sábado, 30 de junho de 2012

Game de cangaço no Facebook


O Cangaço Wargame foi lançado no dia 9 de junho de 2012, e pode ser jogado gratuitamente através do Facebook. A idéia do jogo nasceu há cinco anos, a partir da vontade de se desenvolver um jogo com base em nossa própria cultura, fugindo dos tradicionais cavaleiros medievais e soldados da segunda guerra mundial. Naquele momento, o Cangaço Wargame foi idealizado como um jogo de tabuleiro para tablets e smartphones.

Essa ideia inicial foi desenvolvida como um protótipo para tabuleiro com peças pintadas à mão, que foi utilizado para se testar e evoluir as mecânicas, regras e idéias do jogo. A experiência de desenvolver um protótipo de tabuleiro foi bastante gratificante e mostrou que o jogo e o tema se encaixam de uma forma muito divertida.



Durante os testes, notou-se que as batalhas eram muito competitivas, e os dois jogadores duelavam e interagiam com afinco durante a partida. Nesse momento, percebeu-se que o jogo possui características sociais muito marcantes e que o melhor ambiente para sua utilização seria o Facebook.

O jogo
No cangaço Wargame, você lidera um bando de cangaceiros em batalhas épicas nas fazendas, cidades e brejos da caatinga. Cada batalha é jogada em turnos contra um amigo de sua rede social no Facebook. Isso significa que você pode fazer a sua jogada sem que o seu amigo esteja necessariamente online. Dessa forma, uma partida pode ser jogada imediatamente, ou ao longo de um dia, ou até mesmo uma semana.





Ao iniciar uma partida, você irá comandar o seu bando de cangaceiros contra a temida volante, que será controlada pelo amigo escolhido na sua rede do Facebook. À medida que você vai vencendo seus amigos, sua pontuação vai aumentando e você poderá se tornar o “Rei do Cangaço”.

Em cada turno, você irá movimentar os seus personagens, atacar os seus inimigos, e se posicionar de forma a dominar o time adversário ou defender seu território, dependendo do tipo de batalha sendo jogada e do grupo que você está controlando: cangaceiros ou a volante, que possuem personagens e estratégias diferentes.

Para desbravar a aridez do sertão, você terá que racionalizar o uso da água, que é o recurso mais escasso e importante tanto para os cangaceiros quanto para a volante. No jogo, a água é usada para se “treinar” novos personagens e assim tentar obter uma vantagem tática na batalha.

História

Todos os elementos do Cangaço Wargame estão sendo baseados no movimento brasileiro que batizou o jogo. Muito do cotidiano dos cangaceiros será retratado, como por exemplo o fato dos cangaceiros atirarem de lado, pois assim, eles eram “meio homem” e ficavam mais difíceis de acertar. As roupas, cores, armas e as estratégias do jogo são cuidadosamente embasadas na historia do movimento. Para isso, a Sertão Games contou com a consultoria de um dos maiores especialistas sobre o assunto, o médico e escritor Leandro Cardoso Fernandes.

Confrade Leandro in foto do coroné Severo

O primeiro desafio que será apresentado ao jogador é completar a campanha de batalhas sob o ponto de vista de um bando de cangaceiros. A sequência de batalhas nessa campanha retrata diversos lugares onde ocorreram importantes eventos ligados ao cangaço. Para completar a campanha, o jogador precisará vencer seus amigos em cada uma dessas batalhas.



A época e os lugares em que o fenômeno do cangaço aconteceu também estão retratados no estilo, nos textos e na música do jogo, cuja trilha sonora está sendo composta pela banda Validuaté.

O cangaço foi lançado no dia 09/06/2012, e pode ser jogado gratuitamente, de qualquer lugar do mundo, através do Facebook.

Para notícias e mais informações, acompanhe a fanpage da Sertão Games: CLIQUE AQUI

Para jogar : CLIQUE AQUI

Videos





    Açude: Cangaço.com

terça-feira, 26 de junho de 2012

Novo livro na praça

A outra face do Cangaço - Vida e morte de um praça

Depois da merecida homenagem em Angico Clique aqui para rever a matéria o escritor pernambucano Antonio Vilela de Souza autor de "O Incrivel mundo do cangaço", volumes I e II apresenta o resultado de sua mais recente pesquisa.


