domingo, 5 de agosto de 2018

Costa Rego X Lampião

Quando o Rei do Cangaço desdenhou do Governador das Alagoas

Pedro da Costa Rego, o célebre Costa Rego, nasceu no Pilar (AL), em 12 de março de 1889. Jornalista, escritor e político, na vida pública, foi secretário da agricultura (1912), deputado federal (1915-17, 1918-20, 1921-23), governador (1924-28) e senador (1929-30 e 1935-37), sempre por Alagoas.

A frente do Governo manteve também uma luta sem tréguas contra os cangaceiros que de vez em quando surgiam no sertão do estado.


Conta Leonardo Mota, em seu livro “Sertão Alegre“, que Lampião assim teria telegrafado a Costa Rego:

— “Eu tou costumado a travessar rio cheio quanto mais REGO…”.
Mas o fato é que o famoso bandoleiro 'comeu ruim' naquela época.

Ficaram no folclore alguns vestígios da perseguição de Costa Rego ao rei do cangaço. Diz uma velha peça de Reisado:

Costa Rego mandou um comandante
Com a tropa volante
Andar de déo em déo,
Lampião é a gota serena,
Mas com Zé Lucena
Ele acha o chapéo.


Ao som da “Mulher Rendeira”, cantava o povo naquele tempo:

Ao seu doutô Costa Rego
Lampião mandou dizer,
Que o tenente Zé Lucena
É duro de se roer.

Costa Rego já mandou
Volante para o sertão
Com Zé Lucena na frente
Para pegar Lampião.

Costa Rego em Alagoas
Não protege Lampião,
O que tem pra cangaceiro
Ou é bala ou é prisão.



Trecho do artigo 'Costa Rego no folclore alagoano' de José Aloísio Vilela, publicado originalmente em História de Alagoas

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