quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Entrevista com Frederico Pernambucano de Mello

Cangaço e o “Brasil profundo”
Por Marcel Bezerra 
marcel@editoraassare.com.br

Cangaço Sem lei nem rei, “Guerreiros do Sol” mais universais e irredentos do que nunca. 

Um desdobramento da reação nativa de corrente minoritária ao longo de cinco séculos. Um resultado da luta renitente contra os valores do colonizador, sua ideologia mercantilista e a escravidão da “raça castanha”.
Nessa entrevista, é assim que o fenômeno do cangaço começa a ser descrito e analisado, num resgate da profunda e brilhante leitura lançada em 1985 pelo historiador Frederico Pernambucano de Mello. Sucesso de edição esgotada há anos e raridade de alto preço nos sebos, a obra foi relançada em 2004. Aqui, o autor, entre outras abordagens, fundamenta como o cangaço, “no mais fundo da carne, foi uma tradição brasileira de resistência popular armada, contínua e metarracial”

NVU - Há similaridades do cangaço com outros fenômenos em outras partes do mundo, especialmente nos moldes da amplitude alcançada pela figura de Lampião?
FPM – Em essência, o fenômeno do cangaço é universal, correspondendo àquele período cinzento da transição privado-público na história dos países, de modo particular nos países de colonização tardia, nos quais se mostrou mais renitente. Mas, houve em todos os continentes, no instante em que o braço da administração da justiça criminal pública, começando timidamente a chamar a si os conflitos sociais, vai lançando na marginalidade as práticas e os agentes da violência privada, no afã de monopolizar a coerção. Saindo do abstrato, diríamos estar tratando, com referência ao Nordeste do Brasil, daquele momento dramático em que a figura histórica do valentão, instância privada de resolução de conflitos na ausência da justiça estatal, vai cedendo passo lentamente ao capitão-mor e ao juiz de paz, depois ao delegado, ao subdelegado, ao inspetor de quarteirão. E se transformando, sem o sentir, de justiceiro em criminoso. De figura socialmente exemplar a perseguido da justiça pública em ascensão. Não devemos deixar de assinalar que o caráter universal do cangaço, em sua essência, foi proclamado por Câmara Cascudo há muitos anos. Quanto à amplitude de espaço, de tempo, de engajamento de massa e de visibilidade pública alcançada por Lampião e seu bando, não há rival nos tempos modernos, sobretudo no Ocidente.

NVU – Qual o contexto histórico do Nordeste no período pré surgimento do cangaço?
FPM – Diferentemente do que pensam muitos autores ilustres, que costumam datar do meado do século XIX o início da existência do cangaço no sertão — como se fosse um cometa surgido do infinito — o fenômeno é velho de cinco séculos. E não tem no sertão o seu berço. Há até quem crave um ano, tirado não se sabe de onde: 1870. O que o meado do Novecentos fez despontar, a partir do aumento da população do interior,
foi a percepção daquela vida de aventuras pela opinião pública do litoral, na ocasião em que esta começava a
cogitar sobre a presença de um lugar longínquo a que se dava o nome de sertão, onde, além da violência, havia a seca, como fenômeno natural recorrente, e uma poesia popular, cantada e escrita, que aliava à arte o sentido precioso da documentação dos fatos. Em Pernambuco, o donatário da Capitania, Duarte Coelho, queixava-se à Coroa das correrias de bandos de salteadores que “anarquizavam” os primórdios do empreendimento litorâneo do açúcar, nossa primeira economia não apenas de exportação, mas de transformação, ainda no meado do século XVI. Esse é o momento em que surge e vai-se afirmando, contra
as exatidões da ideologia mercantilista brandida a ferro e fogo pelo colonizador europeu — e contra, sobretudo, a escravização das raças castanhas que implicava — o mito primordial de que seria possível viver-se, nesta parte do Novo Mundo, sem lei nem rei e alcançar a felicidade.

