A Casa "amaldiçoada" de Lampião
"Virgolino hoje tanta gente lembra seu destino / Desde a Ingazeira donde foi menino"...
(Rei do Sertão - Xangai)
O Sítio "Passagem das Pedras", situado a 45 km do atual município de Serra Talhada/PE, local onde nasceu "Lampião", terras que outrora foram dos Ferreiras (pais do famoso cangaceiro), foram compradas, posteriormente, pelo casal José e Agda Barbosa Nogueira.
Esse casal não tinha filhos. Foram herdeiros os filhos adotivos, seus sobrinhos: profª Maria José e Pedro Barbosa Nogueira. Encontrando "Demolida" a casa dos Ferreiras, no Sítio Passagem das Pedras, a professora/escritora Aglae Oliveira, indagou da atual proprietária:- "Por que a atual proprietária demoliu a residência dos Ferreiras (pais de Lampião) ? Tinha tanto valor para a história do cangaço no Nordeste ! Ouviu a escritora, o seguinte:
" Quando José Barbosa Nogueira comprou as terras, passou a residir na casa onde nasceu e viveu Virgulino ( antes de tornar-se Lampião) com sua família. José foi mordido por uma Cobra Cascavel... José começou a passar mal, e faleceu, após 12 dias de grandes sofrimentos. Era um bom homem, excelente esposo e estimado na Ribeira. A viúva, Agda, ficou inconsolável e tomou a deliberação de demolir as casas, onde, nos idos de 1898, nasceu Virgolino, e a D. Jacosa, avó do futuro cangaceiro.
A viúva admitiu que a morte do marido se deu porque morava na residência onde vivera um bandido. Para ela, a casa dava "azar". Hoje, o local é muito visitado por escritores, jornalistas, estudiosos da história do banditismo nos sertões do Nordeste.Hoje, o sitio, pertence ao Sr. Camilo Nogueira. (foto acima). No local da antiga casa de Lampião existem apenas escombros (pedaços de tijolo batido; telhas..), além de plantas típicas do sertão nordestino tipo xique-xique, faveleiros, quipás, e, frondosos e Mandacarus.
Nota: Estamos nos referindo ao verdadeiro berço de Virgolino, pois a casa de D. Jacosa reconstruída pela Fundação Cabras de Lampião que fica próxima é onde ele vai ser criado depois de alguns anos.
Texto de Ivanildo Silveira.
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