alpendre da sua casa, quando foi alvejado por três tiros de rifle de pistoleiros. Não se sabe ao certo até hoje quem encomendou o crime. Os oligarcas incomodados com o poderio de Delmiro? Os concorrentes comerciais? “E o que se vê, em 1917, naquele tenebroso 10 de outubro, é nada menos que a morte do futuro pelas piores energias do passado”, diz o historiador Frederico Pernambucano de Mello, do Recife, um dos grandes estudiosos do assunto no país.
Monumento erguido no local de sua morte
A ironia é que graças à luz elétrica, plantada ali por Delmiro, foi possível a emboscada noturna, o que não ocorria até então. O “rei dos sertões” morreu iluminado pela sua própria “invenção”.
Primeiro emprego
Delmiro deu serviço até ao jovem Lampião
Antes de entrar para o cangaço, Virgulino Ferreira da Silva (1897-1938), o Lampião, ganhava a vida trabalhando para Delmiro Gouveia. Sujeito pacato, incapaz de matar uma mosca, o jovem Virgulino, entre os 17 e os 19 anos, prestava serviços como almocreve, profissional que transportava em lombo de burro mercadorias pela caatinga afora. Conduzia grandes cargas de couro de bode da Bahia e Pernambuco para a fazenda Pedra, hoje município de Delmiro Gouveia, a 300 quilômetros de Maceió. Era um serviço duro, herdado de tradição familiar, que rendia por mês pouco dinheiro, algo em torno de dois salários mínimos de hoje, e um estrago na saúde. Mas a experiência como desbravador das veredas e quebradas do interior do Nordeste seria bastante útil tempos depois, já nos anos 20 do século passado. Virgulino deixou a fama de bom menino para virar cangaceiro, ramo de vida no qual fez fortuna, como comprova o historiador Frederico Pernambucano de Mello, autor de Guerreiros do Sol, o principal livro sobre o cangaço no Brasil
Morto por pistoleiros em uma emboscada, no ano de 1917, Delmiro não viu seu ex-empregado construir fama e tornar-se um mito no sertão, o que seguramente condenaria. Na vila de Pedra, sob o seu comando, era proibido o uso de armas de fogo, mesmo que “inocentes” espingardas de chumbo para a caça de aves, ainda hoje muito comuns no sertão.
Vidas paralelas
"Rei dos sertões"repete vida e obra do barão de Mauá
A biografia de Delmiro Gouveia é quase uma reprise, em versão nordestina, da trajetória de outro grande empreendedor brasileiro, o barão e visconde de Mauá, como passou à história o gaúcho Irineu Evangelista de Souza (1813-1889), empresário, banqueiro e político. Pioneiros e nacionalistas, os dois são considerados fundadores e símbolos do capitalismon o Brasil. De origem humilde, ambos tiveram que começara trabalhar muito cedo.
Aos 11, seis anos depois de ficar órfão, o jovem Irineu já estava atrás do balcão de uma loja de tecidos no Rio de Janeiro, para onde se mudara vindo de Jaguarão (RS). Também órfão, o cearense Delmiro pegou no batente aos 15, bilheteiro de trem em Olinda, em Pernambuco. Ao final da vida, os dois enfrentam a mesma peleja: uma disputa acirrada e nada cordial com grandes empresas estrangeiras.
Desbravador, como Delmiro, o gaúcho foi à Inglaterra aos 23 anos e voltou de lá com uma idéia fixa pendurada no trapézio do seu cérebro, como um obstinado Brás Cubas de Machado de Assis, seu contemporâneo: fundar a indústria naval do Brasil.
Em 1846, a obra estava de pé, com estaleiros em Niterói, no Rio.
O vanguardismo do barão foi adiante. Tem sua marca a primeira estrada pavimentada do país, que ligava Petrópolis (RJ) a Juiz de Fora (MG), as primeiras ferrovias, o serviço de iluminação pública do Rio de Janeiro e o telégrafo, entre outras tantas inovações.
O barão de Mauá e o “rei dos sertões” tiveram enfrentamentos políticos parecidos, sempre no combate às chamadas “forças do atraso”, que tentavam a todo custo impedir a chegada da industrialização ao país. O gaúcho sofreu com a antipatia e as críticas do próprio imperador dom Pedro II e Delmiro foi vítima da perseguição da oligarquia agrária pernambucana.
Até incêndios criminosos marcaram a vida de ambos. Mauá perdeu um estaleiro da sua indústria naval destruído em um atentado por encomenda de seus concorrentes. Delmiro viu o seu Mercado do Derby, no Recife, considerado o primeiro shopping center do Brasil, ser incendiado a mando de seus inimigos políticos.
Saiba maisLivros
Delmiro Gouveia, José Airton de Farias, Edições Demócrito Rocha, 2001 - Na linha “primeiros passos”, ideal para iniciação aos assuntos ligados à vida e obra do empreendedor nordestino
Delmiro Gouveia: Pioneiro e Nacionalista, F. Magalhães Martins, Civilização Brasileira, 1979 - Fundamental para a compreensão mais aprofundada da trajetória do cearense
Filme
Coronel Delmiro Gouveia, direção de Geraldo Sarno, 1977 - Mostra as dificuldades políticas e empresariais enfrentadas pelo self-made man nas primeiras tentativas de industrializar o Nordeste do Brasil. Rubem de Falco faz o papel de Delmiro. O filme, que pode ser encontrado nas locadoras, tem distribuição da Globo Vídeo
Açude: Revista aventuras na História
Imagens iseridas por nós para ilustrar o artigo. Colhidas em:
Fundação Joaquim Nabuco
Leituras da História
Palavra Rocha
Um comentário:
ADOREI, SÓ SABIA QUE DELMIRO TINHA FEITO A UZINA DE PALO AFONÇO, AGORA FIQUEI SABENDO DE TUDO QUE ELE FEZ.
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