Dadá, última musa do cangaço
Transcrito por Rubens Antônio
Sob muitas lágrimas das duas filhas, dos três que teve com Corisco, dezenas de netos e bisnetos, todos chorando convulsivamente, e aplausos de um bom número de admiradores, que acorreram ao Jardim da Saudade, foi sepultado ontem, às 18h10min, o corpo de Sérgia Silva Chagas (Dadá), que morreu, aos 78 anos, na madrugada de ontem, no Hospital São Rafael, vitimada por um câncer generalizado, de acordo com a informação do historiador Carlos Cleber, que, em março próximo, vai relançar o livro “Dadá, a Musa do Cangaço”, da Editora Vozes.
O corpo de Dadá foi velado na capela do Jardim da Saudade, onde o capelão do cemitério, padre Afonso Gomes, celebrou missa de corpo presente. O filho Sílvio Hermano, que mora em Alagoas, não chegou a tempo de assistir ao sepultamento de sua mãe. Entre os admiradores, estiveram no cemitério o jornalista e juiz classista Oleone Coelho Fontes, autor de um livro sobre o cangaço, e a ex– vereadora Geracina Aguiar.
AOS 13 ANOS
Nascida em Belém de São Francisco, Pernambuco, em 1915, e uma das filhas do casal Vicente R. da Silva / Maria R. S. da Silva, Dadá entrou no cangaço aos 13 anos de idade. Numa entrevista que concedeu em 1977, ela contou que Lampião chegara na sua casa, “onde fez uma baderna danada”. Na época, Dadá morava na fazenda Macucuré, entre os municípios de Glória e Paulo Afonso, no interior do estado da Bahia.
De repente, disse Dadá, Lampião chamou Corisco e, em tom de brincadeira, disse para ele: “Como é? Você não quer desmamar esta menina?” Corisco deu uma gargalhada, me pegou no colo, me colocou na sela do seu cavalo e saiu a galope. Depois, lembrou, “foram 12 anos de luta, correndo ou enfrentando a Policia por toda parte”. Sérgia, que ficou conhecida pelo apelido de Dadá, tinha, apenas 13 anos.
MUITO AMOR
Apesar da violência do contato inicial, Dadá sempre falou de Corisco com muita ternura, afirmando: “Nos amamos muito”. Dadá que teve três filhos com Corisco (Maria do Carmo, Maria Celeste e Sílvio Hermano), todos vivos, também elogiava Lampião, dizendo que ele era um homem bom. “Um homem de palavra, que só falava uma vez e não contava vantagens. Fico triste – confessou – quando vejo escreverem coisas que Lampião nunca fez. Os livros que têm saído sobre o cangaço só apresentam – dizia Sérgia da Silva Chagas – vantagens da Polícia e coisas terríveis que nunca aconteceram.”
OUTRO MARIDO
Dadá assistiu a morte de Corisco, em 1940, numa localidade próxima ao município de Miguel Calmon, varado de balas de metralhadora, mesmo aleijado e já tendo deixado o cangaço. Ela também foi baleada, teve uma das pernas estraçalhadas e amputada posteriormente. Casou–se com um velho pintor de paredes, já falecido, com quem não teve filhos. Criou, no entanto, muitos meninos e meninas, que considerava como seus filhos. Mesmo com uma perna só, Dadá costurava muito, chegando a aposentar–se como costureira. Com sua morte, fecha–se uma das últimas páginas do cangaço no sertão nordestino.
Pescado em: Cangaço na Bahia
quarta-feira, 31 de julho de 2013
terça-feira, 30 de julho de 2013
Erraram
Diário do Nordeste atribui a Antônio Amaury afirmação falsa
Nós também erramos muito por aqui. Mas reparem o quanto é recorrente, parece regra, a lamentável falta de cuidado da imprensa quando quer tratar de "Cangaço". Troca-se Sergipe por Alagoas, Maria por Inacinha, 28 por 27, que o penúltimo era o ultimo...
Melhor evitar comentários. Se fosse pra reproduzir uma a uma teríamos que criar um outro blog dedicado exclusivamente a estas pérolas. Mas para defender um amigo e mestre faço questão de pedir a retratação urgente do citado veiculo de imprensa escrita.
A edição de hoje (30 de julho de 2013) do Jornal Diário do Nordeste começa muito bem anunciando o lançamento em circuito nacional do aguardado filme/documentário "Os Últimos cangaceiros" de Wolney Oliveira. Até ai maravilha, ótima noticia.
Mas em determinado trecho o jornal cearense, mesmo sem a intenção de ressuscitar a polemica (que por ser considerada calunia e difamação foi parar nos tribunais), achou de confundir os autores, atribuindo ao veterano e respeitado escritor paulista Antônio Amaury Corrêa de Araújo a afirmação e publicação de um livro que sugeria a homossexualidade do Rei do Cangaço. Logo Amaury com seus mais de sessenta anos dedicados a uma pesquisa responsável e que na época do acontecido, tão chocado quanto os familiares de Virgolino, procurado por jornais, sites e revistas do sudeste negou e condenou esta informação.
O que mais me espanta é que Antônio Amaury, assim como outros autores citados na matéria, foi consultado pela repórter. Divulgou seu próximo livro, alertou sobre a questão de "Candeeiro" não ser o ultimo ex cangaceiro vivo, etc. Um mal entendido que poderia ser evitado se o questionassem na mesma oportunidade sobre o respectivo e totalmente desnecessário assunto?
Para ler a matéria, Clique Aqui
Nós também erramos muito por aqui. Mas reparem o quanto é recorrente, parece regra, a lamentável falta de cuidado da imprensa quando quer tratar de "Cangaço". Troca-se Sergipe por Alagoas, Maria por Inacinha, 28 por 27, que o penúltimo era o ultimo...
Melhor evitar comentários. Se fosse pra reproduzir uma a uma teríamos que criar um outro blog dedicado exclusivamente a estas pérolas. Mas para defender um amigo e mestre faço questão de pedir a retratação urgente do citado veiculo de imprensa escrita.
A edição de hoje (30 de julho de 2013) do Jornal Diário do Nordeste começa muito bem anunciando o lançamento em circuito nacional do aguardado filme/documentário "Os Últimos cangaceiros" de Wolney Oliveira. Até ai maravilha, ótima noticia.
Mas em determinado trecho o jornal cearense, mesmo sem a intenção de ressuscitar a polemica (que por ser considerada calunia e difamação foi parar nos tribunais), achou de confundir os autores, atribuindo ao veterano e respeitado escritor paulista Antônio Amaury Corrêa de Araújo a afirmação e publicação de um livro que sugeria a homossexualidade do Rei do Cangaço. Logo Amaury com seus mais de sessenta anos dedicados a uma pesquisa responsável e que na época do acontecido, tão chocado quanto os familiares de Virgolino, procurado por jornais, sites e revistas do sudeste negou e condenou esta informação.
Amaury já está ciente do fato. Bastante preocupado,
conta com a compreensão dos amigos.
conta com a compreensão dos amigos.
Foto: Manoel Severo
O que mais me espanta é que Antônio Amaury, assim como outros autores citados na matéria, foi consultado pela repórter. Divulgou seu próximo livro, alertou sobre a questão de "Candeeiro" não ser o ultimo ex cangaceiro vivo, etc. Um mal entendido que poderia ser evitado se o questionassem na mesma oportunidade sobre o respectivo e totalmente desnecessário assunto?
Para ler a matéria, Clique Aqui
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Tem reedição na praça
Antônio Amaury e Luiz Ruben relançam "Lampião e a Maria Fumaça"
Este trabalho tenta mostrar que a saga cangaceira não estava restrita aos lugares menos civilizados do nordeste e sim, lado a lado da tecnologia de transporte mais avançada na primeira metade do século XX.
Do Rio Grande do Norte até a Bahia, Lampião e seus seguidores cruzaram os trilhos de empresas ferroviárias como é o caso da Great Western of Brazil Railway Ltda., Leste Brasileiro, a Estrada de Ferro do Estado de Sergipe e a Estrada de Ferro Paulo Afonso, que estava localizada nos Estados de Alagoas e Pernambuco e fazia a ligação entre Piranhas em Alagoas e Jatobá em Pernambuco, vencendo a parte não navegável do Rio São Francisco e pertencia, no período de Lampião, à Great Western.
No período do cangaço, as ferrovias dos Estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, estavam sob concessão da Great Western.
Lampião e seu grupo nunca se atemorizaram com o progresso da máquina a vapor, pois, como almocreve, andou pelo nordeste afora encontrando trilhos em todos os centros onde o seu pai fazia comércio.
Os relatos são bibliográficos, pois esse tema Lampião e a Maria Fumaça, pela primeira vez são compilados em único livro. Os acontecimentos nas Estações de Mossoró, Capela, Barrinha, Itumirim, Queimadas, etc, mostram que Lampião e seus subgrupos não mediam esforços para continuar ampliando o seu domínio pelas regiões onde, Capitão Virgolino se auto denominou “governadô do sertão”.
Serviço
O que? Livro Lampião e a Maria Fumaça (2ª edição)
Editora Graftech.
Autores: Antônio Amaury Corrêa de Araújo e Luiz Ruben F. A. Bonfim.
Número de págs. ´84
Quanto? R$ 30,00 (Trinta reais) Com frete já incluso.
Onde comprar? Pelo e-mail graf.tech@yahoo.com.br
Este trabalho tenta mostrar que a saga cangaceira não estava restrita aos lugares menos civilizados do nordeste e sim, lado a lado da tecnologia de transporte mais avançada na primeira metade do século XX.
Do Rio Grande do Norte até a Bahia, Lampião e seus seguidores cruzaram os trilhos de empresas ferroviárias como é o caso da Great Western of Brazil Railway Ltda., Leste Brasileiro, a Estrada de Ferro do Estado de Sergipe e a Estrada de Ferro Paulo Afonso, que estava localizada nos Estados de Alagoas e Pernambuco e fazia a ligação entre Piranhas em Alagoas e Jatobá em Pernambuco, vencendo a parte não navegável do Rio São Francisco e pertencia, no período de Lampião, à Great Western.
No período do cangaço, as ferrovias dos Estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, estavam sob concessão da Great Western.
Lampião e seu grupo nunca se atemorizaram com o progresso da máquina a vapor, pois, como almocreve, andou pelo nordeste afora encontrando trilhos em todos os centros onde o seu pai fazia comércio.
Os relatos são bibliográficos, pois esse tema Lampião e a Maria Fumaça, pela primeira vez são compilados em único livro. Os acontecimentos nas Estações de Mossoró, Capela, Barrinha, Itumirim, Queimadas, etc, mostram que Lampião e seus subgrupos não mediam esforços para continuar ampliando o seu domínio pelas regiões onde, Capitão Virgolino se auto denominou “governadô do sertão”.
O que? Livro Lampião e a Maria Fumaça (2ª edição)
Editora Graftech.
Autores: Antônio Amaury Corrêa de Araújo e Luiz Ruben F. A. Bonfim.
Número de págs. ´84
Quanto? R$ 30,00 (Trinta reais) Com frete já incluso.
Onde comprar? Pelo e-mail graf.tech@yahoo.com.br
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Domingo é 28 de Julho
75 anos do massacre de Angico
Sete décadas e meia após seu desaparecimento Virgolino Ferreira da Silva segue sendo o bandoleiro mais amado e odiado da nossa história. Apesar da fama que atravessou o continente, a sua saga ainda é ignorada por muitos, inclusive por acadêmicos de história. Talvez nem façam ideia de que esse pernambucano permanece como o Brasileiro mais biografado de todos os tempos na literatura nacional e o segundo na américa latina (ficando atrás somente do argentino Guevara).