A presente obra custa R$ 20,00 (Vinte reais) + frete a consultar. Tem 102 páginas, fotos inéditas e está sendo comercializado exclusivamente pelo autor via email :  incrivelmundo@hotmail.com ou telefones: (87) 3763 - 5947 / 8811 - 1499 / 9944 - 8888 (Tim)

Soldado Adrião - O herói esquecido

Resenha de Ivanildo Silveira



Por muitos anos, em que pese a vasta produção literária sobre a morte de Lampião e seu cangaço, pouco se falou sobre o soldado Pedro Adrião de Souza, o único do lado da força a morrer no combate de Angicos, ocorrido em 28 de julho de 1938. Ainda hoje,  há polêmica sobre esse assunto...

E, as perguntas não querem calar: Vejamos :

1º) Teria o soldado Adrião sido morto  por balas disparadas pelos cangaceiros ?
2º) Teria ele sido vítima do chamado " fogo amigo ' ?
3º) Ou, teria sido eliminado, de propósito, por algum colega no calor da refrega ?

O novo livro, recentemente lançado, " A outra face do cangaço : Vida e morte de um praça ", de autoria  do professor pernambucano, Antonio Vilela de Souza, procura jogar mais lenha na fogueira, e tenta, na sua ótica, esclarecer as indagações, acima citadas....

Vamos aguardar, o que os estudiosos do tema nos trarão de conclusão, sobre essa obra, e, sobre esse mistério que, ainda, paira sobre o combate de Angicos....

Ivanildo Silveira
Colecionador do Cangaço
Membro da SBEC e conselheiro consultivo do Cariri Cangaço
Natal, RN

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Ao pé da cerca

A conversa do Coronel Joaquim Rezende com o Capitão Virgulino Ferreira

Por Ticianeli

Joaquim Rezende (à esquerda) conversa com Melchiades
da Rocha. Foto: Maurício Moura - A Noite
A morte de Lampião, em 28 de julho de 1938, chegou ao conhecimento dos jornais da então capital do país, Rio de Janeiro, pelas mãos de um alagoano. Melchiades da Rocha era repórter do jornal carioca A Noite, quando recebeu um telegrama o seu irmão Durval da Rocha, despachado de Santana do Ipanema, em Alagoas, comunicando que “onze bandidos, inclusive Lampião, foram mortos pela polícia alagoano na fazenda Angicos, em Sergipe”. Foi um dos maiores furos de reportagem daquela época.

A título de curiosidade, a participação da família da Rocha no episódio não para por aí. Quando as cabeças dos cangaceiros chegaram à Santa Casa de Misericórdia de Maceió, foram autopsiadas pela equipe chefiada pelo Dr. Ezechias da Rocha, outro irmão de Melchiades.

Como prêmio pelo furo de reportagem, e também porque era alagoano, Melchiades recebeu a incumbência de viajar, no dia seguinte às mortes, para a sua terra e acompanhar os acontecimentos. Do aeroporto, o repórter se dirigiu para Santana do Ipanema, onde as cabeças iriam ser expostas. Foi assim que, no dia 30 de julho de 1938, Melchiades descobre que naquela cidade do sertão alagoano, se encontrava o prefeito recém eleito de Pão de Açúcar, Joaquim Rezende, a quem se referiam como tendo sido um dos amigos de Lampião.

O Coronel Joaquim Rezende foi prefeito de Pão de Açúcar entre 1938 e 1941. Segundo Etevaldo Amorim, em seu livro Terra do Sol, Espelho da Lua, a sua administração foi marcada por investimentos importantes para cidade, principalmente na melhoria das condições de moradias das populações mais pobres. Morreu assassinado em 1954, quando ocupava o cargo de delegado de Polícia. Os assassinos formam os irmãos Elisio e Luiz Maia. Elisio era o prefeito do município.

Melchiades da Rocha, no seu livro Bandoleiros das Catingas, lançado em 1942, recorda do encontro que teve com Joaquim Rezende em Santana do Ipanema. Ele se refere ao prefeito de Pão de Açúcar como sendo “um abastado proprietário em seu município” e que ele estava em Santana também “à espera da cabeça de Lampião, pois desejava certificar-se se de fato ele havia morrido”.

A situação de amigo de Lampião de Joaquim Rezende aguçou os instintos do repórter, que começou a se perguntar o que teria levado um rico cidadão a “se tornar um afeiçoado do Rei do Cangaço”, quando era prefeito de uma cidade que era alvo das ações do bandido. A narrativa a seguir é um valioso documento de como se davam as relações de Lampião com o poder político e econômico das regiões sertanejas vítimas do cangaço.

Sem quaisquer etiquetas, pois nós sertanejos não somos, apenas, iguais perante a lei, apresentei-me ao Cel. Rezende e lhe disse à moda da terra:

— "Seu" Rezende, eu queria uma palavrinha do senhor!

