segunda-feira, 30 de abril de 2012

História dos Volantes

Luiz Romão

Pesquisando na internet encontrei um blog "Língua Grande Cultural" do amigo "Beijaminm Almeida" que também posta artigos sobre a cultura e o cangaço brasileiro. No dia 26/04 encontrei  eu seu blog uma postagem muito  interessante de um homem que fora policial em Pernambuco conhecido por "Luiz Romão", seu nome na polícia era "Luiz Ferreira" e lutou  contra o cangaço  de Lampião. Ao término do cangaço, continuou na corporação, mas... Vamos ao texto de  Edson Luiz Ferreira Barros [ Edson Romão]
 

 Luiz Romão, com aproximadamente 34 anos de idade

"Sou um soldado da polícia Pernambucana. Sentei “praça” para perseguir “Lampião” e defender minha corporação, mais por ter defendido um companheiro  da “morte” hoje vivo lutando contra a prisão. Mas sempre sou o soldado Luiz Ferreira, conhecido por “Luiz Romão”

Luiz Ferreira do Nascimento, que mais tarde seria reconhecido e imortalizado como “Luiz Romão”, nascido na cidade de Flores -PE, em 15 de Outubro 1916, filho de José Ferreira do Nascimento ( José Romão ) e Jacinta Gomes de Oliveira. Tendo em seu pai “José Romão”,  que já fazia parte da Força Volante da cidade de Flores -PE, seu maior exemplo, Luiz Ferreira do Nascimento  ingressou também na Força Volante aos “ 17 anos de idade” travando vários combates com “facções” do Bando de Lampião. Sendo extremamente corajoso e habilidoso quanto ao manuseio de armas e táticas da “Caatinga”, com o fim do  “Cangaço” no Sertão, foi escolhido como Ordenança direto do Coronel Manoel Neto.


 Luiz Romão em traje de policial volante e civis.

Sentou praça em algumas cidades do Sertão como Flores, Ibimirim, Serra Talhada, Arcoverde, entre outras. Em todas as cidades em que “Luiz Romão” trabalhou como  Ordenança direto do Coronel Manoel Neto , fez imperar a Lei e a Ordem, pois não havia missão impossível para o mesmo.

Por um lamentável episódio ocorrido em Arcoverde/PE, quando lá destacava, estava de folga nesse dia, quando escuta alguém “gritar” por seu nome; tratava-se de uma mulher que em desespero falava que “havia alguns homens tentando matar um soldado...” Sem pensar duas vezes ele se dirige rapidamente para a cena do crime e se depara do que ele chamava de “linchamento”, o soldado estava sendo “golpeado” a faca e pauladas, por vários homens; outro soldado observava como que pasmo, pois não esboçava nenhuma reação.

Luiz Romão de arma em punho grita; “- Solta o soldado, solta o soldado!!! -”, é quando dois homens enfurecidos vêem  ao seu encontro de “ peixeira” em punho e tenta esfaqueá-lo sem dar-lhe  chance de defesa, rápido e habilidoso como era “Luiz Romão” desfere um disparo que atinge um dos homens no pescoço, o outro, com um segundo disparo é atingido no coração, onde tiveram, os agressores, morte instantânea... Sendo “Luiz Romão” impelido pela “turba” a continuar os disparos, tombam mais dois homens mortos. O restante dos agressores fogem.

O soldado que estava sendo “linchado” escapa gravemente ferido. Por a justiça, na época não entender os detalhes do “fato” ocorrido, “Luiz Romão” se tornou foragido. Foi perseguido , cercado várias vezes, mesmo policial, teve que trocar “tiros“ com a polícia, pois preferia  a “morte” a ser preso.

Mudou de cidade várias vezes, mudou de nome, mais por fim, foi inocentado.

“Luiz Romão fixou residência na cidade de Serra Talhada/PE, terra de “Lampião”, onde seus pais e alguns de seus irmãos já residia, adotando assim, Serra Talhada, como sua cidade, onde viveu por mais de quarenta anos, tendo falecido no dia 7 de Abril de 2003. Toda a sua “história” será contada em um livro... Detalhes do seu convívio com o Cel. Manoel Neto, seus cercos, suas fuga, seus amigos e parentes; as mortes de seus irmãos e sua vingança sua luta para manter-se vivo e conseguir provar sua “inocência”. Com isso “honrando” seu “nome” de geração após geração.

O “livro” será lançado em 2012 e terá como tema: “Luiz Romão, para mim, mais valente que “Lampião”.

Açude: Blog Língua grande cultural

Abraço a todos
Ivanildo Silveira
Colecionador do cangaço
Membro da SBEC / CARIRI-CANGAÇO
Natal/RN

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá pessoal.

Eis aí uma fração da história do cangaço que poucos, ou quase ninguém conhecia. Seguramente esse é um livro que vai valer a pena ler, pois, vai tornar público muitos fatos até hoje desconhecidos. Vamos aguardar.

Abraço a todos.

Sabino Bassetti

Lúcio disse...

Quero ser avisado através do meu email: lusiosatiro@yahoo.com.br quando este livro estiver disponíel para compra-lo. Aliás, foca-se muito nos cangaceiros, mas há que se resgatar a história desses bravos valentes, dos tempos em que homem era homem, não com esses arremedos de homens metrossexuais que existem hoje.
Me estranha muito a não existência de mais fotos e mais detalhes da vida de outro gigante, Manoel Neto,o qual foi imortalizado até mesmo por Gilberto Freyre, que o viu dançar enquanto atirava contra revoltosos no Recife.Assim como me estranha mais ainda o fato desses valentes como Romão, Mané Neto, Zé Rufino, Odilon e tantos outros valentes não terem feito parte da FRB nem terem ido lutar na Itália, visto que são contemporâneos da Segunda Guerra.Teriam botado medo nos alemães.

Kiko Monteiro disse...

Amigo Lúcio até o presente momento não recebemos qualquer notificação sobre aguardada novidade, mas com certeza lhe manteremos informado sobre o lançamento deste trabalho.

Abraçando!