terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Dulce Menezes dos Santos

A mulher que foi raptada e violada pelo bando de Lampião

Vivendo hoje em Campinas, Dulce revelou como foi viver obrigada a interagir com cangaceiros que a sequestraram


Dulce Menezes dos Santos foi uma das muitas mulheres que tiveram suas vidas interferidas pelo bando de Virgulino Ferreira, mais conhecido como Lampião. Hoje, vivendo na periferia de Campinas aos 96 anos, ela passou a integrar ao cangaço após ter sido retirada de sua família e violentada por um dos integrantes do grupo.

Essa fase da vida de Dulce sempre foi escondida pela família, o que fez com que a idosa passasse a evitar visitas. "Infelizmente isso aconteceu contra minha vontade. Não fui porque quis ir”, deixou claro em entrevista ao Estado de Minas.

O trágico encontro entre Dulce e os mais famosos bandidos do Brasil ocorreu quando ela vivia com a irmã em Alagoas. Antes, morava na fazenda de algodão da família em Porto da Folha, Sergipe, mas ambos os pais morreram quando ela era criança.

Acontece que o rancho alagoano em que passou a morar era recinto de descanso dos cangaceiros que adentravam ao sertão. Lá, Dulce se deparou com aqueles estranhos homens adornados em couro, quando um dos cangaceiros, João Alves da Silva, vulgo Criança, notou a presença menina e pediu para compra-la de seu tio João Félix, que a trocou por joias.

Em negociação, Criança falou a João que levaria Dulce a uma festa organizada por Zé Sereno numa fazenda vizinha. Ao cangaceiro foi permitido acompanhar a criança, enquanto João e a esposa Julia assistiam de longe. Dulce afirmou que desde cedo já se sentiu assustada com a situação.

Criança então pegou a menina pelo braço e a obrigou a sair do salão onde estavam. Gritando de medo, ela ouvia o cangaceiro berrar: "Cala a boca, se não te sangro agorinha mesmo." Foi jogada no chão, em meio às pedras e cactos, e lá foi estuprada, com o assustador silêncio dos outros convidados.

No resto da noite, Dulce foi observada pelo cangaceiro, que a tratava como mercadoria. João Felix se sentia arrependido, mas também acuado pelo bandido armado.

"Fui a pulso, arrastada, se não morria. O apelido dele era Criança. Deus queria que eu estivesse aqui agora, conversando com vocês", afirmou Menezes. "[ele estava] com parabélum na mão. E [eu] com medo de morrer, acompanhei." Na época com 13 anos, ela era apaixonada por Pedro Vaqueiro, um rapa de Piranhas que, ao descobrir a violência, saiu com um desespero aterrador e desapareceu no sertão.



Acontece que Criança pertencia a um dos subgrupos comandados pelo capitão Lampião que, em 1938, convocou seus homens para uma reunião na Gruta do Angico, Sergipe. Lá, Dulce conheceu Maria Bonita, a quem ela descreveu como “boa pessoa”.

Presenciou a cena por pouco tempo, afinal, aqueles grupos articulados por Virgulino agiam separadamente: “Se vivesse tudo junto, a polícia descobria pelo rastro. Agora, nesse dia estava todo mundo junto. Tinha de acontecer, graças a Deus”.

Naquela noite, conseguiu descontrair as tensões do sequestro ao encontrar Maria bonita e Sila numa conversa em que caminhavam pela escuridão da caatinga reconhecendo vagalumes. Pela primeira vez em muito tempo, conseguiu dormir tranquila.

Porém, a hora de acordar foi completamente conturbada. Não porque os cangaceiros voltariam a violentá-la, mas ao contrário: dessa vez era Criança que levava os tiros e corria desesperado, pois um grupo volante do Estado havia invadido a Gruta numa emboscada contra o bando de Lampião. Esse foi o famoso momento em que finalmente o Rei do cangaço fora capturado e executado.

Criança conseguiu escapar, mas Maria Bonita e Lampião morreram no local. Enedina também, e o tiro que abateu sua cabeça fez respingar miolos em cima de Dulce. "Era tiro demais. Gente caindo, entrando pelas pernas, passando em cima de cabeças. Escapou quem tinha de escapar, porque nunca vi tanto tiro na vida, meu filho."