Um museu dedicado exclusivamente ao Cangaço está prestes a se tornar uma realidade. Vera Ferreira, neta de Virgolino e Maria, nos informou no ultimo final de semana que já estão agendadas as reuniões na Universidade Estadual da Bahia (UNEB) que vão definir os últimos detalhes para edificação do memorial que vai abrigar em Salvador o acervo mantido pela família Ferreira.
Em Setembro próximo o Cariri cearense recebe centenas de pesquisadores, dentre estes alguns dos maiores especialistas, para o maior evento do gênero. É o Seminário Cariri Cangaço que apresenta sua quarta edição de 17 a 21/09. Fique atento as atualizações.
No local da tragédia; na cidade natal de Virgolino e naquela que deu inicio ao fim de sua saga estão acontecendo diversos eventos para marcar o aniversário de sua morte, de sua amada Maria, além de nove companheiros e o único soldado morto na chacina, Adrião Pedro de Souza.
A Sociedade do Cangaço, entidade capitaneada por Vera Ferreira, realiza a 16ª Missa do Cangaço. A caravana parte no domingo bem cedinho de Aracaju e este ano contará com mais de duzentos participantes.
A Fundação Cultural Cabras de Lampião está promovendo em Serra Talhada, PE desde quarta-feira, 24, palestras, Shows, apresentações de grupos de Xaxado. Além do espetáculo teatral ao ar livre "O massacre de Angico" que tem atraído milhares de espectadores todas as noites. Confira no site Farol de Noticias
À propósito:
São também 75 anos de trilhas. E quanto à preservação?
Em uma de nossas visitas, em janeiro de 2010 naquela ocasião acompanhado pelo confrade Narciso Dias notamos e lamentamos a quantidade de lixo deixada por turistas que faziam a trilha dos cangaceiros (aquela que é feita a partir de Poço Redondo). A Unidade de Conservação Monumento Natural Grota do Angico ainda estava em fase de conclusão. O que viria a ser a solução para que cenas como estas não se repetissem, pois bem.
O Monumento Natural Grota do Angico é uma unidade de conservação da natureza sancionada pelo governador Marcelo Déda, em 21 de dezembro 2007, para proteção de 2.138,00 hectares de Caatinga. Com um investimento de R$ 563.405,12, a infra-estrutura do Monumento Natural Grota do Angico contempla um conjunto de edificações com Pórtico, sede administrativa, escritório, mirante, laboratório e alojamento para técnicos e pesquisadores. As obras foram realizadas em parceria com a Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (Cehop).
A unidade de conservação tem como objetivo preservar o sítio natural existente na Grota do Angico e seus valores culturais associados, mantendo a integridade dos ecossistemas naturais da Caatinga para o desenvolvimento de pesquisa científica, educação ambiental, ecoturismo e visitação pública. Além da riqueza biológica, a área protegida do Angico é reconhecida pelo seu valor cultural e histórico, pois abriga a Grota do Angico, local onde ocorreu a morte de Lampião, de Maria Bonita e de parte do bando.
De acordo com o site da SEMARH Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, a Unidade de Conservação Monumento Natural Grota do Angico, foi mais um vez espaço de desenvolvimento de pesquisas. Em fevereiro deste ano, a UC, gerida pela (Semarh), abriu espaço para os alunos da disciplina Gestão em Unidades de Conservação do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Segundo a professora Dra. Laura Jane Gomes, do Departamento de Ciências Florestais (DCF) da UFS e ministradora das aulas, o objetivo do curso foi mapeamento e impacto das trilhas da unidade, elaboração de um projeto de interpretação da natureza, além de analisar os conflitos existentes.
O trecho analisado em pesquisa foi o da trilha do Cangaço-local. A fim de analisar o grau de visitação (passagem) humana, foi analisada a medição da largura da trilha. Na oportunidade, o coordenador técnico do Monumento Natural Grota do Angico, Thiago Vieira, fez explanação sobre a atuação da Semarh destacando as ações relacionadas à gestão e manejo na área protegida.
Com informações do site Sergipe Tec
Sete décadas e meia após seu desaparecimento Virgolino Ferreira da Silva segue sendo o bandoleiro mais amado e odiado da nossa história. Apesar da fama que atravessou o continente, a sua saga ainda é ignorada por muitos, inclusive por acadêmicos de história. Talvez nem façam ideia de que esse pernambucano permanece como o Brasileiro mais biografado de todos os tempos na literatura nacional e o segundo na américa latina (ficando atrás somente do argentino Guevara).
Um museu dedicado exclusivamente ao Cangaço está prestes a se tornar uma realidade. Vera Ferreira, neta de Virgolino e Maria, nos informou no ultimo final de semana que já estão agendadas as reuniões na Universidade Estadual da Bahia (UNEB) que vão definir os últimos detalhes para edificação do memorial que vai abrigar em Salvador o acervo mantido pela família Ferreira.
Em Setembro próximo o Cariri cearense recebe centenas de pesquisadores, dentre estes alguns dos maiores especialistas, para o maior evento do gênero. É o Seminário Cariri Cangaço que apresenta sua quarta edição de 17 a 21/09. Fique atento as atualizações.
No local da tragédia; na cidade natal de Virgolino e naquela que deu inicio ao fim de sua saga estão acontecendo diversos eventos para marcar o aniversário de sua morte, de sua amada Maria, além de nove companheiros e o único soldado morto na chacina, Adrião Pedro de Souza.
Madrugada em Angico...
Foto: Márcio Vasconcelos
Foto: Márcio Vasconcelos
PROGRAMAÇÕES
A Sociedade do Cangaço, entidade capitaneada por Vera Ferreira, realiza a 16ª Missa do Cangaço. A caravana parte no domingo bem cedinho de Aracaju e este ano contará com mais de duzentos participantes.
Arte de Jeancarlo Petchas
A Fundação Cultural Cabras de Lampião está promovendo em Serra Talhada, PE desde quarta-feira, 24, palestras, Shows, apresentações de grupos de Xaxado. Além do espetáculo teatral ao ar livre "O massacre de Angico" que tem atraído milhares de espectadores todas as noites. Confira no site Farol de Noticias
De hoje até domingo o governo Municipal de Piranhas, AL e o Cariri Cangaço promovem naquela bela e histórica cidade a última Avant Premier do grande evento com várias palestras, exibições de documentários... etc.
Você viu a programação? Clique Aqui
---------------------------------------------------------À propósito:
São também 75 anos de trilhas. E quanto à preservação?
Em uma de nossas visitas, em janeiro de 2010 naquela ocasião acompanhado pelo confrade Narciso Dias notamos e lamentamos a quantidade de lixo deixada por turistas que faziam a trilha dos cangaceiros (aquela que é feita a partir de Poço Redondo). A Unidade de Conservação Monumento Natural Grota do Angico ainda estava em fase de conclusão. O que viria a ser a solução para que cenas como estas não se repetissem, pois bem.
O Monumento Natural Grota do Angico é uma unidade de conservação da natureza sancionada pelo governador Marcelo Déda, em 21 de dezembro 2007, para proteção de 2.138,00 hectares de Caatinga. Com um investimento de R$ 563.405,12, a infra-estrutura do Monumento Natural Grota do Angico contempla um conjunto de edificações com Pórtico, sede administrativa, escritório, mirante, laboratório e alojamento para técnicos e pesquisadores. As obras foram realizadas em parceria com a Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (Cehop).
Fonte: Scielo.br
A unidade de conservação tem como objetivo preservar o sítio natural existente na Grota do Angico e seus valores culturais associados, mantendo a integridade dos ecossistemas naturais da Caatinga para o desenvolvimento de pesquisa científica, educação ambiental, ecoturismo e visitação pública. Além da riqueza biológica, a área protegida do Angico é reconhecida pelo seu valor cultural e histórico, pois abriga a Grota do Angico, local onde ocorreu a morte de Lampião, de Maria Bonita e de parte do bando.
De acordo com o site da SEMARH Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, a Unidade de Conservação Monumento Natural Grota do Angico, foi mais um vez espaço de desenvolvimento de pesquisas. Em fevereiro deste ano, a UC, gerida pela (Semarh), abriu espaço para os alunos da disciplina Gestão em Unidades de Conservação do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Segundo a professora Dra. Laura Jane Gomes, do Departamento de Ciências Florestais (DCF) da UFS e ministradora das aulas, o objetivo do curso foi mapeamento e impacto das trilhas da unidade, elaboração de um projeto de interpretação da natureza, além de analisar os conflitos existentes.
O trecho analisado em pesquisa foi o da trilha do Cangaço-local. A fim de analisar o grau de visitação (passagem) humana, foi analisada a medição da largura da trilha. Na oportunidade, o coordenador técnico do Monumento Natural Grota do Angico, Thiago Vieira, fez explanação sobre a atuação da Semarh destacando as ações relacionadas à gestão e manejo na área protegida.
Com informações do site Sergipe Tec
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Tributos ao velho cangaceiro.
Lembranças luminosas de um "Candeeiro"
Manoel Dantas Loyola sobreviveu a Angicos. Na época do cangaço, era conhecido como Candeeiro. Pernambucano de Buíque (a 258 quilômetros do Recife), ingressou no bando de Lampião em 1937, mas afirma que foi por acidente. Trabalhava em uma fazenda em Alagoas quando um grupo de homens ligados ao famoso bandido chegou ao local. Pouco tempo depois, a propriedade ficou cercada por uma volante e ele preferiu seguir com os bandidos para não ser morto.
Candeeiro vive como comerciante aposentado em Guanumbi, distrito de sua cidade natal. Atende pelo nome de batismo, Manoel Dantas Loyola, ou por outro apelido: "seu Né". No primeiro combate com os "macacos", Candeeiro foi ferido na coxa. "Era muita bala no pé do ouvido", lembra. O buraco de bala foi fechado com farinha peneirada e pimenta. Candeeiro teve o primeiro encontro com o chefe na beira do Rio São Francisco, no lado sergipano.
Candeeiro diz que, nos quase dois anos que ficou no bando, tinha a função de entregar as cartas escritas por Lampião exigindo dinheiro de grandes fazendeiros e comerciantes. Sempre retornava com o pedido atendido. Ele destaca que teve acesso direto ao chefe, chegando a despertar ciúme de Maria Bonita. Em Angicos, comentou que o local não era seguro. Lampião, segundo ele, reuniria os grupos para comunicar que deixaria o cangaço. Estava cansado e preocupado com o fato de que as volantes se deslocavam mais rápido, por causa das estradas, e tinham armamento pesado. No dia do ataque, já estava acordado e se preparava para urinar quando começou o tiroteio.
Logo que chegamos e antes mesmo de sermos apresentados a Candeeiro, o sertanejo olhou para cada um de nós com um olhar manso, mas como de uma águia e com a firmeza que só as experiências da vida podem proporcionar, foi declinando a característica de cada um; um a um. Aquilo me marcou profundamente. Permanecemos ali com seu Né e sua família por muito tempo, uma conversa boa, amena, cheia de animação que podia ser notada pela risada forte e conhecida de seu Né.
Com a morte de Candeeiro, secou uma das últimas fontes de informação sobre o cangaço. Seu Né, como era chamado pelos mais íntimos, era incapaz de dar uma informação errada como tantos fizeram, quando não sabia algo respondia simplesmente: "Não tenho conhecimento". Sua casa era um porto seguro, pois ele e sua família recebiam a todos com muita satisfação. Candeeiro prestou importantes informações a diversos pesquisadores.
Agora com a missão já cumprida, que ele encontre o descanso eterno.
Adeus seu Né...