— Pois não! — respondeu-me, amavelmente, o prefeito de Pão de Açúcar.

Momentos depois o Sr. Rezende e eu nos achávamos na sede da Prefeitura de Santana. Em poucas palavras relatei os meus propósitos ao cavalheiro que me fora apontado como sendo grande amigo de Lampião.

Após ter-me oferecido uma cadeira, o Sr. Rezende sentou-se e narrou, pormenorizadamente, como e por que se tornara amigo do Rei do Cangaço, amigo ocasional, bem entendido, pois não poderia ter sido de outro modo.

Fala o Coronel Rezende

Conheci Lampião em 1935, época em que me escreveu ele, pedindo mandasse-lhe a importância de quatro contos de réis, prometendo-me, ao mesmo tempo, tornar-se meu amigo se fosse atendido. Em resposta à carta do terrível bandoleiro, mandei dizer-lhe pelo mesmo portador que lhe daria de muito bom grado o dinheiro, mas que só o faria pessoalmente.

Três dias depois Lampião mandou-me outro bilhete do seu próprio punho, dizendo-me que me esperava às 10 horas da noite na fazenda Floresta, município de Porto da Folha, em Sergipe, recomendando-me que fosse até ali, mas não deixasse de levar o dinheiro. Não obstante os naturais receios que tive, à hora aprazada cheguei ao local do encontro, onde permaneci até uma hora da manhã, quando surgiu um cangaceiro que, ao ver-me, perguntou-me se eu era o moço que desejava falar ao capitão. Respondi que sim.


Frente do Salvo-conduto entregue por Lampião ao
Coronel Joaquim Rezende
Dentro de poucos minutos, então, o Rei do Cangaço ali se apresentava acompanhado de quatro homens, “Juriti”, “Zabelê”, “Passarinho” e "Nevoeiro". Ao ver o grupo aproximar-se, identifiquei logo Virgulino e a ele me dirigi, cumprimentando-o. O famoso bandoleiro, ao contrário do que eu esperava, recebeu-me amavelmente e foi logo perguntando sobre o que lhe havia levado. Sabendo que o Rei do Cangaço gostava de beber, eu, que levava comigo três litros de conhaque, lhos ofereci.

A fim de que desaparecesse logo qualquer suspeita do bandoleiro, prontifiquei-me a ser o primeiro a provar a bebida. Encarando-me com olhar firme, Lampião me disse em tom natural: “Concordo em que o senhor beba primeiro, mas não é por suspeita e sim porque o senhor é um moço decente e eu sou apenas um cangaceiro”. Tomamos, então, o conhaque e, em seguida, abordei o Rei do Cangaço sobre o dinheiro que ele me havia pedido. Como resposta, disse-me ele: "-O senhor dá o que quiser, pois eu dou mais por um amigo do que pelo dinheiro”.

— Esse fato — disse o conceituado comerciante de Pão de Açúcar — teve lugar no mês de agosto de 1935, e a minha palestra com Lampião durou três horas, tendo ele me falado de vários assuntos, entre os quais o relativo à perseguição de que era alvo, acrescentando que, de todas as forças que andavam em seu encalço, a que mais o procurava era a do então Major Lucena, dada a velha inimizade que o separava desse oficial da policia alagoana, a quem reconhecia como homem de fato e dos mais corajosos.



Verso do Salvo-conduto, com os seguintes dizeres:
"Au Amo Joaquim Rezendis, como prova di amizadi e garantia perante os Cangaceiro.
Offereci C. Lampião."
Quanto às forças dos outros Estados, disse-me Lampião que se arranjava “a seu gosto...”, fazendo nessa ocasião graves acusações a vários oficiais dos que andavam em sua perseguição.

— Aí está como foi o meu primeiro encontro com o Rei do Cangaço. — Depois — acrescentou o prefeito de Pão de Açúcar — Lampião mandou pedir-me bebidas, charutos e também objetos de uso doméstico. Mais tarde, porém, fui informado de que ele estava empregando esforços no sentido de matar o Sr. José Alves Feitosa, ex-prefeito de minha terra que, como eu, o esperara muitas vezes ali, a fim de fazer-lhe frente, pois foi das mais terríveis a ação de Virgulino em nosso município.

Tratando-se de um amigo meu o homem que estava destinado a morrer às mãos de Lampião, procurei um pretexto para me avistar com este e não me foi difícil encontrá-lo. Todavia, após uma série de considerações, em que fui até exigente demais, Lampião, dizendo ao mesmo tempo que só fazia tal “sacrifício” para me satisfazer, prometeu-me sustar a realização de sua sanguinária intenção, declarando-me naquele momento que já tinha em campo dois homens para fazer o “serviço” lá mesmo na cidade de Pão de Açúcar, já que o visado andava resguardado, não saindo para parte alguma.