Quando a noticia chegou a Piranhas, a família foi checar se a cabeça da moça estava entre os troféus da volante. O grupo então se embrenhou no mato e fugiu, mas decidiram se entregar à polícia em troca de uma anistia concedida pelo ditador Getúlio Vargas. Com dois filhos, Criança e Dulce passaram a trabalhar numa fazenda do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Para ajudar Dulce, o dono da fazenda tornou o ex-cangaceiro o novo tropeiro do lugar, obrigando-o a se afastar da garota.

Dulce se casou com Jacó, o dono da fazenda, e com ele teve 18 filhos. Ela relata que esse momento de sua vida foi muito melhor do que a época em que estava sequestrada pelo bando de Lampião: "Foi o tempo que fui feliz. [...] Agora essa turma do Lampião, meu Deus do céu, quando queria pegar mulher, se não fosse, eles matavam”.

Quando Jacó morreu, Dulce decidiu mudar-se para o estado de São Paulo com a filha Martha, passando a residir em Campinas, onde não encontrou a maior felicidade: teve filhos e netos assassinados em meio à violência da cidade.

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sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Cangaço em Poço Redondo

A peleja do vaqueiro "Santo" com o cangaceiro Corisco 

Texto de Alcino Alves, transcrito por José Mendes

Disse o escritor Alcino Alves Costa em seu livro “Lampião Além da Versão Mentiras e Mistérios de Angico", que em Poço Redondo, o maior criador de gado era um senhor de nome Manoel do Brejinho. Homem do trabalho, e com isso conseguiu amealhar grandes posses de terras, tornando-se um dos mais ricos da região daquela cidade. Mas o Manoel do Brejinho era filho de Porto da Folha, e todas as suas fazendas eram em terras de Poço Redondo, no Estado de Sergipe. Possuidor de grandes rebanhos de bovinos, caprinos e ovinos. O seu gado era em torno de 4 e 5 mil reses.

O velho caipira não tinha desejos de luxar ou demonstrar ser rico, e nunca desejou ser coronel ou ter outra patente semelhante. O seu desejo era somente permanecer entre as suas fazendas, e cuidando dos seus animais. Não costumava sair para frequentar feiras..., e quando saía a um lugar qualquer, era confundido com qualquer um catingueiro, ninguém o via como um senhor proprietário de grandes fazendas e animais. O portofolhense tinha a fala mansa e arrastada, e suas fazendas eram: Brejinho, Exu, Propriá, Emendadas, Craibeiras, Poço Dantas, São Joaquim, Logrador, Quiribas e Carnes.

Manoel do Brejinho tinha o maior prazer de andar pela caatinga para ver a sua bezerrada engordar, e, além do mais, acompanhar passo a passo o seu crescimento. E ainda andar no pino do meio-dia pastoreando o gado, que procurava uma sombra embaixo das árvores daquelas terras do rio São Francisco. Isto para ele era o mais importante para o seu viver, considerando um paraíso. Mesmo não gozando de certos confortos, para seu Manoel do Brejinho, nada melhor do que viver entre aquela caatinga que o viu nascer. Era um tanto sovina, mas atendia todos os pedidos que lhe faziam os exploradores.

Na sua fazenda “Exu” o vaqueiro era o Santo sendo este filho lá da cidade de Poço Redondo, grande e veterano pelejador de gado, este era casado com uma senhora carinhosamente chamada de Caçula, que era da família dos Santanas. O casal tinha uma numerosa família, os quais eram: Manoel, Daniel, Rosalvo (aqui abro um parêntese para informar ao leitor que o escritor Alcino Alves não diz se este Rosalvo era aquele que acoitou o ex-cangaceiro Juriti em sua casa, e por infelicidade, ele foi capturado em sua residência pelo sargento Deluz, e que o matou em uma fogueira em plena caatinga), Miguel, Pedro, Angelino, Celestina, Maria Mariquinha e Josefina. Angelino e Josefina uma febre que assolou aquele sertão foram vítimas e faleceram.

