terça-feira, 19 de março de 2019

O cordel de Emilly

Lampião sob o olhar de uma criança

No último dia 13 nós atendemos mais um convite do professor Renato Araújo para resumir a saga de Lampião para todos os alunos do ensino médio do Colégio José Augusto Vieira (rede particular de Lagarto,SE).

O ensaio histórico foi aberto para convidados, dentre estes a pequena Emilly de Souza Monteiro, de 10 anos, que movida pela curiosidade foi acompanhando sua mamãe, a professora M.ª Érica Monteiro.



Ontem a Emilly nos surpreendeu ao revelar que foi proposto aos alunos do 5º ano do Colégio Mundial, onde ela estuda, que produzissem um poema de tema livre para um concurso interno.

Surgiu um breve dilema, a indecisão sobre o que escrever, e ela nos disse que de repente veio uma luz, precisamente a luz de um Lampião que não se apaga. A pequena notável lembrou da nossa palestra e criou um pequeno cordel com as suas impressões e inclusive algumas das passagens que mais lhe impressionaram.


Manuscrito

Vamos conferir a transcrição dessa lindeza...


Lampeão

Cangaceiro arretado do Sertão quente
Tiro certeiro que passa pelo dente
Cangaço perigoso e pavoroso
Faca que dói como uma serpente.

Maria Bonita, sua linda esposa
Ficava a esperar e os tiros a escutar
Orava pra Lampeão pra não morrer nesse sertão
Rezava pra não morar naquele lugar.

Cangaceiro Balão, cangaceiro de Lampião
Chamou alguém que confiava de coração
Rasgou os ombros como promessa
Dentro tinha hóstias que botou Lampião.

Criança na mata não podia
O choro profundo acordava a polícia num segundo
Era mandada para padres confiáveis
E os pais não tinham noção da criança no mundo.

Cangaceiro rico com cinco anéis em cada dedo
Todos os acessórios de ouro brilhante
Na caça, armas de porte grande
Brilhante como lua minguante.

Mulher no cangaço não podia trair
Se traísse algo iria atrair
Poderia morrer sim
Lampião pena não tinha a sentir.

A morte deles foi anunciada
Dois dias depois do acontecido
Triste notícia, mas era pedido
Recompensa grande, prazer enorme
Cangaceiros mortos, esquecidos.

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