Tal conhecimento com Lampião, deixou-me, aliás, em situação crítica, pois inimigos meus denunciaram ao Coronel Lucena que eu era um dos coiteiros do celerado cangaceiro. Ao ter ciência de tal acusação, dirigi-me ao referido oficial e lhe expus as razões que me levaram a ter contato com o Rei do Cangaço, após ter andado prevenido contra ele, longo tempo. Jamais faria isso se não fosse a situação em que, como muitos outros sertanejos, me encontrei durante longo tempo.

Intercedi, depois disso, em favor de várias firmas comerciais de Maceió e Penedo, cujos representantes teriam caído às garras do bando sinistro se não fora a minha intervenção junto a Lampião. Há dois meses passados, fui forçado, do que não guardei reserva ao Coronel Lucena, a intervir novamente em defesa de algumas vidas preciosas, no que fui feliz, conseguindo que Virgulino desistisse dos seus sinistros propósitos.

Pesquei nexitante em Ticianeli

Adendo

Joaquim Resende – Ex-Prefeito de Pão de Açúcar e chefe político da UDN, partido do governador Arnon de Mello, o delegado de Policia Joaquim Resende foi assassinado em São José da Tapera, a época pequeno povoado do município de Pão de Açúcar, numa manhã de setembro de 1954, a tiros de parabélum. Os assassinos foram o então prefeito Elisio Maia e seu irmão Luiz Maia, que se diziam perseguidos pelo mesmo. Inclusive, conforme declarações do próprio Elisio Maia, feitas na fase do inquérito policial, a vitima vinha armando varias emboscadas para matá-lo Elisio,que era Prefeito, abandonou a Prefeitura e foi embora para o Sul do país.

Trecho da reportagem "Crimes e Processos Insolúveis em Alagoas" publicado em 8 de julho de 2011 no Jornal Extra de Alagoas.
Pescado em André Cabral História

terça-feira, 19 de junho de 2012

A força do coronel

Documento que conferia prerrogativas especiais aos ex-integrantes da Guarda Nacional:

Por Dênis Artur Carvalho

Eis a carta-patente que pertenceu ao Cel. João Militão da Silva Barros.




Tradução:

Junta Militar do Município de Floresta, 23 de Agosto de 1937.

Honras e garantias aos oficiais da Guarda Nacional.

A lei n° 602 de 19 de setembro de 1850, conferiu aos senhores Oficiais da Guarda Nacional as mesmas honras e garantias que competem aos Oficiais do Exército e Armada Nacional (Artigo 60 e 66), tendo o Decreto n° 13.040, de dezembro de 1918, que extingue a aludida guarda, lhes assegurando, como não podia deixar de fazê-lo, tais prerrogativas, assim dispondo no número um do parágrafo 1° do artigo 22, os oficiais da Guarda Nacional continuam nos gozos de seus direitos de acordo com a lei em vigor, não podendo serem recolhidos a prezídios [sic] destinados a réus de crimes comum. Parecer n° 85 de 7 de setembro de 1936 do Supremo Tribunal Federal e Justiça Militar do Boletim diário n° 79 de 23 de setembro de 1936. (Assignado)

Antonio Luiz Cavalcante d’Albuquerque.
O major à quem foi conferido esse documento foi preso e mandado à cadeia pública do Recife pela símples acusação de acoitar cangaceiros (o que realmente aconteceu, mas quem seria o louco de expulsar 93 homens armados de seu "terreiro", vindos do combate da Tapera?).


Cel. João Militão da Silva Barros  

Essa famosa questão da "injustiça social e miséria" não está apenas relacionado ao coronelismo. E cangaceiro também não é o "herói" que assaltava as fazendas e distribuía os saques com os "flagelados" da seca, como muitos acreditam.

Não defendo a tese do "banditismo social" e nem puxo a toalha para nem um dos lados, mas colocar os "coronéis"  como únicos responsáveis pelo surgimento do banditismo e considerá-los pior de que estes é uma tremenda injustiça.

Sinhô Pereira era descendente de barão, membro de uma das famílias dominantes da região, muitas vezes até chamado de "coroné" e mesmo assim era cangaceiro. Então, não combina essa questão de "os oprimidos rebelaram-se contra seus opressores".

Um abraço e desculpa as entrelinhas.

