Alagadiço - Frei Paulo é Rota do Cangaço em Sergipe
O messianismo que surgiu no Nordeste, e principalmente o banditismo que se tornaram comuns, especialmente durante a República Velha esboça o abandono pelas autoridades entremeado de período de desmedida repressão contra os mais humildes dos sertões. Eis porque Lampião ainda é visto como um mal menor por muita gente, diante da selvageria dos senhores fazendeiros. Todavia, os horrores que os cangaceiros praticavam, muitas vezes levavam a reações como a que houve no Alagadiço contra Zé Baiano que acabou morto, dando início ao declínio do banditismo nos sertões. Alagadiço, pois, marca o primeiro grande revés no cangaço já que não se tratou apenas de expulsar os cangaceiros: eles foram desmoralizados com a morte de um dos mais temidos.
Atualmente, fruto do trabalho incansável do exército de um homem só, de Antônio Porfírio de Matos Neto, foi montado e é mantido por este um museu com várias e valiosas peças no mesmo povoado, daquele período negro da história nordestina, próximo do local do assassinato do terrível Zé Baiano, em 07 de junho de 1936 que, entre outras manias, tinha a de ferrar suas vítimas mulheres depois de as estuprar.
Curiosamente, a instalação do dito museu está às margens daquela que foi canal para o primeiro grande choque entre o branco dominador e o índio e o negro: a gênese do povão brasileiro.
Chega-se ao povoado tomando-se a BR-235 até Frei Paulo, e daí até o trevo para o mesmo povoado por mais três quilômetros; e do trevo até lá por estrada asfaltada, mais sete quilômetros. O museu está localizado numa casa modesta, às margens da estrada real dos quilombos, na saída no sentido da cidade de Carira. Está sempre aberto à visitação nos horários convencionais.
Créditos: Andarilho 59, YouTube
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