NVU – E em que aspectos e proporção o mito se estabeleceu nesse Novo Mundo?
FPM – Esse mito inspirou e deu vida a uma corrente minoritária de nativos e de adventícios que não se dobraria aos valores coloniais e se manteria irredenta, exprimindo-se através da atitude daqueles grupos sociais que não aceitaram fraternizar com os valores europeus de civilização. Nada de acumulação, nada de propriedade privada, nada do primado dos metais nobres, do tempo linear, da pontualidade, do comércio, da subjugação religiosa. Nada, enfim, daqueles cabrestos que recheavam o Mercantilismo pré-capitalista como ideologia dominante no Mundo Ocidental nos séculos XV e XVI, contrabandeados para a Terra dos Papagaios pelas concepções culturais portuguesas do Quinhentismo  e do Seiscentismo. A essa gama de novidades, reagiam por trás de individualismo elegante, expresso na frase que permeia boa parte dos documentos reinóis do século do Descobrimento, escrita por quem observava os modos dos habitantes da terra recém-devassada: eles vivem sem lei nem rei e são felizes. Foi assim que o europeu que aqui aportava, atolando o pé na carne opulenta de índias receptivas – segundo salientou Gilberto Freyre em sua linguagem plástica – retratou o nativo que estava encontrando. E quedou siderado no instante seguinte, acusando o impacto que tanta liberdade produzia sobre a alma de quem velejava vergado ao cambão de braúna da Coroa portuguesa e do Papado de Roma. Um Papado de fogueira acesa, com a chama da Santa Inquisição. E uma Coroa absolutista, a despachar para as masmorras do Limoeiro a quantos tropeçassem nas cavilações penais do Livro Quinto das Ordenações Manuelinas.

NVU – O que foi o cangaço, finalmente?
FPM – Em seu sentido profundo, ele é a expressão de irredentismo que falta agregar à historiografia brasileira dos cinco séculos de colonização. Uma historiografia de longa data, sensível às recorrências irmãs desse irredentismo de chapéu de couro, representadas pela intermitência plural do levante indígena, de que é exemplo maior a chamada Guerra dos Bárbaros; do quilombo predominantemente negro, à frente Palmares, e da revolta social branca ou mestiça, encabeçada por Canudos. Não é o cangaço, na visão moderna que temos proposto, fenômeno surgido do nada, solto no tempo e no espaço, como se pensou até ontem, mas parte – e parte tão ilustre quanto as demais – do desvio de fogo que correu parelhas com o leito central de nossa história, o de expressão majoritária, a impor, este último, os valores reinóis, no instante em que o índio e o negro baixaram finalmente a cabeça à subjugação pelo branco europeu. Não todos. Os que reagiram, agremiados na corrente minoritária, deram vida a um irredentismo militante que é a raiz comum de todas as insurgências vistas acima, sublimado, com o passar do tempo, numa tradição brasileira.

Uma tradição guerreira de resistência popular. Deve ser notado que, enquanto o levante indígena, o quilombo e a revolta social possuíam caráter intermitente e uma identidade étnica definida pela predominância do contingente racial que recheava suas fileiras, o cangaço mostrou-se contínuo no tempo e absolutamente metarracial. Você podia ter sucesso no bando, ascendendo à chefia, fosse branco alourado, como Corisco; negro, como Zé Baiano; índio, como Gato; ou mestiço dos mais diferentes matizes, como o caboclo Lampião, o mulato Sabino, o sarará Luiz Pedro, o cafuzo Jararaca, o caboverde Zé Sereno. Sem deixar de ser uma expressão de banditismo — porque sempre houve lei capaz de respaldar esse enquadramento jurídico de epiderme — o cangaço, no mais fundo da carne, foi uma tradição brasileira de resistência popular armada,
contínua e metarracial.

NVU – Por que o cangaço é sempre ligado ao sertão?
FPM – O cangaço nasce no litoral e vai sendo enxotado para o sertão pelo sucesso do empreendimento econômico na zona costeira. Houve cangaço no verde e no cinzento, como mostramos em nosso livro Guerreiros do sol: violência e banditismo no Nordeste do Brasil (São Paulo, A Girafa Editora, 2004, 2ª ed.). Com pontos em comum e pontos discrepantes, naturalmente. O cangaço no verde foi mais sedentário que o do sertão, por exemplo. De maneira que não se trata de fenômeno sertanejo na origem, como vimos não ser uma singularidade brasileira. A colonização no semi-árido inicia-se na segunda metade do século XVII, com
as doações de terra pela Coroa portuguesa, e não se faz sem muito sangue. O choque entre o branco invasor e o índio resistente foi tremendo.