Diz o escritor Alcino Alves que no ano de 1932, a seca assolou aquela região. Sentindo dificuldade para tanger o barco, isto é, para sustentar a sua família, o “Santo” resolveu pedir aumento ao seu Manoel do Brejinho, alegando que o seu ordenado não estava dando para o sustento de casa. Mas o seu Manoel do Brejinho não cedeu o solicitado, alegando que se ele estava em dificuldade, ele também estava, e assim não poderia lhe ceder um possível aumento.

Santo desgostoso, deixa a fazenda Exu e vai morar na Fazenda Mandaçaia, na intenção de melhorar aquele sofrimento, isto é, talvez achava ele, que o seu ordenado não estava à altura dos seus trabalhos.

Mas infelizmente, o Santo não se deu bem com a sua decisão, deixar a Fazenda Exu do seu Manoel do Brejinho para se  tornar morador da Fazenda Mandaçaia (Lamento, leitor, pois o escritor Alcino Alves não fala quem era o verdadeiro dono da Fazenda Mandaçaia).

Santo está ali, achando ele que estava tudo bem, mas, infelizmente, ele havia feito mal escolha. E meses depois, sem desejar, recebe a visita inesperada do cangaceiro Corisco.


 Subgrupo de Corisco, 1º a esquerda

O bandido que o conhecia desde quando ele morava na Fazenda Exu, ordena que, vá até a casa do seu ex-patrão Manoel do Brejinho levando um bilhete, solicitando uma quantia de três contos de Reis. E sem muita demora, o Santo vai até a casa do ex-patrão com o bilhete.

O seu Manoel não nega a solicitação, e diz ao seu ex-vaqueiro que diga ao cangaceiro Corisco, que no momento não tem, mas irá providenciar a quantia solicitada dentro de oito dias. O prometido não foi com oito dias, mas 10 dias, e que não fez tanta diferença, o cangaceiro Corisco iria receber o valor pedido ao fazendeiro, aliás, a exploração. Santo recebe o valor em sua nova residência, localizada na Fazenda Mandaçaia, e o guarda cuidadosamente, até que o Diabo Loiro apareça.

Na mesma semana, era um sábado, Lampião visita o vaqueiro, e como sabia da solicitação que fizera o Diabo Loiro ao Manoel do Brejinho faz-lhe a seguinte pergunta:

- Santo, o dinheiro que o compadre Corisco pediu ao fazendeiro Manoel do Brejinho já está com você?

Sem puder negar, Santo diz:

- Já, capitão! Estou aguardando a sua presença aqui para ele levá-lo.

Lampião muito esperto, e possivelmente estava precisando de alguns trocados, para comprar alimentos para os seus comandados, diz-lhe:

- Este dinheiro é para ser entregue a mim, Santo.

Sem outra solução, e também não iria desobedecer a ordem do capitão, vai lá dentro da casa e traz a quantia, entregando-a ao famoso Lampião.

O rei a recebe, guarda-a em seu embornal, e, em seguida, faz outro bilhete, endereçado ao Manoel do Brejinho, pedindo-lhe mais três contos de reis, porque o que era para o compadre Corisco ele precisara, e que o fazendeiro não se aborrecesse, que com certeza, um dia qualquer seria recompensado.

Mesmo aperreado e resmungando, e sem outra alternativa, o velho caipira vende mais alguns bois, e uma semana depois, a outra quantia, desta vez, solicitada pelo capitão Lampião, chega às mãos do vaqueiro Santo em sua residência Fazenda Mandaçaia.

Mas o pobre vaqueiro não estava com sorte. Misteriosamente dois sargentos, o Ernani e Amintas que trabalhavam no destacamento de Poço Redondo, tomaram conhecimento do envio deste dinheiro para o Diabo Loiro, pelo o Manoel do Brejinho. E astuciosos, intimaram o vaqueiro para suas devidas explicações sobre este envio de dinheiro.

Santo que era um homem honesto e que nunca havia sido intimimado para nenhuma explicação na vida, sentira-se desonrado. Sem outro meio de escapar desta intimação, foi atender ao pedido dos espertos sargentos, e lá, foi logo trancafiado, e todas as perguntas que os patenteados lhe fizeram, não obtiveram respostas. A causa, vingança, por ter sido decepcionado, coisa que nunca havia lhe acontecido, ser chamado aos pés de uma autoridade. Santo foi solto no cair da tarde, mas numa condição, avisar ao destacamento quando os cangaceiros aparecessem em sua casa.

