segunda-feira, 25 de julho de 2022

SAINDO DO FORNO!

 Novidades literárias que estarão na ´latada´ do "Cariri Cangaço Piranhas - 2022"

"Lampião e Benjamim Abraão - Uma das mais importantes reportagens fotográficas dos últimos tempos" ; de Angelo Osmiro Barreto.

 


O historiador, pesquisador e escritor Angelo Osmiro Barreto, nos brinda a todos com mais um importante trabalho literário saído da sua talentosa lavra.

Publicação com o prestigioso selo da Editora Sebo Vermelho, de Natal, RN. Adquira entrando em contato com o autor: (85) 99987-1646

Ângelo Osmiro, entre inúmeras outras atribuições, é presidente do insigne Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará - GECC.


"Manoel Neto no rastro de Lampião"; de Leonardo Ferraz Gominho.

 


Interessado? Pode enviar mensagem via zap (82) 99949 - 9831. R$ 60,00 (incluso correio), pagamento por PIX ou depósito em conta corrente Banco do Brasil ou Caixa Econômica.

 

“Lampião e a aliança de Gonzaga”; Novo livro de Valdir Nogueira

 


No alvorecer do dia 20 de outubro de 1922 a pacata cidade de São José do Belmonte teve a sua paz abalada ante a invasão e um massacre impiedoso, impetrado por um bando de cangaceiros que tinha como objetivo específico dar um fim a vida do industrial e bem sucedido coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz. Envolvendo as duas tradicionais famílias do lugar, Pereira e Carvalho, esse triste episódio por muito tempo permaneceu velado na cidade, deixou cicatrizes profundas. Até hoje, há quem se emocione ou evite falar sobre o fato que espalhou sangue e dor pelo município.

Assim como outros pesquisadores, desvendando mistérios, Valdir Nogueira, tenta elucidar, através dessa sua nova obra literária, a grande trama que foi o cruel assassinato, daquele que tentou desenvolver São José do Belmonte: Luiz Gonzaga Gomes Ferraz, empresário ousado e empreendedor, um homem que ascendeu socialmente por esforço próprio, e que, infelizmente, teve a sua vida ceifada pelas balas assassinas do famigerado banditismo.

Sobre o novo livro de Valdir comentou o historiador e escritor Sérgio Augusto de Souza Dantas, prefaciador da referida obra:

“O presente trabalho chega em excelente hora. Pretende o autor – e o consegue com êxito – analisar devidamente um dos icônicos eventos protagonizados por Lampião, quando ainda incipiente chefe de grupo de cangaceiros e recém egresso da confraria capitaneada pelo célebre Sebastião Pereira, o “Sinhô”. Sem dúvida, cuida o presente trabalho do mais ousado episódio do início da carreira do hoje famoso cangaceiro pernambucano. Evento importante, mas que tem sido repetidamente desconsiderado pelos estudiosos do controvertido personagem. O assalto a Belmonte e o consequente assassinato de importante figura política do lugar – não nos custa destacar – são marcos em sua turbulenta vida de crimes. Será através destas duas ações que o apelido “Lampião” se consolidará em definitivo pelos sertões”.

A apresentação é do artista plástico Manuel Dantas Vilar Suassuna, e Orelha do historiador e escritor Igor Cardoso, ora editado sob a chancela do Centro De Estudos De História Municipal - CEHM, que promete trazer luz a um dos mais polêmicos episódios do cangaço, que no dia 20 de outubro do corrente ano completará 100 anos.

Para adquirir entre em contato com o autor pelo (87) 99652-9650

"Lampião: a construção de um mito" ; de Maria Otilia Souza.


 


Nesta obra, da  professora e escritora capelense Maria Otília Cabral Souza, que tem apresentação do ilustre Dr. Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço; a autora aborda a criação da imagem de Lampião como elemento simbólico do Nordeste, e por esse viés semiótico mostra os elementos que influenciaram esse processo, a exemplo da fotografia e seu caráter simbólico na construção e perpetuação do mito Lampião, a literatura de cordel como gênero épico na construção do herói popular, a visão midiática que o cinema propõe e sua postura crítica, a visão romanceada do herói bandido no romance e na música e por último, o papel da cultura de massa na descaracterização de Lampião.

Segundo a autora, "O desejo de transformar pessoas complexas e lendárias como Lampião em imagem símbolo torna-se cada dia mais forte, e na fronteira entre o passado e o presente quando impera o desconhecimento predomina a necessidade de reinventa-lo. Não importa ser, importa parecer. É nesse momento que o passado histórico doloroso se perde ancorado em novas interpretações. Destroem-se os valores históricos e se refaz uma nova imagem de Lampião. Ele se transforma em um produto de consumo exótico, extravagante e deixa para trás sua história, sua verdade.

Nesta obra a autora dá relevante destaque a dois importantes episódios de Lampião em Capela. História que há mais de 90 anos encontrava -se esquecida.

Após árdua tarefa de compilar informações, dirimir dúvidas, filtrar narrativas passadas, na incessante busca da verdade comparada, procurou narrar com extrema fidelidade fatos já conhecidos e vários outros inéditos com riqueza de detalhes e registros fotográficos desses dois episódios: Uma entrada inesperada em 1929 e uma tentativa frustrada em 1930 graças a coragem dos capelenses que lutaram com heroísmo em defesa da cidade.

A obra está à venda ao preço de R$ 50,00 + R$ 13,00 = 63,00 para qualquer parte do Brasil. Pix (79) 9 9909-6309.

"Quem Matou Delmiro Gouveia?", de Gilmar Teixeira.