Sabino Bassetti
Pesquisador e escritor, Salto/SP
Belíssimo registro de Márcio Vasconcelos
Manoel Dantas Loyola sobreviveu a Angicos. Na época do cangaço, era conhecido como Candeeiro. Pernambucano de Buíque (a 258 quilômetros do Recife), ingressou no bando de Lampião em 1937, mas afirma que foi por acidente. Trabalhava em uma fazenda em Alagoas quando um grupo de homens ligados ao famoso bandido chegou ao local. Pouco tempo depois, a propriedade ficou cercada por uma volante e ele preferiu seguir com os bandidos para não ser morto.
Candeeiro vive como comerciante aposentado em Guanumbi, distrito de sua cidade natal. Atende pelo nome de batismo, Manoel Dantas Loyola, ou por outro apelido: "seu Né". No primeiro combate com os "macacos", Candeeiro foi ferido na coxa. "Era muita bala no pé do ouvido", lembra. O buraco de bala foi fechado com farinha peneirada e pimenta. Candeeiro teve o primeiro encontro com o chefe na beira do Rio São Francisco, no lado sergipano.
"Lampião não gostava de estar no meio dos cangaceiros, ficava isolado. Quando soube que eu era de Buíque/PE, comentou: "sua cidade me deu um homem valente, Jararaca'".
Candeeiro na ocasião de sua entrega
Candeeiro diz que, nos quase dois anos que ficou no bando, tinha a função de entregar as cartas escritas por Lampião exigindo dinheiro de grandes fazendeiros e comerciantes. Sempre retornava com o pedido atendido. Ele destaca que teve acesso direto ao chefe, chegando a despertar ciúme de Maria Bonita. Em Angicos, comentou que o local não era seguro. Lampião, segundo ele, reuniria os grupos para comunicar que deixaria o cangaço. Estava cansado e preocupado com o fato de que as volantes se deslocavam mais rápido, por causa das estradas, e tinham armamento pesado. No dia do ataque, já estava acordado e se preparava para urinar quando começou o tiroteio.
"Desci atirando, foi bala como o diabo" .
"Mesmo ferido no braço direito, conseguiu escapar do cerco". Dias depois, com a promessa de ser não ser morto, entregou-se em Jeremoabo, na Bahia, com o braço na tipóia. Com ele, mais 16 cangaceiros. Cumprindo dois anos na prisão, o Candeeiro dava novamente lugar ao cidadão Manoel Dantas Loyola. Sobre a época do cangaço, costuma dizer que foi "história de sofrimento". Mas ainda é possível perceber a admiração por Lampião.
"Parecia que adivinhava as coisas", lembra. Só não quis ouvir o alerta dado na véspera da morte, em 1938".
Fonte: Diário de Pernambuco
Impressões sobre um velho amigo
Seu Né, Aderbal e Dona Lindinalva.
Candeeiro foi casado com Dona Lindinalva (Linda), com quem teve quatro filhos. Aderbal Nogueira sempre foi recebido com carinho por toda família. Há mais de 20 anos o documentarista da SBEC fazia as primeiras imagens do velho cangaceiro, na época ainda produziu um documentário exclusivo sobre o amigo e fonte de pesquisa,
O último cangaceiro "que participou do combate final de Lampião" se foi. Um fora da lei? Sim. Vítima de um tempo cruel que infelizmente perdura até os dias de hoje. Culpa de quem? Com certeza daqueles que deviam dar educação, saúde, lazer, trabalho, etc. Candeeiro foi vítima e foi algoz. Regenerou-se e viveu os anos restantes como um pacato cidadão. Sou eternamente grato a ele e sua família que tão bem me receberam e me deram a oportunidade de registrar a sua vida em um documentário.
Pretendia passar em Buíque próximo domingo (28) para fazer mais uma visita, quando hoje recebi a notícia de seu falecimento. Aqui uma parte de seu relato sobre a morte de Lampião. Vai estar sempre em minha memória.
O último cangaceiro "que participou do combate final de Lampião" se foi. Um fora da lei? Sim. Vítima de um tempo cruel que infelizmente perdura até os dias de hoje. Culpa de quem? Com certeza daqueles que deviam dar educação, saúde, lazer, trabalho, etc. Candeeiro foi vítima e foi algoz. Regenerou-se e viveu os anos restantes como um pacato cidadão. Sou eternamente grato a ele e sua família que tão bem me receberam e me deram a oportunidade de registrar a sua vida em um documentário.
Pretendia passar em Buíque próximo domingo (28) para fazer mais uma visita, quando hoje recebi a notícia de seu falecimento. Aqui uma parte de seu relato sobre a morte de Lampião. Vai estar sempre em minha memória.
Testemunhos de quem o conheceu pessoalmente
Para mim o encontro com o ex-cangaceiro Candeeiro, ou seu Né, como todos o chamam na intimidade, foi de uma emoção tremenda. A partir daquela casa simples, num lugarejo também simples, se esconde pedaços das história tantas vezes contadas por tantos.
Logo que chegamos e antes mesmo de sermos apresentados a Candeeiro, o sertanejo olhou para cada um de nós com um olhar manso, mas como de uma águia e com a firmeza que só as experiências da vida podem proporcionar, foi declinando a característica de cada um; um a um. Aquilo me marcou profundamente. Permanecemos ali com seu Né e sua família por muito tempo, uma conversa boa, amena, cheia de animação que podia ser notada pela risada forte e conhecida de seu Né.
Quando nos despedimos, ele veio até a porta, agradecendo a visita e fiquei a me perguntar o tamanha da inteligência desse sertanejo, talhado pela vida, pelo sofrimento e pelo destino. Candeeiro foi para mim o marco da Caravana Cariri Cangaço.
Múcio Procópio
Vice-Presidente da SBEC
Conselheiro Cariri Cangaço
Fotos e informações: Manoel SeveroCom a morte de Candeeiro, secou uma das últimas fontes de informação sobre o cangaço. Seu Né, como era chamado pelos mais íntimos, era incapaz de dar uma informação errada como tantos fizeram, quando não sabia algo respondia simplesmente: "Não tenho conhecimento". Sua casa era um porto seguro, pois ele e sua família recebiam a todos com muita satisfação. Candeeiro prestou importantes informações a diversos pesquisadores.
Agora com a missão já cumprida, que ele encontre o descanso eterno.
Adeus seu Né...
Sabino Bassetti
Pesquisador e escritor, Salto/SP
Nota de falecimento
Morre um dos últimos ex cangaceiros vivos
Lamentamos informar o falecimento do Sr. Manoel Dantas Loyola, o ex-cangaceiro "Candeeiro", que aos 97 anos era um dos últimos remanescentes do Grupo de Lampião.
Seu Né, como também era conhecido desde segunda-feira (15/07) estava internado na UTI do hospital Memorial Arcoverde na Capital do Sertão. Da época do cangaço, seu Né guardava muitas lembranças e não escondia a admiração pelo maior cangaceiro da história, a quem chama de "amigo".
Seu Né deixa esposa e seis filhos. O velório está acontecendo na residência do ex-cangaceiro, na vila Guanumbi, zona rural de Buíque. O sepultamento está marcado para as 16 horas desta quarta-feira no cemitério local.
Com informações de Angelo Osmiro Barreto
e do Caetés Lula Blogspot
Lamentamos informar o falecimento do Sr. Manoel Dantas Loyola, o ex-cangaceiro "Candeeiro", que aos 97 anos era um dos últimos remanescentes do Grupo de Lampião.
Foto: NE10 UOL
Seu Né, como também era conhecido desde segunda-feira (15/07) estava internado na UTI do hospital Memorial Arcoverde na Capital do Sertão. Da época do cangaço, seu Né guardava muitas lembranças e não escondia a admiração pelo maior cangaceiro da história, a quem chama de "amigo".
Seu Né deixa esposa e seis filhos. O velório está acontecendo na residência do ex-cangaceiro, na vila Guanumbi, zona rural de Buíque. O sepultamento está marcado para as 16 horas desta quarta-feira no cemitério local.
Com informações de Angelo Osmiro Barreto
e do Caetés Lula Blogspot
Cariri Cangaço chega a Dianópolis - TO !
Embaixadores Sousa Neto e professor Pereira visitaram filhos de Luis Padre
Por: Manoel Severo
Era uma quarta-feira a noite quando meu telefone toca. Do outro da linha o confrade e Conselheiro Cariri Cangaço, Professor Pereira de Cajazeiras: "Severo que tal levarmos o Cariri Cangaço a Tocantins:Palmas e Dianópolis, com o apoio de alguns amigos ?" Não precisaria dizer do tamanho de minha surpresa e da imediata confirmação: "Pereira, sensacional !!! Desafio assumido. Vamos trabalhar para o Cariri Cangaço Dianópolis 2014!".
E aí o "tiro fatal"... O confrade e Conselheiro Cariri Cangaço, Sousa Neto ao lado do estimado Professor Pereira partem para o Tocantins e a partir de Palmas e Dianópolis marcam e confirmam o compromisso das presenças ilustres dos filhos de Luiz Padre, Dr. Hagahús e Dr. Wilson Araújo, já em nosso Cariri Cangaço 2013, além da presença do neto de Abílio Wolney, Dr. Abílio Wolney Neto.
Depois de maravilhosos dias de convívio salutar e relembranças, vitais para a pesquisa do grande escritor Sousa Neto, mas vital para consolidar a integração deste Brasil gigante, recebemos com muita alegria a confirmação de Sousa Neto:
Sentimento que pude com humildade e enorme alegria perceber, quando falei ao telefone com os confrades Hagahús e Wilson, filhos de Luiz Padre e também com o Dr. Abílio Wolney Neto, que além de confirmarem presença em nosso Cariri Cangaço 2013, asseguraram o apoio decisivo ao lado do companheiro Antônio Souza para inaugurarmos o Cariri Cangaço no Centro-Oeste em 2014.
Em casa de Hagahús com Wilson Póvoa, Prof. Pereira, Antonio Sousa, Celeste e Dona Josa.
Um pouco mais de Hagahús: "Com 25 anos de idade, no então sertão de Goiás, Hagahús Araújo funda aquela que foi - e continua sendo - uma das melhores obras sociais do país, o Instituto de Menores, em Dianópolis, terra natal da sua mãe, Amélia Póvoa. Era o ano de 1953. A pobreza e a miséria do antigo nordeste goiano tocaram na alma do jovem que já se via em condições de ajudar aquela região a melhorar quadro tão desolador, através da educação.
Nascido em Patos de Minas (MG) em 31 de agosto de 1928, Hagahús já havia se destacado no trabalho junto a menores. Apenas com formação ginasial no Colégio/Internato dos Padres Sacramentinos de Nossa Senhora, em Patos, tornara-se um autodidata e leitor voraz e compulsivo, dono de vastos conhecimentos para sua pouca idade. Discutia qualquer assunto com bons argumentos, serenidade e confiança, conquistando o interlocutor e a comunidade em que vivia com a solidariedade e humildade na assistência aos necessitados, e com fidalguia, destemor e o dom da liderança que já moldavam a sua personalidade, características que lhe foram sempre marcantes."
