domingo, 14 de junho de 2015

Tem reedição na praça

Rosa Bezerra relança "A representação social do Cangaço"



A escritora e psicóloga Rosa Bezerra relançou o livro “A Representação Social do Cangaço”. Filha do ex-cangaceiro, poeta e cantador Generino Bezerra, Rosa é uma estudiosa do mundo do cangaço e das repercussões do fato na sociedade brasileira e no Nordeste.
 “Há algum pensamento certo atrás dos óculos de Lampião. Suas alpercatas rudes pisam algum terreno sagrado”. (Rubem Braga).
Texto resumido do livro A Representação Social do Cangaço de Rosa Bezerra.

A escritora é graduada em Psicologia pela UFPE com especialização em Psicologia Social pela FAFIRE. Coordenadora do Núcleo de Estudos do Cangaço do qual eu também participo como ouvinte. Filha do ex-cangaceiro poeta e cantador Generino Bezerra, Rosa é uma estudiosa das coisas do cangaço e das repercussões do fato na sociedade brasileira, particularmente no nordeste.

“Na seca de 1892, os sertanejos contavam com Conselheiro, em Canudos, falsamente retratado como louco. Sua “loucura” criou uma cidadela auto-suficiente onde a propriedade onde a propriedade não conhecia a fome, e havia cultivo de vários gêneros alimentícios.  No entanto, o governo central e as oligarquias não eram “loucos” o suficiente para dar suporte aos retirantes em época de seca. Canudos foi assim, uma ameaça à ordem social estabelecida e ao controle exercido pela igreja sobre o povo sertanejo.

Canudos teve que ser destruída pela exigência dos latifundiários, que não suportaram tamanha agressão aos seus direitos “universais”. Foi totalmente erradicada, numa luta desigual, para servir de exemplo. Resistiu até o completo esgotamento. A cidadela do Conselheiro foi tomada casebre por casebre, palmo a palmo e o que era uma guerra contra gente simples da cidadela, transformou-se em vingança do estado de direito”. (Rosa Bezerra)


O livro pode ser adquirido nas livrarias do Recife ou via email : rosagenerino@gmail.com ao preço de R$ 50 (Cinquenta reais) Frete incluso.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Personagens

Sargento De Luz, o matador do cangaceiro Jurity

Rubens Antonio

A localização de imagens relacionadas ao Cangaço é relativamente fácil. Mais difícil é a disposição de imagens em qualidade melhor, incluindo-se nitidez e resolução. O caminho é ainda mais pedregoso quando buscamos uma fotografia que mostre uma personagem determinada.

Uma delas é a do sargento De Luz.

Conforme Alcino Alves Costa, seu verdadeiro nome era Amâncio Ferreira da Silva, um pernambucano, nascido em 1905, que, passando ao Estado de Sergipe, acabou, neste Estado, integrando a sua polícia. Seu maior feito lembrado relaciona-o ao cangaceiro Jurity.


Jurity, em tempo de Cangaço
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Pós-Cangaço, já como o cidadão Manoel Pereira de Azevedo.
(imagem obtida por Rubens Antonio em suas pesquisas nos arquivos baianos)
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Localizando-o, o sargento De Luz, ironizou.
"- Não sabia que era tão fácil pegar um jurity!"

Apesar da exibição de documentação comprovando ser uma pessoa quite com a Justiça, valendo-se do mesmo estar desarmado, enquanto estava acompanhado de praças armados, não só lhe deu ordem de prisão. Em um dos atos mais covardes, em tempos já pós-cangaço, foi conduzido a lugar ermo onde executou-o, atirando-o vivo em uma fogueira.
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A única imagem, até agora, reconhecida, era aquela obtida por Alcino Alves Costa:



Porém a reobservação e reestudo de material disponível pode conduzir a revelações. A foto abaixo, publicada no "A Noite Ilustrada" de 08 de novembro de 1938, mostra a entrega do subgrupo comandando pelo cangaceiro Pancada.
Em sua legenda uma identificação reveladora.



Eis, enfim, uma imagem em melhor qualidade e menos alegórica do temível Sgtº De Luz, uniformizado e aparatado, em um evento relacionado ao fim do Cangaço.


Conforme Alcino Alves Costa, De Luz foi executado em uma tocaia encomendada por seu sogro, em 1952.

Pescado no essencial  Cangaço na Bahia