domingo, 9 de novembro de 2008

Poesia


Brasa no Sertão

O cão de fogo
Fez a faísca
Acendeu o pavio
Alumiou o Lampião
Virgulino tocou brasa no sertão

O grande dragão alevantou-se
Sob o inclemente sol da caatinga
Espinho do mandacaru
Mandioca brava

Cabra da peste
Espingarda, sua espada
Gibão de couro, armadura
No chapéu a estrela da justiça sem lei
Samurai do Nordeste

Facínora sanguinário ?
Herói dos desvalidos ?
Robin Hood dos fracos e oprimidos ?
Lampião tocou brasa no sertão

Fez brotar o medo e a admiração
Até que cercado pelos macacos da volante
Caiu sem vida ao chão
Deixou de ser Virgulino
Virou lenda, assombração...


(Gustavo Adonias)

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