Dênis Artur Carvalho.

domingo, 17 de junho de 2012

Voltamos a apresentar

Lampião em Limoeiro, CE

Segunda parte da entrevista de Custódio Saraiva de Menezes Juiz municipal de Limoeiro do Norte em 1927, concedida a Agenor Ferreira, da Rádio Vale do Jaguaribe, em 1977.

Constam também mais dois depoimentos gravados por nós, em 1997. Um é do irmão de Custódio Saraiva e o outro de mais uma testemunha ocular, uma senhora que presenciou a entrada de Lampião em Limoeiro.



Bom proveito
Aderbal Nogueira!

A propósito

Vocês sabem algo sobre esse pistoleiro que acompanhava Lampião em Limoeiro?
Se não me engano, Frederico Pernambucano uma vez me falou que Lampião tinha serviço de pistolagem para cobrar dinheiro emprestado  por ele para comerciantes nas capitais.

Isso procede?


 


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Games

Universitários recém-formados expõem game "Guerra no Sertão" na Espanha

Obra de brasileiros, que tem o cangaço como tema, é selecionada por júri internacional para compor a II Muestra de Estudiantes BID10

Por Larissa Drumond, iG São Paulo

Estudantes recém-formados de Design de Games criaram o jogo “Guerra no Sertão” como trabalho de conclusão de curso, em 2008. E mal sabiam que, dois anos depois, ele seria selecionado por um júri composto por especialistas de vários países para ser exposto na II Muestra de Estudiantes BID2010, em Madri, na Espanha. O trabalho será exibido em formato audiovisual no prédio da Central de Design do Matadero de Madri, onde será a II Bienal Ibero Americana de Design – que segue até 31 de janeiro. Mas o público não poderá interagir. “Os visitantes verão apenas imagens do trabalho, mas está publicado na internet para jogarem depois”, afirma o professor Delmar Galisi, da Universidade Anhembi Morumbi, que orientou e inscreveu o projeto.

A ideia era usar uma temática ligada à cultura brasileira. “Queríamos fazer algo sobre nosso país. Estávamos em dúvida entre índios ou cangaço, porque ambos possuem muitos elementos ricos culturalmente. Tiramos cara ou coroa para decidir”, conta Bruno Barbosa Ramalho, que faz parte do grupo Picolargo – ainda composto pelos alunos Alex Canduço, José Alexandre Paiva Castro, Rafael Padovani e Vinícius Gouveia.


O objetivo do jogo é fazer o cangaceiro ficar cada vez mais famoso

Este foi o primeiro jogo completo desenvolvido pelo grupo, com exceção do primeiro – de tabuleiro. “Os outros eram apenas demonstrações, pois jogos mais complexos não são fáceis de fazer”, diz Bruno. “Para o ‘Guerra no Sertão’, nos inspiramos em games antigos, em que o maior objetivo é alcançar certa pontuação. É como o Pac-Man, o Space Invaders e esses jogos de fliperama”, comenta José Alexandre.

Ao todo, foram nove meses de produção – cinco destinados a pesquisa e projeto de criação e outros quatro ao desenvolvimento. Mesmo antes do início do ano letivo, o grupo já havia colhido informações para que a batalha sertaneja ficasse pronta a tempo.

Acessibilidade
Critério também importante é a acessibilidade. Os usuários jogam sem a necessidade de instalar programas no computador. “Não queríamos que fosse mostrado apenas como um projeto acadêmico e que não saísse desse âmbito”, explica o aluno. “O objetivo era que o maior número de pessoas pudesse jogar; por isso, escolhemos a web. Quanto menos barreiras, melhor”, continua.

Eles ainda dizem que o PC ainda é a plataforma que se encaixa melhor. Computador e internet bastam. “Fazer o jogo para algum console se tornaria um obstáculo para a maior parte das pessoas”, explicam. Mas isso não impede que o jogo seja portado, no futuro, para celulares, que já possuem algumas facilidades para o desenvolvimento em flash. Ou até para o XBOX Live e o Playstation Network.



 "Pesquisamos bastasnte para ficar o mais original possível" 
diz Bruno Barbosa

Press start
“Guerra no Sertão” é um típico jogo de estratégia, que possui combate e coleta de recursos. A jornada, disponível apenas em português, acontece com o cangaço servindo como pano de fundo. “O grupo percebeu que há muita sincronia entre os games de estratégia e o contexto sertanejo do começo do século XX. Por outro lado, é casual, acessível e não precisa ser manipulado por especialistas”, revela o professor.