NVU – Que tipo de gente protagonizava esse conflito?
FPM – Entre os primeiros, ao lado da gente áspera vinda da vila de São Paulo, os chamados bandeirantes, e dos não menos rijos vaqueiros das casas senhoriais da Torre e da Ponte, partidos de Salvador, encontravam-se, por exemplo, os soldados da guerra de quase trinta anos movida contra os neerlandeses a partir de Pernambuco, um exército luso-brasileiro de cerca de três mil homens, adestrado no emprego das armas brancas e de fogo, desempregado pela capitulação de 1654. Gente toda ela violenta, afeiçoada ao sangue. Ao aço frio. À pólvora. Pelo lado do índio, vale lembrar que o choque se dá, não com o tupi litorâneo, conhecido pela cordialidade, mas com as várias nações do ramo tapuia, conhecido pela ferocidade. Ao assentamento dos currais de gado no sertão, corresponde um banho de sangue. E à dizimação de um gentio que estava na escala mais baixa das formulações doutrinárias do colonizador, à frente o religioso José de Acosta, um erudito da Companhia de Jesus.

Até o padre Antônio Vieira, de sua experiência de penetração do Brasil, asseverava a impossibilidade da catequese de canibais hostis, armados de flechas envenenadas, invisíveis na vegetação cúmplice. Será ali que o cangaço irá apropriar e desenvolver essa tradição de guerra brotada da intuição do caçador, recebendo o estímulo de um relevo propenso à ocultação e de uma vegetação toda feita de espinhos, como que trançada a capricho para barrar a presença do litorâneo. Paga com o nome pelo qual o fenômeno ficaria imortalizado: cangaço. Que é voz sertaneja, como proclamava o cearense Juvenal Galeno já em 1871. Por tudo isso, não é de estranhar que o cangaço tenha-se desenvolvido no sertão de maneira extraordinária, a ponto de evoluir de endêmico a epidêmico em alguns períodos. É assim que a caatinga passa a ser o palco por excelência das correrias dos capitães chefes de bando.

NVU – Em que patamar a “distribuição gratuita de marxismo simplificado” pelo meio acadêmico embotou a consciência sobre o fenômeno do cangaço?
FPM – O marxismo prêt-à-porter desenvolvido no Brasil permitiu que muita gente deitasse falação sobre o cangaço, sobretudo no meio acadêmico do Sudeste, sem nem mesmo sentir a necessidade de conhecer o Brasil setentrional e o sertão. Ou de sujar-se na poeira de arquivos. Para armar o esquema da luta de classes, que tudo explicava em seu suficientismo orgulhoso, bastava caracterizar-se o coronel como opressor e o cangaceiro como oprimido. Pronto. Para que mais? Para que queimar as alpercatas em Quixeramobim ou nas Lavras da Mangabeira?

Acontece que Lampião – e vamos pegar logo o exemplo mais emblemático – era o queridinho dos coronéis de barranco, gostando de estar entre estes e combatendo apenas aqueles que se erguessem contra a sua violência meticulosamente organizada. Empresarialmente organizada. Essa era a regra, não sendo raro que as duas figuras se associassem nas empreitadas rentáveis da rapina. E até na agiotagem posterior. Foi assim com os chefes de grupo em geral. Mas isso desmontava a barraca marxista e não podia ser aceito. Historiadores ilustres, como José Honório Rodrigues, no Rio de Janeiro, e menos ilustres, como a paulista Cristina Mata Machado, embarcaram nessa canoa furada.

E brilharam por muito tempo em livros e na sala de aula. Até que a voga marxista começasse a ser varrida lentamente, a partir dos anos 70 do século passado, quando a história volta a se assumir como ciência ideográfica, ocupada com o específico e o não-repetível, e dá as costas para as constantes nomotéticas geradoras de estruturas generalizantes, com o perdão do leitor pelos nomes pesados.