Ver matéria completa Clicando Aqui
Um pouco da Chacina dos Nove: Por Nertan Macedo
Um pouco de quem foi Abílio Volney: "Com 18 anos de idade, em 1894, foi eleito Deputado Estadual, surpreendendo o Norte de Goiás. Em 1896, tornou-se Agente dos Correios e Telégrafos, Secretário do Conselho Municipal e Juiz Adjunto de São José do Duro. Em 1900, ao passar Abílio Wolney por Santana das Antas, em Goiás, como candidato a Deputado Federal, sugeriu a Moisés Santana e a outros Antenses, bem como à Câmara dos Deputados, em Goiás Velho, que mudasse o nome da cidade para Anápolis.Contando com 21 anos de idade, em 1897, casou-se com sua prima Josefa Ayres Wolney, tornando-se pai de Alzira, Mireta, Custodiana, Palmira e Jaime. " Ver matéria completa Clicando Aqui "
No Cariri Cangaço 2013, teremos os filhos de Luiz Padre: Hagahús e Wilson Araújo, além do neto de
Abílio Wolney, Dr. Abílio Wolney Neto, na grande festa do Cariri Cangaço em Barro; mas em 2014... O Cariri Cangaço mais uma vez rompe as barreiras do estado do Ceará e agora do nordeste e chega de maneira magistral ao Centro-Oeste, em 2014: Cariri Cangaço Dianópolis !!!
Manoel Severo
Sousa Neto
Professor Pereira
Antônio Souza
Pescado no www.cariricangaco.com
Por: Manoel Severo
Era uma quarta-feira a noite quando meu telefone toca. Do outro da linha o confrade e Conselheiro Cariri Cangaço, Professor Pereira de Cajazeiras: "Severo que tal levarmos o Cariri Cangaço a Tocantins:Palmas e Dianópolis, com o apoio de alguns amigos ?" Não precisaria dizer do tamanho de minha surpresa e da imediata confirmação: "Pereira, sensacional !!! Desafio assumido. Vamos trabalhar para o Cariri Cangaço Dianópolis 2014!".
"Severo que tal levarmos o Cariri Cangaço a Tocantins: Palmas e Dianópolis, com o apoio de alguns amigos?"A notícia ainda nem havia "esfriado" quando recebo outro telefonema no dia seguinte. Desta vez do confrade Antonio Souza, pesquisador e escritor de Palmas no Tocantins. "Severo com o seu sinal verde já comecei a trabalhar o Cariri Cangaço no Tocantins em 2014". Na verdade, mais uma vez esta grande Construção Coletiva que é o nosso Cariri Cangaço une a alma nordestina espalhada pelo Brasil. O amigo Antonio Souza reuniu a colônia nordestina em Palmas em um grande churrasco e já temos o embrião do Cariri Cangaço Dianápolis 2014.
E aí o "tiro fatal"... O confrade e Conselheiro Cariri Cangaço, Sousa Neto ao lado do estimado Professor Pereira partem para o Tocantins e a partir de Palmas e Dianópolis marcam e confirmam o compromisso das presenças ilustres dos filhos de Luiz Padre, Dr. Hagahús e Dr. Wilson Araújo, já em nosso Cariri Cangaço 2013, além da presença do neto de Abílio Wolney, Dr. Abílio Wolney Neto.
Depois de maravilhosos dias de convívio salutar e relembranças, vitais para a pesquisa do grande escritor Sousa Neto, mas vital para consolidar a integração deste Brasil gigante, recebemos com muita alegria a confirmação de Sousa Neto:
"Severo todos aqui estão vibrando com o Cariri Cangaço em Dianópolis em 2014, será uma festa inesquecível."
Sentimento que pude com humildade e enorme alegria perceber, quando falei ao telefone com os confrades Hagahús e Wilson, filhos de Luiz Padre e também com o Dr. Abílio Wolney Neto, que além de confirmarem presença em nosso Cariri Cangaço 2013, asseguraram o apoio decisivo ao lado do companheiro Antônio Souza para inaugurarmos o Cariri Cangaço no Centro-Oeste em 2014.
Em Dianópolis com Hagahús, D. Josa, Wilson, Vilar, Iara, Prof. Pereira
e toda a familia de LUIZ PADRE. Uma festa!!!
Em casa de Hagahús com Wilson Póvoa, Prof. Pereira, Antonio Sousa, Celeste e Dona Josa.
Um pouco mais de Hagahús: "Com 25 anos de idade, no então sertão de Goiás, Hagahús Araújo funda aquela que foi - e continua sendo - uma das melhores obras sociais do país, o Instituto de Menores, em Dianópolis, terra natal da sua mãe, Amélia Póvoa. Era o ano de 1953. A pobreza e a miséria do antigo nordeste goiano tocaram na alma do jovem que já se via em condições de ajudar aquela região a melhorar quadro tão desolador, através da educação.
Nascido em Patos de Minas (MG) em 31 de agosto de 1928, Hagahús já havia se destacado no trabalho junto a menores. Apenas com formação ginasial no Colégio/Internato dos Padres Sacramentinos de Nossa Senhora, em Patos, tornara-se um autodidata e leitor voraz e compulsivo, dono de vastos conhecimentos para sua pouca idade. Discutia qualquer assunto com bons argumentos, serenidade e confiança, conquistando o interlocutor e a comunidade em que vivia com a solidariedade e humildade na assistência aos necessitados, e com fidalguia, destemor e o dom da liderança que já moldavam a sua personalidade, características que lhe foram sempre marcantes."
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Capelinha dos nove, em Dianápolis
Um pouco da Chacina dos Nove: Por Nertan Macedo
"...Meu filho, estamos cercados. Abílio escuta, do quarto onde se encontrava, na casa grande do Buracão. Levanta-se às pressas, toma de uma Winchester, calibre 22, apontando-a por uma porta entreaberta. A carabina na mão, o coronel Abílio ouve os gritos do pai num canavial próximo. -Me socorra, meu filho! O coronel Joaquim, com suas barbas brancas e longas, está sendo assassinado a tiros, facadas e coronhadas pela soldadesca do tenente Brito. ...A voz do velho cala, de repente. E Abílio, de carabina na mão, a porta entreaberta, sente que está consumada a traição do juiz..."
Ver matéria completa sobre a Chacina dos Nove e Abílio Volney Clicando Aqui
Casa do Cel. Abílio Wolney - Dianópolis - TO.
Sede da Fazenda Prazeres, aqui houve grande combate
logo após o assassinato do Major Zé Inácio.
Sede da Fazenda Prazeres, aqui houve grande combate
logo após o assassinato do Major Zé Inácio.
Um pouco de quem foi Abílio Volney: "Com 18 anos de idade, em 1894, foi eleito Deputado Estadual, surpreendendo o Norte de Goiás. Em 1896, tornou-se Agente dos Correios e Telégrafos, Secretário do Conselho Municipal e Juiz Adjunto de São José do Duro. Em 1900, ao passar Abílio Wolney por Santana das Antas, em Goiás, como candidato a Deputado Federal, sugeriu a Moisés Santana e a outros Antenses, bem como à Câmara dos Deputados, em Goiás Velho, que mudasse o nome da cidade para Anápolis.Contando com 21 anos de idade, em 1897, casou-se com sua prima Josefa Ayres Wolney, tornando-se pai de Alzira, Mireta, Custodiana, Palmira e Jaime. " Ver matéria completa Clicando Aqui "
No Cariri Cangaço 2013, teremos os filhos de Luiz Padre: Hagahús e Wilson Araújo, além do neto de
Abílio Wolney, Dr. Abílio Wolney Neto, na grande festa do Cariri Cangaço em Barro; mas em 2014... O Cariri Cangaço mais uma vez rompe as barreiras do estado do Ceará e agora do nordeste e chega de maneira magistral ao Centro-Oeste, em 2014: Cariri Cangaço Dianópolis !!!
Manoel Severo
Sousa Neto
Professor Pereira
Antônio Souza
Pescado no www.cariricangaco.com
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Comunicado
GECC (Grupo de estudos do cangaço do Ceará)
Aos sócios e amigos:
Comunicamos que as próximas reuniões do GECC acontecerão em novo local, no auditório da sede da ABO-CE (Associação Brasileira de Odontologia – Ceará) situada na rua Gonçalves Ledo, 1630. Bairro Joaquim Távora, Fortaleza-CE.
Mediante parceria GECC e ABO-CE firmada no dia de ontem. Nossas reuniões continuaram acontecendo toda primeira terça-feira de cada mês, com início às 19h e termino às 21h.
Agradecemos a intermediação do sócio do GECC Jornalista Vicente Alencar que esteve conosco ontem junto à diretoria daquela Instituição nas pessoas do seu Presidente José Sampaio Menezes Junior e da diretora de Divulgação Rochelle Corrêa, aos quais agradecemos a forma cordial que nos receberam naquela instituição. Agradecemos ainda a colaboração decisiva na concretização do nosso intento do diretor de Biblioteca da ABO – CE o poeta e escritor Antônio Diogo Fontenele.
Aproveitamos a oportunidade para agradecermos a gerencia da Livraria Saraiva - Fortaleza (Iguatemy) pela sessão do Espaço Rachel de Queiros nos últimos anos, que foi decisivo para consolidação do nosso grupo de estudos.
Atenciosamente,
Aos sócios e amigos:
Comunicamos que as próximas reuniões do GECC acontecerão em novo local, no auditório da sede da ABO-CE (Associação Brasileira de Odontologia – Ceará) situada na rua Gonçalves Ledo, 1630. Bairro Joaquim Távora, Fortaleza-CE.
Mediante parceria GECC e ABO-CE firmada no dia de ontem. Nossas reuniões continuaram acontecendo toda primeira terça-feira de cada mês, com início às 19h e termino às 21h.
Agradecemos a intermediação do sócio do GECC Jornalista Vicente Alencar que esteve conosco ontem junto à diretoria daquela Instituição nas pessoas do seu Presidente José Sampaio Menezes Junior e da diretora de Divulgação Rochelle Corrêa, aos quais agradecemos a forma cordial que nos receberam naquela instituição. Agradecemos ainda a colaboração decisiva na concretização do nosso intento do diretor de Biblioteca da ABO – CE o poeta e escritor Antônio Diogo Fontenele.
Aproveitamos a oportunidade para agradecermos a gerencia da Livraria Saraiva - Fortaleza (Iguatemy) pela sessão do Espaço Rachel de Queiros nos últimos anos, que foi decisivo para consolidação do nosso grupo de estudos.
Atenciosamente,
Ângelo Osmiro Barreto
Presidente do GECC
Presidente do GECC
sexta-feira, 19 de julho de 2013
E Alagoas recebe a terceira e última Avant-Premiere do Cariri Cangaço
PROGRAMAÇÃO OFICIAL
Dia 26 de Julho de 2013 – sexta-feira – Piranhas / Alagoas
Local : Centro Cultural Miguel Arcanjo
16:00 h – Abertura da Semana do Cangaço – Homenagem ao escritor Alcino Alves Costa.
16:20 h – Palestra : Roteiros Integrados do Cangaço
Palestrante: João de Sousa Lima – Pesquisador ,Escritor e Biografo de Maria Bonita. ligado a Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço - SBEC.
17:00 h – Intervalo.
17:10 h – Palestra : "O Amor no Cangaço"
Palestrante : Juliana Ischiara – pesquisadora do Cangaço (Quixadá-CE).
17:40 h – Debate.
18:20 h – Exibição do documentário de Aderbal Nogueira.
18:40 h – Apresentação Cultural.
19:20 h – Encerramento.
Dia 27 de Julho de 2013 – Sexta-feira
- MANHÃ LIVRE PARA VISITAS
PALESTRAS
Local : Centro Cultural Miguel Arcanjo - Piranhas / AL
15:00 h – Palestra : "Caminhos do São Francisco : De Pedro II a Lampião"
Palestrante: Jairo Luiz Oliveira – Pesquisador do Cangaço, idealizador da Rota do Cangaço Xingó e do Roteiro Turístico Integrado Caminhos do
Imperador.
15:40 h – Intervalo
15:50 h – Palestra : "A Polêmica e Intrigante Genialidade de Virgolino Lampião"
Palestrante :; Manoel Severo – Pesquisador e Curador do Cariri Cangaço
16:20 h – Debates
17:00 h – Exibição do filme “Cangaceiro Gato, um rastro de ódio e de sangue” de João de Sousa Lima.