O jogador controla um cangaceiro que tem de sobreviver no sertão. Quanto mais tempo o personagem sobreviver, mais famoso será – e, consequentemente, a pontuação será maior. O objetivo é obter fama, que cresce de acordo com o número de batalhas vencidas e o tempo de saque nas vilas. Para isso, é preciso comprar mantimento, enfrentar o ataque da polícia e, claro, assaltar os vilarejos. O nível de dificuldade do jogo aumenta conforme a versão virtual do “Lampião” derrota um exército da polícia e se fortalece. É assim que o jogo fica mais complicado, até o personagem morrer e a pontuação ser registrada no ranking.

Segundo os criadores, as regras foram criadas para que o game fosse realmente sobre o cangaço, e não apenas rotulado como um determinado gênero – ação, corrida ou luta. E foram atrás. “Pesquisamos bastante para identificar elementos dentro do tema e ficar o mais original possível”, compartilha Bruno.


Da esquerda para a direita: Bruno, Rafael, 
Vinícius e José Alexandre

Select
O “Guerra no Sertão” já esteve em outras exposições, como a Life Online of Life, na Galeria Olido (SP) neste ano. Também foi selecionado para o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File) 2009, onde foi considerado um dos melhores projetos multimídia da história do evento, e para a Bienal Iberoamericana. Neste ano, ainda foi vencedor do Festival de Jogos Independentes na categoria “PC”, por voto popular, no Simpósio Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital (SBGames).

A partir de dezembro, todas as obras farão parte de uma exposição virtual da BID10, que poderá ser acessada pelo site oficial. O lado negativo é que os próprios designers não verão a reação do público espanhol. “A organização de Madri não previu o envio de passagens”, finaliza o professor.

Pesquei no IG jovem

domingo, 10 de junho de 2012

Todos a Mossoró!!!

XIV Fórum do Cangaço


Caros Sócios e amigos, Confiram abaixo a Programação do XIV Fórum do Cangaço a ser realizado no periodo de 12 a 14 de junho de 2012 na Universidade Potiguar - UNP Mossoró/RN.O Tema desta edição é: "A violência nos sertões do Nordeste no tempo do cangaço"             

Coordenação Geral:
Lemuel Rodrigues da Silva

Comissão Organizadora:
Emanuel Pereira Braz; Francisco das Chagas Nascimento; Francisco de Assis Nascimento; Marcilio Lima Falcão; Lemuel Rodrigues da Silva; Paulo Medeiros Gastão, Rosimeiry Florêncio de Queiróz Rodrigues

Realização:
Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço – SBEC

Organização:
Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço - SBEC
Universidade Potiguar

Contatos:
Lemuel Rodrigues da Silva (84) 8879 3893 - sbecbr@gmail.com

Cronograma de atividades

Dia 12/06/12 – Terça-feira.

19h15min
Local: Universidade Potiguar
Solenidade de abertura

20:00h
Conferência de abertura
Tema: "O código do sertão: violência e resolução de conflitos"
Conferencista: Prof. Francisco Linhares Fonteles Neto – Fortaleza/Ce
Coordenação: Paulo Medeiros Gastão

21:00h
Lançamento de livro:
Obra: "A outra face do cangaço": vida e morte de um praça.
Editora. Edições Bagaço     
Autor. Antônio Vilela de Sousa

Dia 13/06/12 – Quarta-feira

08:00h
Assembléia Geral da SBEC

19h15min
Mesa-redonda
Tema: "Violência contra a mulher no tempo do cangaço"
Debatedoras
Juliana Pereira Ischiara  - Quixadá/CE
Susana Goretti Lima Leite – Mossoró/RN
Moderadora
Rosimeiry Florêncio de Queiróz Rodrigues
                      
Dia 14/06/12 – Quinta-feira

19h30min
Posse da nova diretoria

20h00min
Mesa Redonda
Tema: "Narrativas sobre o cangaço na imprensa"
Debatedores
Anildomá Willans de Souza – Serra Talhada/PE
Wescley Rodrigues Dutra – Cajazeiras/PB
Moderador
Marcilio Lima Falcão
 

Taxa de inscrição: R$ 20,00
Carga horária: 12h
12 de junho das 07:00h às 11:00 e 14:00 às 19:00: Credenciamento


Atenção:

O sócio da SBEC terá direito a 50% de desconto na inscrição, conforme previsto no estatuto.
São considerados sócios todos aqueles que efeturaram o recadastramento na 1ª e 2ª fase. (2011-2012).
Consta em mãos dos monitores relação dos sócios que efetuaram o recadastramento.