NVU – Então, como “desembotar” essa consciência do conflito de viés puramente ideológico?
FPM – Na história do Nordeste, a dinâmica de conflito por excelência residiu sempre no divórcio litoral-sertão. Aí é que estão as placas tectônicas dos vulcões sociais que nos sacudiram de modo recorrente, fruto da falha no desdobramento do processo colonial. Da decadência precoce da colonização sertaneja, geradora do isolamento da caatinga e do que já chamamos em livro de mumificação dos costumes sertanejos, vis-à-vis da renovação que se produzia no litoral, aberto à via marítima. Isso vem até os nossos dias, ultrapassando o paroxismo de Canudos, na Bahia de 1897, e invadindo o século XX. É ver o Caldeirão, em 1936, no sul do Ceará, ou a também teocracia do Pau-de-Colher, de 1938, novamente na Bahia. O litorâneo não se via no sertanejo e vice-versa. Consideravam- se estrangeiros, quando postos um em face do outro, como se viu, dolorosamente, em Canudos. Mostramos isso, detidamente, em nosso livro A guerra total de Canudos (São Paulo, A Girafa Editora, 2007, 2ª ed.) No sertão, coronéis e cangaceiros entendiam-se a seu modo. E como se entendiam...

NVU – O senhor identifica diferentes tipos de cangaço. Quais as características mais marcantes de cada um?
FPM – No Guerreiros do sol, mostramos que houve grupos que fizeram do cangaço predominantemente
um meio de vida, como no caso de Lampião ou de Antônio Silvino. E outros, que dele se valeram como instrumento de vingança, geralmente num contexto de luta entre famílias, como se deu com Sinhô Pereira e Luiz Padre, de um lado, e Sindário, do outro, na guerra privada entre Pereiras e Carvalhos. Ou com Jesuíno Brilhante, na guerra contra a família Limão, encabeçada por um cangaceiro não menos valente: Honorato Limão. Outros, ainda, o transformaram em asilo nômade de criminosos jurados de morte, como Ângelo Roque, o Labareda. A cada propósito correspondendo um estilo de vida, uma contenção de gestos e até uma dimensão de espaço e de tempo. Os primeiros mostrando-se mais longevos e de abrangência geográfica mais espalhada, chegando a atingir quatro Estados, como aconteceu com o bando de Lampião, e varando os vinte anos de sobrevivência. Uma tradição presta-se a muitos propósitos, não é?

NVU – Por que Lampião acabou sendo a figura de maior relevo nesses domínios?
FPM – O cangaço de Lampião – reinado derradeiro numa sucessão de “realezas” que caracteriza o desdobramento do fenômeno ao longo de séculos – marchando para se confundir com o próprio conceito, não foi senão o canto de cisne dessa vertente contínua, minoritária e metarracial em nossa história, sem que se esteja a amesquinhar o diferencial de volume, organização e requintes estratégico e tático presente nos mais de vinte anos de império daquele que seria chamado pela imprensa, ainda em vida, de Rei do Cangaço, Tigre do Sertão e Terror do Nordeste, à base do talento pessoal, do raciocínio fulgurante e do engajamento de massa que logrou atingir. Há ocasos portentosos. Lampião nos põe diante de um.

NVU – Qual a influência de Gilberto Freyre em sua obra?
FPM – Muito grande. Integramos sua equipe de trabalho por quinze anos, cumprindo aquilo que o professor
Nelson Aguilar, de São Paulo, caracterizou um dia como o mais longo doutorado já feito por um cristão.
Estava certo. Trabalhar com Gilberto era aprender a cada minuto uma lição. Graças a ele, demo-nos conta de que a história deve ir muito além do fato saliente na política e do registro de fatos objetivos. Que deve alongar-se num romance verdadeiro, incorporando o dia-a-dia, o ordinário, o cotidiano, o aparentemente banal, o universo íntimo. Nisso, ele se antecipou a Braudel, a Lefèbvre, a Bartes, a Bastide, a Abelès, a Ginzburg. A Escola dos Anais, consagrada na França de 1930, proclamou o pioneirismo desse ilustre brasileiro do Nordeste. Ele antecipou o ganho que a história recebeu modernamente ao incorporar, com humildade digna de louvor, umas tantas lições da antropologia. Boas lições.

NVU – Onde evidenciamos tal influência em seu trabalho?
FPM – Está no perfil que traçamos de Lampião, revelador de que o guerreiro insuperável, o homem de violência indiscutível, qualidades conhecidas no passado, era, ao mesmo tempo, um costureiro exímio, em pano e em couro, além de bordador caprichoso.