17:30 h – Apresentação cultural : Peça de teatro “ A invasão de Gato em Piranhas” pelo grupo Estrelas do Sertão.
18:00 h – Encerramento.
Dia 28 de Julho de 2013 – Domingo
Local de embarque : Porto de Piranhas/AL.
11:00 h – Apresentação da peça teatral “Lampião Moderno” com grupo Estrelas do Sertão.
11:30 h –Forró pé de serra com "Trio Canoa de Tolda".
13:00 h – Retorno.
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Uma missão...
Uma sepultura vazia.
Por: Rubens Antônio
Na tarde de hoje, 17 de julho de 2013, cumprindo parte de uma missão expressa dos capitães Kiko, Ivanildo e Sérgio, os cabras Geziel Moura e Rubens Antonio emitem a seguinte comunicação:
Sepulturas "dos quatro", nomeadamente Zabelê, Maria, Canjica e Azulão, na mais perfeita ordem:
Sepultura de Corisco...
Evadida... Sem ossos... Campa perdida... Em resumo, meteu-se na caatinga... Talvez ou... provavelmente... pra sempre. Câmbio.
O Geziel Moura e eu, in situ, lamentamos muito a retirada dos restos de Corisco... Os funcionários praticamente todos que conversamos no cemitério sabiam da localização dos restos de Corisco e apontavam a sepultura para os interessados...
Perdem todos com isso.
Depois não sabemos de onde vem algo como... Quando o Geziel e eu perguntamos a uma outra funcionária em um outro cemitério por Dadá... ela não sabia quem era...
E a memória vai ralo abaixo.
Por: Rubens Antônio
Os vaqueiros da história que estiverem pretendendo vir a Salvador visitarem os túmulos dos cangaceiros no cemitério Quinta dos Lázaros terão uma surpresa.
Na tarde de hoje, 17 de julho de 2013, cumprindo parte de uma missão expressa dos capitães Kiko, Ivanildo e Sérgio, os cabras Geziel Moura e Rubens Antonio emitem a seguinte comunicação:
Sepulturas "dos quatro", nomeadamente Zabelê, Maria, Canjica e Azulão, na mais perfeita ordem:
Geziel Moura, um coronel paraense, registra o ultimo e definitivo
coito de quatro cabras de Lampião.
Sepultura de Corisco...
Ontem... e hoje?
Evadida... Sem ossos... Campa perdida... Em resumo, meteu-se na caatinga... Talvez ou... provavelmente... pra sempre. Câmbio.
O Geziel Moura e eu, in situ, lamentamos muito a retirada dos restos de Corisco... Os funcionários praticamente todos que conversamos no cemitério sabiam da localização dos restos de Corisco e apontavam a sepultura para os interessados...
Perdem todos com isso.
Depois não sabemos de onde vem algo como... Quando o Geziel e eu perguntamos a uma outra funcionária em um outro cemitério por Dadá... ela não sabia quem era...
E a memória vai ralo abaixo.
Moção pelo tombamento da casa de Chico Pereira
A cada dia o movimento está ganhando mais força
Na edição de ontem, 16 de julho de 2013, do jornal A União, que circula no Estado da Paraíba, foi vinculada uma reportagem fazendo alusão ao pedido de tombamento, restauro e criação do museu do cangaço na cidade de Nazarezinho – PB.
E além das dezenas de manifestações de pesquisadores pelo pais afora eis a Moção da SBEC representando toda uma confraria.
Att. Prof. Wescley Rodrigues
Na edição de ontem, 16 de julho de 2013, do jornal A União, que circula no Estado da Paraíba, foi vinculada uma reportagem fazendo alusão ao pedido de tombamento, restauro e criação do museu do cangaço na cidade de Nazarezinho – PB.
Clique para ampliar
E além das dezenas de manifestações de pesquisadores pelo pais afora eis a Moção da SBEC representando toda uma confraria.
Att. Prof. Wescley Rodrigues
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Convite
Lançamento em Cajazeiras - Paraíba
Caros(as) amigos(as),
Saudações cangaceiras!
No próximo dia 17 de julho, no auditório da Universidade Federal de Campina Grande, campus de Cajazeiras (Centro de Formação de Professores – CFP), às 09:00h, será lançado o livro com as conferências e palestras proferidas no II Congresso Nacional do Cangaço que aconteceu em outubro de 2012 em Cajazeiras – PB.
Para quem não pode participar, essa é uma oportunidade de inteirar-se do que foi debatido. Em anexo encaminho os elementos pré-textuais do livro.
Abraços
Prof. Wescley Rodrigues
Caros(as) amigos(as),
Saudações cangaceiras!
No próximo dia 17 de julho, no auditório da Universidade Federal de Campina Grande, campus de Cajazeiras (Centro de Formação de Professores – CFP), às 09:00h, será lançado o livro com as conferências e palestras proferidas no II Congresso Nacional do Cangaço que aconteceu em outubro de 2012 em Cajazeiras – PB.
Para quem não pode participar, essa é uma oportunidade de inteirar-se do que foi debatido. Em anexo encaminho os elementos pré-textuais do livro.
Abraços
Prof. Wescley Rodrigues
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Homenagem
Há 100 anos nascia João Gomes de Lira
Ten. João Gomes de Lira, um valoroso soldado das forças volantes que combateram Lampião. Um autêntico Nazareno, fez parte de um dos momentos mais sangrentos no nordeste brasileiro.
Se fosse vivo iria fazer 100 anos. Durante quinze anos fui amigo e estive com esse valente sertanejo inúmeras vezes.
Sábado, 13 de julho uma grande homenagem a sua pessoa será realizada em Nazaré do Pico - Floresta Pernambuco, sua terra natal.
Fica aqui registrada essa singela homenagem a esse bom amigo que tantas vezes me recebeu em sua casa na companhia de seu fiel escudeiro Paulo.
Att Aderbal Nogueira.
Documentarista, Fortaleza/CE
Ten. João Gomes de Lira, um valoroso soldado das forças volantes que combateram Lampião. Um autêntico Nazareno, fez parte de um dos momentos mais sangrentos no nordeste brasileiro.
Se fosse vivo iria fazer 100 anos. Durante quinze anos fui amigo e estive com esse valente sertanejo inúmeras vezes.
Sábado, 13 de julho uma grande homenagem a sua pessoa será realizada em Nazaré do Pico - Floresta Pernambuco, sua terra natal.
Fica aqui registrada essa singela homenagem a esse bom amigo que tantas vezes me recebeu em sua casa na companhia de seu fiel escudeiro Paulo.
Att Aderbal Nogueira.
Documentarista, Fortaleza/CE
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Baseado na saga de Zé de Julião...
“Aos Ventos que Virão” foi lançado em Sergipe
Sinopse: Poço Redondo, 1938. A pequena cidade do interior de Sergipe entra inadvertidamente para a história como o palco da morte de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião. Junto com ele, morrem também o Cangaço e toda uma era da História do Brasil. E inicia-se a perseguição dos cangaceiros remanescentes, agora sem líder, nem direção.
Zé Olímpio (Rui Ricardo Diaz) é um destes cangaceiros. Ele sabe que não terá um minuto de paz enquanto o Sargento Isidoro (Edlo Mendes) estiver em seu encalço. Para ele, a única saída é abandonar a fazenda de sua família e tentar vida nova em São Paulo. Ao lado da esposa Lucia (Emanuelle Araújo) , Zé Olímpio engrossa o coro dos milhões de nordestinos que migram para o sudeste brasileiro e conseguem um emprego na construção civil.
Agora, Zé Olímpio começa outras lutas. Contra o preconceito, o subemprego e a intolerância. E onde a construção de Brasília pode despontar como uma nova esperança.
Esperança que o leva a entrar na política e viver as consequências da fragilidade de nossas instituições que fazem da justiça um mero sonho voltado… aos ventos que virão.
Com duas datas já programadas para a pré-estreia e lançamento em Sergipe, “Aos Ventos que Virão” (direção e roteiro de Hermano Penna) será exibido em Aracaju e no município de Poço Redondo nos dias 10 e 11 de julho, respectivamente. Em Aracaju – o lançamento acontecerá no Cine Vitória, às 19h e no município de Poço Redondo, será realizada na Praça de Eventos, às 20h.
Além da presença do diretor Hermano Penna, estão confirmados: o ator Rui Ricardo Diaz (que faz o papel de Zé Olimpio e também protagonizou o personagem principal em Lula, O Filho do Brasil ); a atriz Emanuelle Araújo (no papel de Lúcia, esposa de Zé Olímpio); Luiz Miranda (como Nêgo de Rosa); Orlando Vieira (como Zé de Antão) além de membros da equipe que ajudaram na realização do filme.
O filme que teve diversas cenas gravadas no sertão sergipano e trata da trajetória do ex-cangaceiro “Zé Olímpio”. O diretor que tem intimidade com as paisagens e histórias dos sertões e interior Brasileiro – um dos seus clássicos “Sargento Getúlio” também foi filmado Sergipe adentro – considera importante lançar o filme não só em Aracaju como no município de Poço Redondo, pois será um retorno a toda comunidade que participou do filme. O personagem central da trama, Zé Olimpo, migra para São Paulo após sobreviver ao cangaço e depois de um tempo decide entrar para política. O contexto do filme nas décadas de 40 e 50 marca também a construção de Brasília e as esperanças que eram provocadas no imaginário popular. A película conta ainda entre elenco diverso como Edlo Mendes (no papel de Sargento Isidoro); Gideon Rosa (Filemon) e atores sergipanos.
Um mosaico de memórias e histórias escutadas em andanças pelo universo do sertão. Essa é apenas uma das possíveis definições do diretor Hermano Penna para “Aos Ventos que Virão”. E um desses fragmentos tem no cerne na história do ex-cangaceiro Zé de Julião.
Trechos de uma entrevista com Hermano Penna:
Aquela primeira pergunta que todos fazem: Como surgiu a ideia do filme “Aos Ventos que Virão”?
Hermano Penna – A primeira ideia de fazer este filme eu tive quando comecei a realizar “A Mulher no Cangaço”, em Poço Redondo, isso em 1976. Foi quando conheci o historiador Alcino Alves, que me contou a história de um certo Zé de Julião, que foi o cangaceiro Cajazeira, do bando de Lampião, subgrupo do bando de Zé Sereno.
Trata-se de uma história oral, que na época não constava em nenhuma literatura. Ele e Enedina, sua mulher, formaram o único casal legalmente casado da história do Cangaço. Zé de Julião era filho do maior fazendeiro da região e Poço Redondo, alto sertão sergipano, o que derrubou de uma vez por terra a tese que o Cangaço era apenas um fenômeno das camadas pobres e do pequeno lavrador revoltado. Hoje sabemos que tinha até neto de barão entre os cangaceiros.
Após a tragédia de Angicos (na qual morreram Lampião, Maria Bonita, e outros cangaceiros, inclusive Enedina) e o fim do cangaço, Zé de Julião sai do cangaço e vai retomar a vida. Mas por ódio, por vingança e pelo ouro que os cangaceiros haviam amealhado, ele passa a ser perseguido. Foge para o Rio de Janeiro, e mesmo sendo letrado – fato raríssimo em todo o Cangaço – vai trabalhar na construção civil. Primeiro como ajudante de pedreiro, depois como mestre de obras e por fim como um pequeno empreiteiro. Retorna ao sertão para assumir a herança deixada pelos pais. Com o tempo engessa na política e vive intensamente suas contradições.
O seu personagem, Zé Olímpio, é baseado neste Zé de Julião?
Hermano Penna – Num primeiro momento era, mas com o tempo foram feitos tantos tratamentos de roteiro que hoje, no máximo, podemos dizer que alguns episódios do filme são fatos reais, e apenas alguns deles vividos por Zé de Julião. “Aos Ventos que Virão” é um mosaico de lembranças pessoais e de muitas histórias escutadas em andanças e vivências. A do Zé de Julião é apenas uma destas histórias.
Só para dar uma ideia, o primeiro tratamento de roteiro foi aprovado pela Embrafilme em 1982. Fui fazendo vários tratamentos de roteiro, cada vez mais abandonando a história real de Zé de Julião, e cada vez mais incorporando as minhas próprias imagens, vivências e ideias do sertão. O filme é uma mistura de memórias… das minhas e das deste cidadão. Especificamente sobre o Zé de Julião, estou fazendo um documentário que vai se chamar “Muito Além do Cangaço”.
Mas o filme começa exatamente quando o Cangaço acaba. Não é um filme sobre Cangaço.
Hermano Penna – Exatamente, não é sobre o Cangaço nem sobre cangaceiros. Sempre evitei marcar o filme com símbolos visuais que o ligasse a um regionalismo tradicional, e principalmente ao Cangaço. O filme dialoga com o fracasso histórico de nossas instituições em construir uma ordem social que contemple, através da justiça para todos, a plena cidadania. Sei que só os mais atentos espectadores terão essa leitura do filme, mas creio também que é da opacidade da obra de arte que surgem as mais ricas e variadas leituras.
Os lançamentos contam com o apoio do Governo de Sergipe, secretarias de Estado da Comunicação e da Cultura e Banese. O Cine Vitória que será reinaugurado hoje funcionará na Rua do Turista (antiga Rua 24 Horas), localizada à rua Laranjeiras, 307, centro da capital sergipana.
Pesquei no: Portal Infonet
e no Blog do Filme
Zé Olímpio (Rui Ricardo Diaz) é um destes cangaceiros. Ele sabe que não terá um minuto de paz enquanto o Sargento Isidoro (Edlo Mendes) estiver em seu encalço. Para ele, a única saída é abandonar a fazenda de sua família e tentar vida nova em São Paulo. Ao lado da esposa Lucia (Emanuelle Araújo) , Zé Olímpio engrossa o coro dos milhões de nordestinos que migram para o sudeste brasileiro e conseguem um emprego na construção civil.
Agora, Zé Olímpio começa outras lutas. Contra o preconceito, o subemprego e a intolerância. E onde a construção de Brasília pode despontar como uma nova esperança.
Esperança que o leva a entrar na política e viver as consequências da fragilidade de nossas instituições que fazem da justiça um mero sonho voltado… aos ventos que virão.
Com duas datas já programadas para a pré-estreia e lançamento em Sergipe, “Aos Ventos que Virão” (direção e roteiro de Hermano Penna) será exibido em Aracaju e no município de Poço Redondo nos dias 10 e 11 de julho, respectivamente. Em Aracaju – o lançamento acontecerá no Cine Vitória, às 19h e no município de Poço Redondo, será realizada na Praça de Eventos, às 20h.
Além da presença do diretor Hermano Penna, estão confirmados: o ator Rui Ricardo Diaz (que faz o papel de Zé Olimpio e também protagonizou o personagem principal em Lula, O Filho do Brasil ); a atriz Emanuelle Araújo (no papel de Lúcia, esposa de Zé Olímpio); Luiz Miranda (como Nêgo de Rosa); Orlando Vieira (como Zé de Antão) além de membros da equipe que ajudaram na realização do filme.
O filme que teve diversas cenas gravadas no sertão sergipano e trata da trajetória do ex-cangaceiro “Zé Olímpio”. O diretor que tem intimidade com as paisagens e histórias dos sertões e interior Brasileiro – um dos seus clássicos “Sargento Getúlio” também foi filmado Sergipe adentro – considera importante lançar o filme não só em Aracaju como no município de Poço Redondo, pois será um retorno a toda comunidade que participou do filme. O personagem central da trama, Zé Olimpo, migra para São Paulo após sobreviver ao cangaço e depois de um tempo decide entrar para política. O contexto do filme nas décadas de 40 e 50 marca também a construção de Brasília e as esperanças que eram provocadas no imaginário popular. A película conta ainda entre elenco diverso como Edlo Mendes (no papel de Sargento Isidoro); Gideon Rosa (Filemon) e atores sergipanos.
Rui Ricardo Dias na pele do cangaceiro "Cajazeira".
Um mosaico de memórias e histórias escutadas em andanças pelo universo do sertão. Essa é apenas uma das possíveis definições do diretor Hermano Penna para “Aos Ventos que Virão”. E um desses fragmentos tem no cerne na história do ex-cangaceiro Zé de Julião.
Trechos de uma entrevista com Hermano Penna:
Hermano Penna |
Hermano Penna – A primeira ideia de fazer este filme eu tive quando comecei a realizar “A Mulher no Cangaço”, em Poço Redondo, isso em 1976. Foi quando conheci o historiador Alcino Alves, que me contou a história de um certo Zé de Julião, que foi o cangaceiro Cajazeira, do bando de Lampião, subgrupo do bando de Zé Sereno.
Trata-se de uma história oral, que na época não constava em nenhuma literatura. Ele e Enedina, sua mulher, formaram o único casal legalmente casado da história do Cangaço. Zé de Julião era filho do maior fazendeiro da região e Poço Redondo, alto sertão sergipano, o que derrubou de uma vez por terra a tese que o Cangaço era apenas um fenômeno das camadas pobres e do pequeno lavrador revoltado. Hoje sabemos que tinha até neto de barão entre os cangaceiros.
Após a tragédia de Angicos (na qual morreram Lampião, Maria Bonita, e outros cangaceiros, inclusive Enedina) e o fim do cangaço, Zé de Julião sai do cangaço e vai retomar a vida. Mas por ódio, por vingança e pelo ouro que os cangaceiros haviam amealhado, ele passa a ser perseguido. Foge para o Rio de Janeiro, e mesmo sendo letrado – fato raríssimo em todo o Cangaço – vai trabalhar na construção civil. Primeiro como ajudante de pedreiro, depois como mestre de obras e por fim como um pequeno empreiteiro. Retorna ao sertão para assumir a herança deixada pelos pais. Com o tempo engessa na política e vive intensamente suas contradições.
O seu personagem, Zé Olímpio, é baseado neste Zé de Julião?
Hermano Penna – Num primeiro momento era, mas com o tempo foram feitos tantos tratamentos de roteiro que hoje, no máximo, podemos dizer que alguns episódios do filme são fatos reais, e apenas alguns deles vividos por Zé de Julião. “Aos Ventos que Virão” é um mosaico de lembranças pessoais e de muitas histórias escutadas em andanças e vivências. A do Zé de Julião é apenas uma destas histórias.
Só para dar uma ideia, o primeiro tratamento de roteiro foi aprovado pela Embrafilme em 1982. Fui fazendo vários tratamentos de roteiro, cada vez mais abandonando a história real de Zé de Julião, e cada vez mais incorporando as minhas próprias imagens, vivências e ideias do sertão. O filme é uma mistura de memórias… das minhas e das deste cidadão. Especificamente sobre o Zé de Julião, estou fazendo um documentário que vai se chamar “Muito Além do Cangaço”.
Mas o filme começa exatamente quando o Cangaço acaba. Não é um filme sobre Cangaço.
Hermano Penna – Exatamente, não é sobre o Cangaço nem sobre cangaceiros. Sempre evitei marcar o filme com símbolos visuais que o ligasse a um regionalismo tradicional, e principalmente ao Cangaço. O filme dialoga com o fracasso histórico de nossas instituições em construir uma ordem social que contemple, através da justiça para todos, a plena cidadania. Sei que só os mais atentos espectadores terão essa leitura do filme, mas creio também que é da opacidade da obra de arte que surgem as mais ricas e variadas leituras.
Os lançamentos contam com o apoio do Governo de Sergipe, secretarias de Estado da Comunicação e da Cultura e Banese. O Cine Vitória que será reinaugurado hoje funcionará na Rua do Turista (antiga Rua 24 Horas), localizada à rua Laranjeiras, 307, centro da capital sergipana.
Pesquei no: Portal Infonet
e no Blog do Filme
segunda-feira, 8 de julho de 2013
sexta-feira, 5 de julho de 2013
O que vem por aí!
Quanto ao método de investigação acerca do cangaço
Por Honório de Medeiros
Em Setembro, no Cariri Cangaço, se conseguir coletar o restante das informações que eu busco, lanço “Por que Lampião invadiu Mossoró?”
Nesse livro apresento o resultado de uma investigação que culminou na constatação de que existem quatro hipóteses básicas acerca dos motivos pelos quais houve a invasão. Analiso cada uma dessas hipóteses e mostro os prós e os contras delas deixando, no final, ao critério do leitor, a opção de escolher aquela que considere mais verossímil.
Sem falsa modéstia, considero que se trata de uma boa investigação. Caso fosse jornalista, eu denominaria esse trabalho de “jornalismo investigativo”. Como não o sou, deixo aos que o lerem a tarefa de estabelecer seu enquadramento literário, se for o caso.
Desde o início da minha investigação, chamemo-la assim, eu me propus aplicar com denodo uma máxima, um aforismo, no sentido francês do termo, que expressa uma postura metodológica em relação ao tema investigado.
Seria entediante, talvez, aqui, expor sua matriz filosófica. Registro, entretanto, que ela é corolário da epistemologia de Gaston Bachelard e Karl Raymund Popper que, nesse campo específico, têm mais semelhança entre si do que se possa supor. Pois bem, a máxima é a seguinte: fazemos a investigação avançar não pelas verdades que descobrirmos, mas pelas que refutarmos.
Observem que há uma roupagem retórica na máxima exposta. Tecnicamente deveríamos dizer: “fazemos a investigação avançar não pelas verdades que encontrarmos, mas, sim, pelas pseudo-verdades que refutarmos. Podemos não vir a saber com certeza o que algo é, mas podemos vir a saber com certeza o que algo não é.
Trocando em miúdos, o que quero dizer é o seguinte: a nossa preocupação, na investigação, deve ser muito mais no sentido de excluir o entulho que nos afasta da compreensão do fato. Quanto mais entulho afastarmos, mais próximos estaremos de nosso objetivo.
No que diz respeito à invasão de Mossoró por Lampião, assim procedi, preocupado, principalmente, com a hipótese que atribui à ganância de Lampião e Massilon a realização do ataque. Essa hipótese é a mais corriqueira, é aquela sacramentada pelo senso comum.
Em todas as hipóteses acerca dos supostos motivos da invasão, portanto, também apliquei o que denominei de crítica metódica, para afastar as pseudo-verdades que embaraçavam a compreensão da realidade por trás das aparências.
Ou seja, busquei, firmemente, encontrar e apontar irregularidades, incongruências, desarmonias, inverossimilhanças, tudo quanto me permitisse desconstruir, refutar cada uma das hipóteses existentes em relação à junho de 1927, para ser possível alcançar alguma luz no fim do túnel.
Há uma forma, uma maneira, um meio de aplicar a crítica metódica, que passa pela utilização de uma técnica do jornalismo investigativo aliada à utilização de alguns critérios de natureza lógica. Nada complexo e que não possa ser manejado por qualquer pesquisador.
Assim cheguei ao resultado que o livro apresentará. Não concluo, entretanto. Deixo em aberto. É uma obra aberta. Isso por uma razão muito simples: meu trabalho não é científico, no sentido estrito do termo, vez que não foi possível colher provas que sustentassem uma teoria.
Há indícios, e muitos. Há o trabalho de relacionar esses indícios, dar-lhes unidade, coerência, criar uma malha de conteúdo indagativo e explicativo razoavelmente bem tecida, que talvez seja o que de valioso exista no trabalho a ser apresentado.
Para o futuro pretendo usar esse mesmo método no que diz respeito ao estudo das causas do surgimento do cangaço. Há várias teorias quanto a essas causas. Uma delas, facilmente refutável, aponta como causa do surgimento do cangaço a luta de classes.
Voltando ao tema da mesa-redonda, penso que devemos tentar o estudo dos fatos do cangaço em uma perspectiva mais densa, mais apropriada academicamente, como está sendo feita aqui e agora. E somente podemos fazê-lo se tivermos essa preocupação com o método da investigação.
Isso por várias razões, dentre elas evitar que o estudo do cangaço suscite comentários como o que recebi, recentemente, após ser postado um texto meu acerca da realização da mesa-redonda de Sousa em um dos maiores blogs do Rio Grande do Norte, do jornalista Carlos Santos, que nos gratifica hoje com sua presença.
O comentário dizia o seguinte, textualmente: “Em pleno século 21 ainda se fala de um coisa tão irrelevante e inexpressiva! Tantos assuntos importantes a serem questionados. Esse tipo de assunto é para ser apagado da história diante a sua insignificância”.
Um absurdo, mas a ignorância gera esse tipo de juízo de valor.
Então, para concluir, creio que devemos criticar, no bom sentido, os métodos ou a falta de métodos, no estudo dos fatos do cangaço, para ultrapassarmos, de vez, sua folclorização, no sentido negativo do termo, e esse viés preconceituoso, em relação ao tema, por parte de parcela da academia e da população.
E, mais para o futuro, quem sabe evitarmos que se dê guarida, pelo menos no seio das pessoas mais esclarecidas, a bizarrices como as do homossexualismo entre cangaceiros ou o heroísmo de Lampião.
Pescado no: Honório de Medeiros
Por Honório de Medeiros
Nesse livro apresento o resultado de uma investigação que culminou na constatação de que existem quatro hipóteses básicas acerca dos motivos pelos quais houve a invasão. Analiso cada uma dessas hipóteses e mostro os prós e os contras delas deixando, no final, ao critério do leitor, a opção de escolher aquela que considere mais verossímil.
Sem falsa modéstia, considero que se trata de uma boa investigação. Caso fosse jornalista, eu denominaria esse trabalho de “jornalismo investigativo”. Como não o sou, deixo aos que o lerem a tarefa de estabelecer seu enquadramento literário, se for o caso.
Desde o início da minha investigação, chamemo-la assim, eu me propus aplicar com denodo uma máxima, um aforismo, no sentido francês do termo, que expressa uma postura metodológica em relação ao tema investigado.
Seria entediante, talvez, aqui, expor sua matriz filosófica. Registro, entretanto, que ela é corolário da epistemologia de Gaston Bachelard e Karl Raymund Popper que, nesse campo específico, têm mais semelhança entre si do que se possa supor. Pois bem, a máxima é a seguinte: fazemos a investigação avançar não pelas verdades que descobrirmos, mas pelas que refutarmos.
Observem que há uma roupagem retórica na máxima exposta. Tecnicamente deveríamos dizer: “fazemos a investigação avançar não pelas verdades que encontrarmos, mas, sim, pelas pseudo-verdades que refutarmos. Podemos não vir a saber com certeza o que algo é, mas podemos vir a saber com certeza o que algo não é.
Heróis da resistência
Trocando em miúdos, o que quero dizer é o seguinte: a nossa preocupação, na investigação, deve ser muito mais no sentido de excluir o entulho que nos afasta da compreensão do fato. Quanto mais entulho afastarmos, mais próximos estaremos de nosso objetivo.
No que diz respeito à invasão de Mossoró por Lampião, assim procedi, preocupado, principalmente, com a hipótese que atribui à ganância de Lampião e Massilon a realização do ataque. Essa hipótese é a mais corriqueira, é aquela sacramentada pelo senso comum.
Em todas as hipóteses acerca dos supostos motivos da invasão, portanto, também apliquei o que denominei de crítica metódica, para afastar as pseudo-verdades que embaraçavam a compreensão da realidade por trás das aparências.
Ou seja, busquei, firmemente, encontrar e apontar irregularidades, incongruências, desarmonias, inverossimilhanças, tudo quanto me permitisse desconstruir, refutar cada uma das hipóteses existentes em relação à junho de 1927, para ser possível alcançar alguma luz no fim do túnel.
Há uma forma, uma maneira, um meio de aplicar a crítica metódica, que passa pela utilização de uma técnica do jornalismo investigativo aliada à utilização de alguns critérios de natureza lógica. Nada complexo e que não possa ser manejado por qualquer pesquisador.
Assim cheguei ao resultado que o livro apresentará. Não concluo, entretanto. Deixo em aberto. É uma obra aberta. Isso por uma razão muito simples: meu trabalho não é científico, no sentido estrito do termo, vez que não foi possível colher provas que sustentassem uma teoria.
Lampião escrevinhando.
Há indícios, e muitos. Há o trabalho de relacionar esses indícios, dar-lhes unidade, coerência, criar uma malha de conteúdo indagativo e explicativo razoavelmente bem tecida, que talvez seja o que de valioso exista no trabalho a ser apresentado.
Para o futuro pretendo usar esse mesmo método no que diz respeito ao estudo das causas do surgimento do cangaço. Há várias teorias quanto a essas causas. Uma delas, facilmente refutável, aponta como causa do surgimento do cangaço a luta de classes.
Voltando ao tema da mesa-redonda, penso que devemos tentar o estudo dos fatos do cangaço em uma perspectiva mais densa, mais apropriada academicamente, como está sendo feita aqui e agora. E somente podemos fazê-lo se tivermos essa preocupação com o método da investigação.
Isso por várias razões, dentre elas evitar que o estudo do cangaço suscite comentários como o que recebi, recentemente, após ser postado um texto meu acerca da realização da mesa-redonda de Sousa em um dos maiores blogs do Rio Grande do Norte, do jornalista Carlos Santos, que nos gratifica hoje com sua presença.
O comentário dizia o seguinte, textualmente: “Em pleno século 21 ainda se fala de um coisa tão irrelevante e inexpressiva! Tantos assuntos importantes a serem questionados. Esse tipo de assunto é para ser apagado da história diante a sua insignificância”.
Um absurdo, mas a ignorância gera esse tipo de juízo de valor.
Jararaca "despretobranquizado"
pelo amigo e pesquisador Rubens Antonio.
pelo amigo e pesquisador Rubens Antonio.
Então, para concluir, creio que devemos criticar, no bom sentido, os métodos ou a falta de métodos, no estudo dos fatos do cangaço, para ultrapassarmos, de vez, sua folclorização, no sentido negativo do termo, e esse viés preconceituoso, em relação ao tema, por parte de parcela da academia e da população.
E, mais para o futuro, quem sabe evitarmos que se dê guarida, pelo menos no seio das pessoas mais esclarecidas, a bizarrices como as do homossexualismo entre cangaceiros ou o heroísmo de Lampião.
Pescado no: Honório de Medeiros
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Nazaré em festa
Centenário do tenente João Gomes de Lira
Dia: 13 de julho de 2013 em Nazaré do Pico - Floresta /PE
14:00 - Mesa Redonda ( Clube Recreativo)
Tema: Nazaré do Pico: Historiando as Raízes do Cangaço
Palestrantes - Paulo Moura - Recife/PE
Antônio Vilela Souza - Garanhuns/PE
João de Sousa Lima - Paulo Afonso/BA
Lançamento da 3ª edição do livro "Lampíão - Memórias de um Soldado de Volante", de autoria do Ten. João Gomes de Lira
16:30 - Merenda
17:00 - Inauguração do Busto / Apresentação de grupos culturais
19:00 - Missa (Capela Nª Sra. da Saúde)
22:00 - Festa na praça: Show com Josildo Sá.
Um agradecimento especial à Prefeitura Municipal de Floresta pelo apoio ao evento.
Att.
Dia: 13 de julho de 2013 em Nazaré do Pico - Floresta /PE
14:00 - Mesa Redonda ( Clube Recreativo)
Tema: Nazaré do Pico: Historiando as Raízes do Cangaço
Palestrantes - Paulo Moura - Recife/PE
Antônio Vilela Souza - Garanhuns/PE
João de Sousa Lima - Paulo Afonso/BA
Lançamento da 3ª edição do livro "Lampíão - Memórias de um Soldado de Volante", de autoria do Ten. João Gomes de Lira
16:30 - Merenda
17:00 - Inauguração do Busto / Apresentação de grupos culturais
19:00 - Missa (Capela Nª Sra. da Saúde)
22:00 - Festa na praça: Show com Josildo Sá.
Um agradecimento especial à Prefeitura Municipal de Floresta pelo apoio ao evento.
Att.
Lemuel Rodrigues
Presidente
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Manifesto
Em prol do restauro da casa do Sítio Jacú
Por ocasião do Seminário Parahyba Cangaço, foi lido no dia 16 de junho de 2013, na cidade de Nazarezinho, o manifesto que pede o tombamento da casa do sítio Jacú, antiga residência do cangaceiro Chico Pereira, e a criação de um museu no referido local.
Atenciosamente
Prof. Wescley Rodrigues
Exmº. Sr. Prefeito do Município de Nazarezinho, autoridades municipais constituídas, cidadãos e cidadãs do estado da Paraíba e demais estados da Federação, família Pereira, o cangaço foi um movimento que marcou a história do sertão nordestino, sendo um movimento que, devido as suas peculiaridades e características não encontramos em outro lugar do mundo, sendo algo eminentemente nosso, um dos elementos caracterizadores da região Nordeste. Alguns registros históricos pontuam a existência de cangaceiros já no século XVIII, no momento das entradas de gado e de desbravamento dos sertões. No entanto, o apogeu do cangaço deu-se na primeira metade do século XX. Sabemos perfeitamente que a figura do cangaceiro liga-se ao banditismo, a violência, a assassinatos, roubos, estupros e depredações do patrimônio público e privado, mas devemos salientar que esses homens e mulheres chamados por muitos de bandidos, foram fruto da sociedade de sua época.
Essa sociedade marcada pela má distribuição de terra, latifúndios, trabalho escravo ou servil, analfabetismo, descaso por parte da justiça e das autoridades políticas, falta de políticas públicas e trabalho. Todos esses fatores acabaram levando muitos sujeitos a enxergarem no banditismo uma solução imediatista para a resolução dos seus problemas, pois quando bate a fome, como bem disse o médico Josué de Castro no seu livro “Geografia da Fome”, o homem perde todo o seu código ético e moral e deixa a sua fera interna romper as barreiras da conversão social para poder alimentar-se. Essa é a busca desenfreada pela sobrevivência.
Outro fator que carece de uma atenção mais amiúde foi à falta de justiça, haja vista ser a justiça no século XIX e início do XX totalmente parcial, estando à disposição apenas da elite que a manipulava acabando por marginalizar inúmeros sujeitos por meio de ações que levavam a injustiça, plantando no homem um sentimento de revolta. Vitimados muitos viam nas armas a solução para os seus problemas, o meio para alcançar a tão almejada vingança; um refúgio protetor contra uma elite e um sistema coronelístico desumanizador; e um meio de vida para sobreviver apesar de todas as intempéries da vida nômade na caatinga.