Santo ficou triste, como se estivesse depressivo, não queria mais se alimentar, o jantar que a dona Caçula preparara, não foi usado por ele. Deita-se e quer ficar sozinho, imaginando a grande desonra que ora ganhara. Não imaginava ele qual a verdadeira desgraça que o esperava.

O cantar do galo está próximo, e alguém o chama:

- Santo! Santo! Abra a janela! Sou eu, Corisco, vim apanhar o dinheiro, não precisa acender candeeiro não, estamos com pressa e já vamos.

O vaqueiro estranhou aquela voz, achando que não era a voz do Corisco, mas melhor entregar aquele maldito dinheiro, do que partir para uma discussão. Santo jamais poderia imaginar que aquela voz não fosse de cangaceiro algum, mas a do sargento Ernani que estava acompanhado do outro que juntos, queriam roubar o dinheiro do cangaceiro Corisco. Santo estava condenado, poderia ser justiçado injustamente por policiais ou cangaceiros.

Uma semana depois o cangaceiro Corisco visita a cidade de Poço Redondo, e de lá, sai bêbado, levando preso, sobre ordens, um jovem chamado “Airton” um rapaz filho de um senhor chamado “Horácio”. O destino do Diabo Loiro seria a Fazenda Mandaçaia, lugar onde está o vaqueiro Santo, e que é lá, que ele deveria receber o envio da quantia, mandada pelo Manoel do Brejinho, mas desta vez, solicitada pelo capitão Lampião.

O dia amanheceu claro, alegre e simpático. Santo já estava na roça cuidando das suas obrigações, acompanhado de alguns amigos. Lá da roça, ele ver os cangaceiros chegarem em sua casa, seu coração fica agitado, como se estivesse lhe avisando algo ruim. Estava com medo, mas o que fazer?

Santo diz aos amigos que temia algo que pudesse acontecer naquele momento. Os amigos o aconselharam para não ir até a sua casa. Mas ele pensava na sua família, pois os cangaceiros poderiam fazer algo contra ela. Jamais deixaria sua esposa e filhos sozinhos no meio daqueles delinquentes. Se algum deles morressem causados pelos cangaceiros, possivelmente ele queria ser vítima também. Afinal, era pai e esposo daquela gente.

Assim que chegou, deu bom dia a todos os cangaceiros que ali estavam.

Corisco respondeu o cumprimento e perguntou:

- Cadê o dinheiro? Vim buscá-lo!

Santo fica apavorado com o que estava ouvindo, dito pela boca do Diabo Loiro, respondendo-lhe:

- Ôxente! Eu lhe entreguei na semana passada? Naquela noite?

Na verdade, Santo enganadamente, havia entregue aos sargentos a quantia de dinheiro que o Manoel do Brejinho enviara para Corisco, mas desta vez, solicitada pelo então capitão Lampião, porque a primeira quantia, fora Lampião que ficara com ela. E a segunda, fora roubada pelos dois sargentos que se passaram por Corisco.

Ouvindo isso do Santo Corisco ainda bêbado, achou que o vaqueiro estava querendo lhe enganar.

Agora Santo irá morrer.

O cangaceiro Diabo Loiro ficou louco, e logo apontou a sua arma para Santo, e não pensou duas vezes. Infelizmente, o Santo caiu morto, a bala estraçalhou a cabeça do coitado catingueiro.


 

Foi-se mais a vida de um um homem honrado por assassinato. Um bom pai, um bom marido, um bom trabalhador. Os filhos e a dona Caçula viram seu pai e esposo ser assassinado, por um delinquente que não tinha dó de ninguém.

Fonte:“Lampião Além da Versão Mentiras e Mistérios de Angico”.
Páginas: 145, 146, 147 e 148.
Autor: Alcino Alves Costa

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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Joanna Epiphania

Nua em pelo e sangue

Por Rubens Antonio

Joanna Epiphania Cardoso foi, em 11 de abril de 1931, vítima de algumas das piores violências.

