Luiz Ruben lançou: "Lampeão antes de ser capitão"
Apresento neste trabalho, o meu 10º sobre o tema cangaço, matérias dos jornais publicadas no período de 1920 a 1926, não faço intervenções, apenas atualizo os nomes das cidades que ao longo do tempo tiveram seus nomes trocados. A iconografia deste livro abrange a década de 1920 e início dos anos 30.
Foram consultados os seguintes: A Imprensa - Sobral CE; A Gazeta - São Paulo SP; A Lanceta – Maceió AL; A Noite - Rio de Janeiro RJ; A Província - Recife PE; A Rua - Recife PE; Correio da Pedra - Água Branca AL; Diário de Pernambuco - Recife PE; Diário da Noite - Recife PE; Estado das Alagoas; Gazeta de Notícias - Rio de Janeiro RJ; Jornal do Comércio - Recife PE; Jornal do Recife PE; Jornal Pequeno - Recife PE; O Globo - Rio de Janeiro RJ; O Jornal - Rio de Janeiro RJ; O Paiz - Rio de Janeiro RJ; Pacotilha - São Luiz MA; Revista da Cidade - Recife PE.
Os jornais tomam posição de críticas ao governo utilizando a situação provocada pelo cangaço, principalmente no território pernambucano. Os números divulgados pela imprensa com relação à quantidade de cangaceiros combatidos pela polícia eram sempre exagerados. Algumas vezes foi noticiada, erradamente, a morte de Sinhô Pereira e de Lampeão, mas eram também, às vezes, retificadas essas notícias. Ao vasculhar esse período tive algumas surpresas que tenho certeza os leitores pesquisadores perceberão. Alguns fatos publicados na época, nunca foram mostrados posteriormente em livros.
A imprensa publica muitos nomes de cangaceiros que ainda não foram catalogados por pesquisadores e que ainda pode ser motivo de estudo e pesquisa mais apurada. Encontrei coisas curiosas, inusitadas, até mesmo grandes equívocos, como a informação da morte de Luiz Padre, quando na realidade foi Antonio Padre.
O caso dos pobres roceiros que tinham seus chapéus de couro tomados nas feiras, pela polícia, por serem ‘trajes de cangaceiro’.
Em outubro de 1920 se publica a união do cangaceiro Sinhô Pereira com o grupo de Antonio Matilde, ou seja, incluindo Lampeão ou Virgulino e seus irmãos, Livino e Antonio Ferreira. Este último, o Antonio Ferreira, é citado como cangaceiro, em dezembro de 1920. A presença de Luiz Padre ainda é noticiada em 1921.
Em janeiro de 1921, Sinhô Pereira é chamado pela imprensa do sul de Átila do Pajeú. O capitão Theophanes também é chamado de Átila, conforme notícias da imprensa.
Em maio do mesmo ano se noticia a presença do grupo de cangaceiros chamado de ‘os três Antônios’ e em setembro a morte do cangaceiro Pedro Porcino.
Em dezembro de 1921 foram mortos três bandoleiros de nomes: Emygdio Ferreira, José de tal, vulgo Papudo e José Veríssimo Machado, vulgo Zezé, o grupo tinha como chefe Alfredo Guimarães, vulgo Caboclo.
Em 1922 os jornais fazem a cobertura sobre a morte do coronel Luiz Gonzaga, em Belmonte PE.
Em junho de 1923, a polícia de Pernambuco começa a recrutar praças no sertão para combater Lampeão.
A imprensa publica em 1923 uma carta esclarecedora da amizade de Luiz Padre com José Inácio, do Barro, que fora assinada em 1921; Publica uma matéria de como Sinhô Pereira entrou para o cangaço, assinada por João do Norte, um colunista do jornal; Também veremos a divulgação de um bilhete de extorsão assinado por Sinhô Pereira;
Uma publicação sobre a tática de guerra de Sinhô Pereira denominando-o ‘terror dos sertões’;
Ainda uma pequena cobertura jornalística sobre a invasão da cidade de Souza na Paraíba, pelos cangaceiros, identificando apenas o grupo de Francisco Pereira, embora saibamos da participação dos irmãos de Lampeão no acontecimento;
Apresento na íntegra a primeira vez que o nome de Lampeão é citado na imprensa, no Jornal Correio da Pedra, pertencente a Cia Fabril.
O Jornal, do Rio de Janeiro noticia uma estória fantástica sobre a transformação de Virgulino em Lampeão.
Uma das curiosidades apresentadas, que também não vi registrado em livros é o Decreto instituído por Lampeão, para alistamento de cangaceiros nas fileiras do banditismo.
O jornal A Província, publica em setembro de 1923 a ação criminosa do coronel João Nunes contra indefesos e pacatos sertanejos.
Em 1924 é noticiado falsamente a morte de Lampeão e seu irmão Livino. O jornal pernambucano, A Rua, publica pela primeira vez sobre um desertor da força pública de Pernambuco que teria se incorporado ao grupo de Lampeão, um tal de Ansilon Ribeiro;
Mostro o registro que antes de receber a patente de capitão do Batalhão Patriótico do Juazeiro, a imprensa já tratava Lampeão de “coronel” e de “capitão”;
A imprensa pernambucana, através do jornal A Rua, tenta pela primeira vez traçar uma biografia de Lampeão; Em fevereiro de 1926, o Jornal do Recife traz uma sensacional entrevista, dizendo que Lampião quer juntar mil homens para declarar guerra oficial aos estados da Paraíba e Pernambuco.
Apresento esse vasto material na intenção de contribuir na montagem de um gigantesco quebra cabeças que é o estudo do cangaço. Que não fique esquecido no passado o que foi conhecido pela sociedade, na época dos acontecimentos. Que ao juntarmos os retalhos, fazendo a cronologia, descobrindo detalhes, cruzando e descartando informações, descobrindo pessoas e lugares, possamos continuar estudando e assim, entender melhor esse processo que é parte de nossa história.
Boa leitura
Luiz Ruben F. de A. Bonfim
Serviço
Livro "Lampeão antes de ser capitão" edição do autor 371 páginas. Valor: R$ 60 (sessenta reais) com frete incluso. Para adquirir entre em contato com o autor pelo email luiz.ruben54@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário