Por Rubens Antonio
Um dos principais problemas, para alguns episódios do Cangaço, é referenciar corretamente onde ocorreu.
O Massacre de Brejão da Caatinga, em que morreram o cabo Antônio Militão da Silva e os soldados Pedro Santana, Cecílio Benedito, Manoel Luís de França e Leocádio Francisco da Silva, ocorreu na manhã de 4 de Julho de 1929.
Sua localização, e função da duplicidade de nomes, pois aparece citado como Brejão de Dentro, antiga denominação, e Brejão da Caatinga, mais recente, pode ser dificultada.
Aqui, a localização, em relação ao município-sede e a outras cidades.
Outro ponto é a visualização das condições da localidade quando do evento. A visão atual foge demasiadamente às condições à época. Abaixo, atualidade e o resgate aproximado da situação quando do massacre.
Observe-se no mapa que a distância que Militão viu os cangaceiros... que estavam vindo perto da "curva fechada"... e se confundiu, pensando tratarem-se de soldados, é de entre 350 e 450 metros. Não os ter reconhecido custou sua vida e dos seus colegas.
A ambiência era, realmente, muito diferente da atual. A antiga aglomeração de casinhas de tijolinhos de adobe, barro prensado ou palha trançada, com cobertura de tabúa (um junco), não guarda relações com a atualidade.
Houve um processo de melhoria das casas, com redistribuição, na sua urbanização.
Abaixo, uma visão atual e uma tentativa de resgate do visual da localidade, que realizei, tentando fornecer uma melhor imagem para a reconstituição do evento.
A ambiência era, realmente, muito diferente da atual. A antiga aglomeração de casinhas de tijolinhos de adobe, barro prensado ou palha trançada, com cobertura de tabúa (um junco), não guarda relações com a atualidade.
Houve um processo de melhoria das casas, com redistribuição, na sua urbanização.
Abaixo, uma visão atual e uma tentativa de resgate do visual da localidade, que realizei, tentando fornecer uma melhor imagem para a reconstituição do evento.
O local original de sepultamento dos soldados aparece na imagem. Mas seus restos foram, pouco depois, transladados para Campo Formoso, autopsiados e inumados no cemitério local. Mais tarde, suas covas rasas foram reutilizadas e seus restos se perderam.
Visite: O cangaço na Bahia
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5 comentários:
Excelente postagem. Esse trabalho do Rubens é único e bastante elucidativo. Quando estive em Brejão, há uns 6 ou 7 anos atrás, conversei bastante com o Sr. Pedro de Souza Cruz, o qual, na época da 'chacina', tinha quase 26 anos de idade e a tudo assistiu. Inclusive, ele relevou esse fato - de que o povoado havia 'crescido muito' e quase nada mais tinha do vilarelo de 1929. Abs. Sergio Dantas.'., Natal
Sergio uma lamentável coincidencia. Pesquisando imagens de Brejão descobri hoje a tarde esta nota:
Pedro de Souza Cruz o popular “Catonho”, com seus 108 anos faleceu por volta das 5 horas da manhã desta segunda-feira dia 14 de março 2011, em sua residência no centro de Brejão da Caatinga. De acordo com seu neto Antônio Carlos Sousa Cruz, a pneumonia pode ter sido a causa da morte do homem mais antigo de Brejão, o qual deixou cinco (05) filhos, mais de trinta (30) netos, vários bisnetos e tataranetos.
Nascido em 05 de junho de 1902 em Brejão, filho de Joviniano de Souza Cruz e Maurícia Maria de Jesus, o senhor “Catonho” muito conhecido pela população brejãosense era considerado a pessoa mais velha não apenas deste povoado, mas de todo o interior de Campo Formoso.
Segundo Antônio Carlos, (Toinho filho de Deodoro Sousa ou Seu Nenê) os sintomas pneumáticos provavelmente foram os responsáveis pela morte do seu avô que estava internado no hospital São Francisco até sexta-feira passada. “Catonho” parou de respirar ao amanhecer desta segunda-feira, e seu corpo foi sepultado depois das 04 horas da tarde no cemitério local.
Ainda de acordo com Antônio Carlos, o senhor Pedro Souza era viúvo (da falecida Maria Raquel) morava com sua filha Luzia Souza Cruz no centro comercial de Brejão, sempre foi seguidor do catolicismo, viu inclusive a passagem de Lampião em solo brejãosense e deixou cinco filhos (sendo quatro mulheres e um homenm), aproximadamente trinta e cinco (35) netos, quase cinquenta (50) bisnetos e mais de quarenta (40) tataranetos.
Eita, cabra, é mais um que se vai. Mais uma testemunha...
Quando eu conheci seu Pedro ele tinha uns 100 anos mesmo (achei até que fosse brincadeira, mas aí está a confirmação da notícia).
Que Deus o tenha!
Com a morte deste, agora só vai a Brejão quem tem negócio. De Jaguarari prá lá são quase 60 km - de barro!
Abs
Apenas uma pequena correção no meu comentário acima: não é Jaguarari, mas CAMPO FORMOSO, que é a sede do município. Abs
Cresci ouvindo meus avós que eram de campo Formoso-Ba (minha terra),contarem a história do massacre de Brejão. Eles conheceram o cabo Militão, inclusive minha avó contava que a esposa do mesmo ,havia dito após ter sofrido uma agressão por parte dele que "Você há de me pagar, quem vai lhe acertar é Lampião" Conicidência? Não sei, voltou morto em uma rede , vítima das balas ou faca, não me lembro ao certo, do rei do Cangaço. E o Sr, Dativo que fazia parte da mesma volante e teria fugido ao presentir a aproximação da mesma, morreu ano passado (2010) aqui na cidade de Senhor do Bonfim.
Denise Amorim
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