sábado, 28 de outubro de 2023

O cangaço...

E os mensageiros
 

Por Luis Bento       

Lampião foi capaz de arregimentar uma legião de colaboradores, uma malha  informantes e mensageiros, numa época em que a telefonia ainda engatinhava no Brasil, principalmente no nordeste. Assim construiu uma rede de comunicação tão grande que nenhum outro homem da região foi capaz.
          

No então distrito Macapá atual Jati-CE, morava Joaquim Aureliano Pereira da Silva, "Quinca Pereira" irmão do cangaceiro Sebastião Pereira da Silva, senhor Pereira. No ano de 1919, ele foi procurado pelo padre Cícero Romão Batista a levar uma carta ao irmão. A carta constava o seguinte teor. " Era um pedido ou uma ordem, que o cangaceiro suspendesse as armas, abandonasse as questões entre as famílias: Pereira, Carvalho e fosse se refugiar-se em terras distantes ".

          

Quinca Pereira

Manoel Cunha Moura, Neco Cunha, outro mensageiro do distrito Macapá atual Jati-CE. No dia 2 de março do ano ano de 1926, Lampião passará pelo então distrito com destino a cidade de Juazeiro do padre Cícero. Neco Cunha, pediu a Lampião que a sair do distrito passasse em sua residência, tinha uma correspondência a lhe entregar, uma uma carta de seu ex-chefe Senhor Pereira que já se encontrava refugiado no estado de Goiás. 

A carta tinha o seguinte teor. "era uma carta convite, convidando Lampião a abandonar as armas e  se refugiar-se em Goiás ".
          

 

Neco Cunha

O mensageiro, foi de suma importância na historiografia do cangaço, Lampião tinha muito respeito por todos, além das correspondências ser preservadas no mais absoluto segredo, ainda contava com excelentes redes de informações.
          

*Luís Bento é Diretor de Cultura.

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