Junto com o marido, Manoel José Cardoso, foi capturada pelo bando de Lampeão, no arraial São Paulo, próximo a Uauá, sertão baiano.

Aos 23 anos de idade, estava no oitavo mês de gravidez de sua terceira criança.

Fora o homem acusado de ser informante da polícia. Após Manoel ser assassinado, ela foi brutalmente espancada com uma chibata e lateral de facão, aplicada diretamente por Lampeão.

Teve cabelos da cabeça e genitália cortados a facão, por este cangaceiro. Despida, fizeram-na montar em um burro e desfilar pelo arraial. Levada, só foi liberada a quilômetros de distância.

Foi apelidada, pela população, "Joanna facão". Cometeu viver muito, falecendo na década de 1990.

 Gravura de Rubens Antonio

Sepultura de Joanna facão
Imagens gentilmente disponibilizadas por Basílio Gomes Gonçalves.



Fonte: "Cangaço na Bahia"  livro do autor ainda no prelo

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Traços da fera

A voz de Lampião

Por Antônio Corrêa Sobrinho

Sabemos que a voz e o modo como falamos é um dos grandes identificadores do ser humano, além de constituir um dos meios mais eficazes de comunicação. A voz é mais distintiva do que mesmo as impressões digitais, porque faz mais do que identificar, ela diz do nosso íntimo, como estamos passando, diz do nosso caráter, pois é um porta-voz, um instrumento de expressão da mente.



Lampião, não obstante as muitas pesquisas e biografias a seu respeito, informações sobre sua estatura, cor, cabelo, tipo físico, à farta para todos os gostos, jamais li algo sobre o tipo de sua voz, salvo e unicamente o contido na nota oficial do governo da Bahia, publicada em jornal em janeiro de 1929:

“O governo do Estado da Bahia oferece prêmio de 50 contos de réis à pessoa que conseguir capturar Lampião ou abatê-lo, devendo comunicar incontinente o fato à autoridade mais próxima. Sinais de Virgulino Ferreira: 28 anos, estatura média, cabra, voz afeminada, cogote raspado, óculos escuros, conversa galhofeira relatando sempre suas façanhas e nunca encobre a sua identidade”.

A voz de Lampião. Era fina, média, grave? Seu tom de voz era alto, médio, baixo? Seu falar era ligeiro ou lento, pausado ou corrido?

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

A primeira novidade do ano vem da Paraíba

Virgulino Cartografado - Relações de poder e territorializações do cangaceiro Lampião (1920-1928)



De autoria do professor Guerhansberger Tayllow, este livro foi resultado de uma dissertação de mestrado e investiga as relações de poder e os processos de territorializações que o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião (1898-1938), construiu por meio do estabelecimento de uma malha de protetores e coiteiros e em contraponto a uma rede de opositores, entre os anos de 1920 e 1928.

Aqui o espaço do cangaço lampiônico não é entendido como dado e preestabelecido, mas como resultado dos jogos de poder e das múltiplas relações que esse cangaceiro agenciou com sujeitos de destaque da política sertaneja dentro do contexto da chamada Primeira República.

O território é aqui percebido em sua dimensão processual, possibilitando interpretar as ações de Lampião como produtoras de múltiplos territórios, que ganharam configurações espaciais diversas, como: territórios em rede, territórios em zona ou territórios em movimento.

Três tipos de fontes foram explorados nesta pesquisa: os jornais, que divulgaram notícias sobre Lampião, entre os anos de 1920-1928; os relatos policiais; e a bibliografia memorialística. Partindo da problematização dessas produções e do diálogo com a historiografia do tema, busco entender como se deram as múltiplas territorializações do cangaceiro Lampião.

O AUTOR: Mestre em História pelo Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Graduado em Licenciatura Plena em História pela Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Formação de Professores. Pesquisa sobre as relações entre História e Memória e História e Espaço, com ênfase nas narrativas culturais sobre o Nordeste, sobretudo do Cangaço.

A presente obra tem 280 páginas. Peça o seu agora, através do nosso sebista oficial, o professor Francisco Pereira Lima! Via e-mail franpelima@bol.com.br ou WhatsApp (83) 99911-8286.

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