O final do século XIX e início do XX surgiram cangaceiros famosos, os quais, por meio das suas ações, se imortalizaram na memória e trova popular. A história dos seus atos foram gradativamente passando de geração a geração. Essas narrativas construíram um espaço memorialístico para a figura do cangaceiro, os quais tinham seus feitos reproduzidos por meio das falas populares, das histórias mirabolantes salientadas pelos caixeiros viajantes ou por meio da deliciosa construção discursiva do cordel. Tivemos nomes que até hoje são lembrados: Jesuíno Brilhante no Rio Grande do Norte, Lucas da Feira na Bahia, Antônio Silvino na Paraíba e Pernambuco, Sinhô Pereira no Pernambuco, Virgolino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, grande ícone do “ser” cangaceiro e que “reinou” nas suas andanças por sete estados do Nordeste brasileiro; e Chico Pereira no sertão paraibano. Poderíamos citar inúmeros outros, mas nos detemos de forma ilustrativa no nome desses.
Nesse contexto apresentado, falar do Nordeste sertanejo é falar do cangaço, não temos como apagar da história esse movimento que mazelou por muito tempo o povo nordestino, muitos pobres que viviam isolados na caatinga. Lembrar do cangaceiro não é um ato de revesti-lo com armaduras de heroísmo, de fazermos apologia a violência e ao banditismo, mas sim, voltar o nosso olhar para um momento crítico da nossa história, buscando entendê-lo, esmiuçá-lo para não cometermos no presente os mesmos erros do passado. Falar do cangaço é analisar antropologicamente o homem sertanejo tão estigmatizado e martirizado com as intempéries climáticas e com a desvalorização política.
Falar do cangaço é discutir o papel da justiça como um meio responsável por lutar pela dignidade da pessoa humana e pelo princípio da equidade. Como coloca Francisco Pereira Nóbrega no livro “Vingança, não”: “Cangaceiro não era apenas o perverso, o tarado. Havia-os também honestos, incapazes da menor crueldade gratuita, de armas em punho só para tentar justiça”. Em uma sociedade que abria poucas possibilidades para o pleno desenvolvimento dos sujeitos, assumir a vida das armas era uma forma de buscar se fazer ouvir, lutar por seus direitos, haja vista a justiça da época só valorizar a elite.
Estando encravada no Nordeste, a Paraíba não esteve imune à atuação dos cangaceiros, como também era caracterizada por todos esses fatores conjecturais expostos há pouco, que promoviam a segregação social. Ao palmilharmos essa história nos deparamos com a figura do cangaceiro Chico Pereira, um dos maiores ícones do cangaço paraibano, homem de fibra que se fez personagem da história do Brasil e que precisa ter a sua memória preservada. O que percebemos é que essa história tão rica que temos na cidade de Nazarezinho não é valorizada, estudada, acabando por, gradativamente se perder no tempo, acarretando perdas irreparáveis para a história do Brasil e do cangaço no Nordeste. As futuras gerações tem direito a memória, a história, sendo a história de Chico Pereira não só um patrimônio de Nazarezinho, mas de todo o Brasil e de todos os brasileiros e brasileiras.
É preciso preservar para os nossos filhos terem direito de conhecer as raízes da nossa constituição histórica e identitária nacional, pois “a história, por vezes, ironiza os homens” (Nóbrega, 2002, p. 65). Um dos maiores medos dos gregos não era o do julgamento dos deuses, mas sim o julgamento da História, de serem lembrados como covardes ou não serem lembrados pela posteridade. A Constituição Federal de 1988, no seu artigo 23 é muito clara quando determina:
A belíssima casa do Sítio Jacú, que pertence a família Pereira, é de um enorme valor histórico, tendo grande importância como patrimônio material para a história do Brasil. Percebemos está a casa ameaçando ruir devido a ação do tempo, necessitando urgentemente reparos e restauro. Assim, nós pesquisadores(as) pedimos encarecidamente a Prefeitura Municipal de Nazarezinho, ao Governo do Estado da Paraíba e a família Pereira, o restauro imediato, o tombamento da casa citada e a criação de um museu destinado ao movimento social do cangaço, essa seria uma homenagem a memória de Chico Pereira. Pois, como foi dito, hoje Chico Pereira é um patrimônio para todo o povo brasileiro. Gostaríamos que o Exmº. Sr. Prefeito tome uma atitude imediata, antes que a história passe a conhecer Nazarezinho como uma cidade sem cultura e sem memória, que não guarda a sua herança histórica.
Nazarezinho – PB, 16 de junho de 2013.
Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC)
Cariri Cangaço
Comitê em prol da Reforma e Tombamento da Casa de Chico Pereira
A realidade da casa do Sitio Jacú hoje
(Fotos Coroné Severo, Cariri cangaço)
Por ocasião do Seminário Parahyba Cangaço, foi lido no dia 16 de junho de 2013, na cidade de Nazarezinho, o manifesto que pede o tombamento da casa do sítio Jacú, antiga residência do cangaceiro Chico Pereira, e a criação de um museu no referido local.
Atenciosamente
Prof. Wescley Rodrigues
Exmº. Sr. Prefeito do Município de Nazarezinho, autoridades municipais constituídas, cidadãos e cidadãs do estado da Paraíba e demais estados da Federação, família Pereira, o cangaço foi um movimento que marcou a história do sertão nordestino, sendo um movimento que, devido as suas peculiaridades e características não encontramos em outro lugar do mundo, sendo algo eminentemente nosso, um dos elementos caracterizadores da região Nordeste. Alguns registros históricos pontuam a existência de cangaceiros já no século XVIII, no momento das entradas de gado e de desbravamento dos sertões. No entanto, o apogeu do cangaço deu-se na primeira metade do século XX. Sabemos perfeitamente que a figura do cangaceiro liga-se ao banditismo, a violência, a assassinatos, roubos, estupros e depredações do patrimônio público e privado, mas devemos salientar que esses homens e mulheres chamados por muitos de bandidos, foram fruto da sociedade de sua época.
Essa sociedade marcada pela má distribuição de terra, latifúndios, trabalho escravo ou servil, analfabetismo, descaso por parte da justiça e das autoridades políticas, falta de políticas públicas e trabalho. Todos esses fatores acabaram levando muitos sujeitos a enxergarem no banditismo uma solução imediatista para a resolução dos seus problemas, pois quando bate a fome, como bem disse o médico Josué de Castro no seu livro “Geografia da Fome”, o homem perde todo o seu código ético e moral e deixa a sua fera interna romper as barreiras da conversão social para poder alimentar-se. Essa é a busca desenfreada pela sobrevivência.
Outro fator que carece de uma atenção mais amiúde foi à falta de justiça, haja vista ser a justiça no século XIX e início do XX totalmente parcial, estando à disposição apenas da elite que a manipulava acabando por marginalizar inúmeros sujeitos por meio de ações que levavam a injustiça, plantando no homem um sentimento de revolta. Vitimados muitos viam nas armas a solução para os seus problemas, o meio para alcançar a tão almejada vingança; um refúgio protetor contra uma elite e um sistema coronelístico desumanizador; e um meio de vida para sobreviver apesar de todas as intempéries da vida nômade na caatinga.
O final do século XIX e início do XX surgiram cangaceiros famosos, os quais, por meio das suas ações, se imortalizaram na memória e trova popular. A história dos seus atos foram gradativamente passando de geração a geração. Essas narrativas construíram um espaço memorialístico para a figura do cangaceiro, os quais tinham seus feitos reproduzidos por meio das falas populares, das histórias mirabolantes salientadas pelos caixeiros viajantes ou por meio da deliciosa construção discursiva do cordel. Tivemos nomes que até hoje são lembrados: Jesuíno Brilhante no Rio Grande do Norte, Lucas da Feira na Bahia, Antônio Silvino na Paraíba e Pernambuco, Sinhô Pereira no Pernambuco, Virgolino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, grande ícone do “ser” cangaceiro e que “reinou” nas suas andanças por sete estados do Nordeste brasileiro; e Chico Pereira no sertão paraibano. Poderíamos citar inúmeros outros, mas nos detemos de forma ilustrativa no nome desses.
Nesse contexto apresentado, falar do Nordeste sertanejo é falar do cangaço, não temos como apagar da história esse movimento que mazelou por muito tempo o povo nordestino, muitos pobres que viviam isolados na caatinga. Lembrar do cangaceiro não é um ato de revesti-lo com armaduras de heroísmo, de fazermos apologia a violência e ao banditismo, mas sim, voltar o nosso olhar para um momento crítico da nossa história, buscando entendê-lo, esmiuçá-lo para não cometermos no presente os mesmos erros do passado. Falar do cangaço é analisar antropologicamente o homem sertanejo tão estigmatizado e martirizado com as intempéries climáticas e com a desvalorização política.
Falar do cangaço é discutir o papel da justiça como um meio responsável por lutar pela dignidade da pessoa humana e pelo princípio da equidade. Como coloca Francisco Pereira Nóbrega no livro “Vingança, não”: “Cangaceiro não era apenas o perverso, o tarado. Havia-os também honestos, incapazes da menor crueldade gratuita, de armas em punho só para tentar justiça”. Em uma sociedade que abria poucas possibilidades para o pleno desenvolvimento dos sujeitos, assumir a vida das armas era uma forma de buscar se fazer ouvir, lutar por seus direitos, haja vista a justiça da época só valorizar a elite.
Estando encravada no Nordeste, a Paraíba não esteve imune à atuação dos cangaceiros, como também era caracterizada por todos esses fatores conjecturais expostos há pouco, que promoviam a segregação social. Ao palmilharmos essa história nos deparamos com a figura do cangaceiro Chico Pereira, um dos maiores ícones do cangaço paraibano, homem de fibra que se fez personagem da história do Brasil e que precisa ter a sua memória preservada. O que percebemos é que essa história tão rica que temos na cidade de Nazarezinho não é valorizada, estudada, acabando por, gradativamente se perder no tempo, acarretando perdas irreparáveis para a história do Brasil e do cangaço no Nordeste. As futuras gerações tem direito a memória, a história, sendo a história de Chico Pereira não só um patrimônio de Nazarezinho, mas de todo o Brasil e de todos os brasileiros e brasileiras.
É preciso preservar para os nossos filhos terem direito de conhecer as raízes da nossa constituição histórica e identitária nacional, pois “a história, por vezes, ironiza os homens” (Nóbrega, 2002, p. 65). Um dos maiores medos dos gregos não era o do julgamento dos deuses, mas sim o julgamento da História, de serem lembrados como covardes ou não serem lembrados pela posteridade. A Constituição Federal de 1988, no seu artigo 23 é muito clara quando determina:
"É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: [...] III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV – Impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e a ciência".
A belíssima casa do Sítio Jacú, que pertence a família Pereira, é de um enorme valor histórico, tendo grande importância como patrimônio material para a história do Brasil. Percebemos está a casa ameaçando ruir devido a ação do tempo, necessitando urgentemente reparos e restauro. Assim, nós pesquisadores(as) pedimos encarecidamente a Prefeitura Municipal de Nazarezinho, ao Governo do Estado da Paraíba e a família Pereira, o restauro imediato, o tombamento da casa citada e a criação de um museu destinado ao movimento social do cangaço, essa seria uma homenagem a memória de Chico Pereira. Pois, como foi dito, hoje Chico Pereira é um patrimônio para todo o povo brasileiro. Gostaríamos que o Exmº. Sr. Prefeito tome uma atitude imediata, antes que a história passe a conhecer Nazarezinho como uma cidade sem cultura e sem memória, que não guarda a sua herança histórica.
Nazarezinho – PB, 16 de junho de 2013.
Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC)
Cariri Cangaço
Comitê em prol da Reforma e Tombamento da Casa de Chico Pereira
A realidade da casa do Sitio Jacú hoje
(Fotos Coroné Severo, Cariri cangaço)
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