Um sujeito preocupado surpreendentemente com questões de representação simbólica no traje e no equipamento de seu grupo, e com a alimentação dos mídia sobre os passos de seu bando. Que apreciava, incorporando o requinte de coronéis fidalgos com os quais privou, à frente Hercílio de Brito, de Propriá, Sergipe, o perfume francês e o uísque da Escócia. Que possuía cartões de visita e postal com a própria foto no anverso já em 1936, confeccionados na Aba-Film, de Fortaleza, para evitar falsificações em sua correspondência surpreendentemente ativa. Quando mostramos isso em livro, nos anos 80 do século passado, quase que o mundo desaba sobre nossa cabeça. A menor acusação era de que estávamos efeminando o Rei do Cangaço.

Hoje, não há quem ignore ou conteste que Lampião possuía dores artísticas. Ao contrário. Há livros recentes, escritos aqui e lá fora, para desenvolver essas revelações, o que nos envaidece. É o salário moral de quem pesquisa. De quem come poeira e arranha os cotovelos sobre as fontes de primeira mão. O espaço de rebeldia do assistente ficou por conta da escolha do sertão como tema de estudos. Gilberto Freyre não gostava do sertão. Algumas vezes nos abordou com a ciumeira:
“Você anda conversando muito com Ariano Suassuna!”
Mas não se privou de reconhecer a seriedade dos estudos que empreendíamos, prefaciando nosso livro de estréia e cravando na imprensa estar diante de um “mestre de mestres em assuntos de cangaço”. Está lá, no Diário de Pernambuco de 28 de fevereiro de 1985. É muito bom para o aluno constatar que não decepcionou o professor.

Quem é esse pernambucano embrenhado num “Brasil profundo”?

Frederico Pernambucano de Mello é pesquisador de história social da Fundação Joaquim Nabuco, Recife, cidade em que nasceu no ano de 1947. Tem formação ainda em Direito e se aposentou como Procurador Federal.

É membro da Academia Pernambucana de Letras, onde ocupa a cadeira 36 desde
o ano de 1988. Na fundação, integrou a equipe do sociólogo Gilberto Freyre, de 1972 a 1987,
período em que se especializou, sob a orientação deste, no estudo da História Social do Nordeste do Brasil, especialmente em seus aspectos de conflito.

Pela originalidade dos estudos, volume da obra que produziu e por se dedicar a aspectos históricos tidos como ásperos e de pesquisa difícil ou penosa, tem sido considerado, sobretudo no meio acadêmico paulista, o "historiador do Brasil profundo".

Na especialidade, publicou ainda A tragédia dos blindados (1991); Quem foi Lampião (1993);
A Guerra total de Canudos (1997) e Delmiro Gouveia (1998). Tem, no prelo, o livro Estrelas de couro: a estética do cangaço, resultado de estudo profundo a que se dedicou desde o ano de 1997. O maior sucesso foi mesmo Guerreiros do Sol, o mais profundo e completo estudo sobre o fenômeno do cangaço no Nordeste.

Sua pesquisa o torna o maior especialista no assunto, reconhecido tanto aqui quanto no exterior. Ariano Suassuna define assim a obra do autor:  
Sem sombra de dúvida, a teoria do escudo ético de Frederico Pernambucano foi a única que, até o dia de hoje, me pareceu convincente. Foi a única que explicou a mim próprio os sentimentos contraditórios de admiração e repulsa que sinto diante dos cangaceiros”.
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Publicada na Edição Nº 01 — Ano I — 30 Maio /2009 — da Revista Nordeste VinteUm. O nosso exemplar que foi uma cortesia do amigo jornalista Barros Alves para todos os participantes do Cariri cangaço.  Baixe todo o conteúdo da mesma em PDF: Clique aqui

Att. Kiko Monteiro 

Um comentário:

Leonardo pio da FONSECA. disse...

...brilhante e altamente esclarecedora entrevista do eminente professor Frederico pernambucano de melo, fora de o ver na cadeira número sete, da academia brasileira de letras, cadeira patronímica de castro Alves e Euclides da cunha, obg.