 


A obra que está em sua segunda edição, traz um dos mais polêmicos episódios do começo do século passado, quando o um dos mais ousados empreendedores da história do nordeste, o cearense de Ipu, Delmiro Gouveia é alvejado a bala na varanda de seu chalé, no final da tarde, na localidade de Pedra, atual Delmiro Gouveia.

O livro é uma verdadeira odisseia na busca da elucidação dos fatos, confrontando depoimentos e notícias da época, rastreando fatos que passaram despercebidos quando ainda no calor dos acontecimentos. Vale a boa leitura e o conhecimento dos registros. Agora é esperar o lançamento do livro de Gilmar Teixeira e colocar mais lenha na fogueira das "mentiras e mistérios" das histórias do nordeste.

Para adquirir entre em contato com o autor pelo (75) 99199-1601

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Benício "Saracura"

Como foi a vida deste cabra após o cangaço (Atenção: foto inédita)

Por Moisés Reis

Benício Alves dos Santos era paripiranguense, entrou para o cangaço após desacertos com a polícia local e foi combater ao lado do notório Labareda. Sua vida durante o cangaço é relativamente bem conhecida. Saracura ficou famoso por aparecer em um famoso documentário onde é descrito por "Zé Rufino" como um homem destemido e inteligente, capaz de comandar um grupo por conta própria.
 

"Saracura" preso em Salvador

No mesmo documentário Benício aparece já como funcionário público do Instituto Médico Legal da Bahia. Em uma breve entrevista, entre informações sobre a vida bandoleira, deixa claro que não gostava de falar do cangaço.
 

Tudo que foi dito até aqui, não é novidade para quem gosta e pesquisa sobre o cangaceirismo, contudo, recentemente, tive a oportunidade ímpar de entrevistas Silvano Andrade Santos, filho de Benício. A descoberta do contato me foi gentilmente passada pelo pesquisador Kiko Monteiro (Blog Lampião Aceso).
 

Por telefone, Silvano me passou as informações que faltavam para compor o perfil de "Saracura" após o fim do cangaço e finalmente compor a historiografia sobre o tema.

Saracura faleceu ainda jovem, aos 59 anos, contrariando a tradição de longevidade dos cangaceiros sobreviventes ao cangaço. A data exata do seu falecimento é 2 de junho de 1975, morreu de hepatite e foi sepultado em Salvador.
 

Benício nasceu no dia 1º de novembro de 1916, se entregou em 1940 em Paripiranga e seguiu para cumprir pena em Salvador. Após cumprir sua sentença, continuou morando na capital, mas, de acordo com Silvano, fez diversas visitas à Paripiranga após o cangaço. Foi na fazenda de um amigo, Ramiro Vieira de Andrade, que conheceu a sua segunda mulher com quem viveria pelo resto de seus dias.
 

A filha do fazendeiro que encantou Saracura foi Josefa Vieira de Andrade Santos, ainda viva, com 83 anos, residente em Itaberaba, a 288 km de Salvador. Foi dela que Silvano retirou a maior parte das informações a mim passadas para a composição deste artigo, uma vez que ele tinha apenas 11 meses de idade quando o pai faleceu.
 

Sua vida cotidiana era dedicada ao trabalho e à família, tornou-se um cidadão tranquilo, ordeiro, casado, pai de quatro filhos, três biológicos e um adotivo. Como ele mesmo afirmou no documentário já citado, não gostava de falar do cangaço e está aí o motivo de sua vida civil não ter sido devidamente documentada até agora. 

Não temos informações acerca da sua relação com o outrora chefe Ângelo Roque. Sabe-se, contudo, que chegou a contar algumas histórias da respectiva parceria para a esposa em momentos de descontração.

 

Ângelo Roque, prestes a regeneração

 

A esposa de Saracura criou os filhos em Salvador apoiada na pensão de um salário mínimo que recebia como viúva, diante das dificuldades da vida, seu pai chegou a ir busca-la para voltar a viver em Paripiranga, mas ela recusou e preferiu criar os filhos onde acreditava ter melhores condições de dar a eles boa educação, oportunidade que não teve durante a vida. A família optou por Itaberaba, onde vive ainda hoje. 

A família permanece unida, Silvano é casado, pai de três filhos, um deles, o caçula, leva o nome do avô, Benício Andrade. É um nome forte para uma criança que vai crescer com um nome carregado de significados e com uma bela história de lutas.
 

Silvano é empresário e pai também de Victória Andrade (26 anos) e Miguel Andrade (21), Valentina Andrade, filha de Simone Andrade, completa o rol de netos do ex-cangaceiro Saracura.

 

Abaixo, uma foto inédita de Saracura e D Josefa Vieira, no dia do casamento religioso.
 

Benício e sua 2ª esposa, Josefa Vieira

Casamento religioso em Paripiranga, BA, 8 de janeiro de 1971

Acervo Kiko Monteiro (Lampião Aceso)

         

 *Moisés Santos Reis Amaral, Professor há 20 anos do Município de Fátima, Licenciado em História pela Uniages com especialização em História e Cultura Afro-brasileira, Mestre em Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe. Autor das obras: Manual Didático do Professor de História, O Nazista e da HQ Histórias do Cangaço. Contatos (75) 99974-289. E- mail.moisessantosra@gmail.com

 

Adendo Lampião Aceso em 2 de maio de 2024: Ainda segundo dona Josefa, seu companheiro foi enterrado na Quinta dos Lázaros (Salvador). E que a família foi avisada que deveriam retirar os restos após dois anos do sepultamento. Mas, quando eles foram tomar esta providencia, (em prazo não confirmado) encontraram a sepultura aberta e vazia. Quando ela questionou os coveiros, lhe disseram que ele já havia sido retirado e que tinham descartado os restos. 

*Depoimento concedido ao pesquisador Rubens Antonio em setembro de 2013.