Informações sobre hospedagens:

Hotel Valley
Av. Presidente Dutra, 360. Ilha de Santa Luzia Mossoró/RN
Fone: (84) 3315 1950
http://www.hotelvalley.com.br
Informações e reservas: hotelvalley@hotmail.com



Lemuel Rodrigues da Silva
Presidente

sexta-feira, 8 de junho de 2012

15 de Junho de 1927

A pisada de Lampião em Limoeiro

In História Política de Limoeiro

Segue o áudio de uma entrevista raríssima do juiz municipal em Limoeiro do Norte, (CE) quando da entrada de Lampião em sua cidade, o Dr Custódio Saraiva de Menezes, concedida a Agenor Ferreira, da Rádio Vale do Jaguaribe.


Foi meu grande amigo Luciano Klein me presenteou com essa rara entrevista. Esta é a 1ª parte da mesma. Logo o próximo capitulo tem muito mais curiosidades, bem como com outros depoimentos de remanescentes daquela época.

Talvez alguns amigos já conheçam essa material, mas para muitos deve ser uma novidade. A história não tem dono, portanto deve ser compartilhada.

Abraços
Aderbal Nogueira

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Vai um filminho aí?

Baile Perfumado | COMPLETO |

Um filme de 1997, com direção conjunta de Paulo Caldas e Lírio Ferreira. Homem de confiança de Padre Cícero, o fotógrafo árabe Benjamin Abrahão, parte de Juazeiro, no Ceará, nos anos 30, para levantar recursos e filmar Lampião e seu bando. Graças à sua habilidade para estabelecer contatos, Benjamim localiza o cangaceiro e registra o cotidiano do grupo.

O filme, no entanto, é proibido pela ditadura do governo de Getúlio Vargas, durante o Estado Novo e só foram recuperadas no início dos anos 60 pelo cineasta Paulo Gil Soares e seu produtor, Thomas Farkas.

Em 1965, eles realizaram o curta-metragem "Memória do Cangaço" que, ao lado de "A Musa do Cangaço" (1981), de Humberto Mauro, ajudou a popularizar a figura de Benjamim entre os estudantes nordestinos.

A história é pontuada pelas imagens originais do protagonista, e apenas onze minutos do filme exibem um Lampião bem diferente do herói dos pobres: Aburguesado, maravilhado com modernidades como a máquina fotográfica e a garrafa térmica, tomando *"uísque" e banhando-se em *"perfume francês", além do bando que também promovia bailes no meio do sertão, daí a origem do título do filme.


De acordo com a maioria de nossos entrevistados e confrades esta é a película que mais lhes agradou dentre os trabalhos voltados para o tema. E você, o que achou?


Açudes:Wikipedia e TV Cangaço - YouTube

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Na ponta do pincel

Jô Fernandes expõe em Fortaleza "O Cangaço, sua Influência e Estética"


Indumentárias, acessórios e o legado do bando de Lampião na literatura e no cinema são alguns dos elementos explorados pelo artista na exposição

O artista plástico paranaense radicado no Ceará, Jô Fernandes, realiza a partir de hoje a exposição "O Cangaço, sua Influência e Estética". A mostra acontece na galeria BenficArte, no shopping Benfica, e fica aberta à visitação até 26 de junho.

A coleção faz um passeio pelo mundo do cangaço a partir de elementos que simbolizam o movimento e que interferiram nele: indumentárias, personagens, tradições, costumes e a herança deixada pelos cangaceiros compõem as cenas dos 16 quadros, pintados em tinta acrílica sobre tela.

"A intenção foi representar além de elementos como os trajes e utensílios dos dia a dia, o legado deixado pelos personagens do cangaço, como a influência no cinema, na literatura, na música, nas tradições e no imaginário popular", explica Jô Fernandes.

Origens
"Paranaense nordestinado", como ele se considera, Fernandes diz que o apreço pelo cangaço vem desde pequeno, quando se dedicava a assistir filmes e ter contato com livros sobre o bando de Lampião.

"Não faço apologia à violência, o que me encanta nos cangaceiros é a liberdade que tinham, que era também a causa pela qual lutavam", argumenta. A decisão de vir para o Nordeste aumentou ainda mais o vínculo do artista com o tema. "Morei muito anos na Bahia, mudei bastante de estado por causa da publicidade. Fui diretor de arte por 33 anos. Já havia morado no Ceará antes, em 1978, quando nasceu meu filho. Então, depois que deixei as agências, resolvi me mudar para Fortaleza", esclarece o artista.



A série começou a ser pesquisada em dezembro de 2010 e finalizada em setembro de 2011, mas esteve inédita até agora. Segundo Fernandes, o material está cotado para seguir para a França depois desta passagem por Fortaleza.

Estilo

Um dos destaques da obra de Jô Fernandes é o traço angular, limpo, quase vetorizado, que o artista consegue reproduzir sobre a tela, como se contasse com a ajuda de recursos digitais.

"Um amigo publicitário viu meus desenhos, dia desses, e comentou sobre isso. Ele disse: ´Jô, seu traço parece Corel Draw!´. Eu ri e até me chateei depois, mas hoje eu acho legal. Não é uma tarefa fácil reproduzir esse traço, então me orgulho disso!", comenta.

De fato, Fernandes leva de três semanas a um mês para finalizar cada quadro e desconfia que seu estilo tenha sido "a sequela boa que a publicidade deixou!", brinca.

A exposição "O Cangaço, sua Influência e Estética" tem curadoria do arquiteto João Jorge Melo. A abertura acontece hoje, às 19 horas e a visitação é gratuita.




Mais informações:

Abertura da exposição "O Cangaço, sua Influência e Estética", hoje, às 19h, na Galeria BenficArte, no Shopping Benfica (Av. Carapinima, 2200). Gratuito. Em cartaz até 26 de junho. Contato: (85) 3243.1000


Quem soprou foi o coroné Osmiro daí pesquei no: Diário do Nordeste no Meu Ceará e no  Blog do Jô

terça-feira, 5 de junho de 2012

Revolta de Princesa na telinha

Tela Brasil - apresenta:



No início do período republicano no Brasil, ricos fazendeiros comandavam a política nos municípios do interior dos estados. No sertão da Paraíba, o município de Princesa tinha como autoridade maior o coronel José Pereira que, em 1930, se sentiu desprestigiado pelo então presidente da Paraíba, João Pessoa, quando o mesmo deixou de fora, na composição de uma chapa para deputado federal, o ex-governador João Suassuna, pai de Ariano Suassuna.

Aliadas a esse episódio, medidas econômicas e novas práticas políticas adotadas pelo presidente do estado levaram o coronel José Pereira a romper com João Pessoa, também candidato a vice-presidente da República na chapa encabeçada por Getúlio Vargas. O coronel passou da oposição política à luta armada. A Revolta de Princesa, como ficou conhecido o episódio, tomou grandes proporções, envolvendo a Paraíba, Pernambuco e o governo federal. Em 2010 a TV Senado fez um resgate desse fato da história política do país. Direção: Deraldo Goulart.



Este artigo é especialmente dedicado ao confrade Carlos Eduardo Gomes "cangaceiro carioca"


Créditos Ewerton Michel/ YouTube

sábado, 2 de junho de 2012

Voltamos apresentar

Amigos, eis aqui o último capítulo do polêmico "Padre Cícero e Lampião", com o
Professor Renato Casimiro.



Espero tirarmos algumas conclusões que venham a nos ajudar no entendimento da nossa história.

No próximo CONHECEDORES DA NOSSA HISTÓRIA, Auschwitz, Treblinka, Dachau, Buchenwald, Sobibor, Dublin...?

Nada disso. É Crato, Cariús, Ipu, Quixeramobim, Senador Pompeu e Fortaleza. Pois sim. Nós também tivemos disso para nos envergonhar. "CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO DO CEARÁ".


Aguardem
Aderbal Nogueira

2 Intimações

Uma em Fortaleza...

Cumpadi Camilo em foto do Coroné Severo
Nesta terça-feira dia 05 de junho, às 15h, no Auditório João Frederico Ferreira Gomes –Anexo II da Assembleia Legislativa – Centro Cultural do Parlamento, Mostra Olhar do Ceará - 22° Cine Ceará tem a exibição do documentário “SOBRE CABRAS, MACACOS E CANGACEIROS” de nosso grande confrade Camilo Vidal.

Só uma palhinha pra vocês




... E a outra em Recife



Na mesma terça, 5 de Junho, Reunião do Nec - Núcleo de Estudos do Cangaço. Às 19 horas, na sede da UBE (Casa Rosada da Rua Santana, em Casa Forte, na zona norte do Recife). Estamos atendendo a pedidos de um grupo vindo de Salvador (BA), que desejando conhecer nossas atividades, só poderá se fazer presente na data citada.

A reunião terá a palestra do Professor Tarcísio Alves, versando dobre a " Santa Cruz do Deserto - a comunidade igualitária do Caldeirão". 

O tema é fascinante, pois faz parte de um acontecimento que poucas conhecem na história do Brasil. 

O Caldeirão do beato José Lourenço foi tema do mestrado de Tarcísio, tendo resultado num livro muito bom e indispensável para todo aquele que deseja saber mais sobre a realidade brasileira.


Contamos com a presença de todos.
Abraços 'lampiônicos',
Att Rosa Bezerra