Brasa no Sertão
O cão de fogo
O cão de fogo
Fez a faísca
Acendeu o pavio
Alumiou o Lampião
Virgulino tocou brasa no sertão
O grande dragão alevantou-se
Sob o inclemente sol da caatinga
Espinho do mandacaru
Mandioca brava
Cabra da peste
Espingarda, sua espada
Gibão de couro, armadura
No chapéu a estrela da justiça sem lei
Samurai do Nordeste
Facínora sanguinário ?
Herói dos desvalidos ?
Robin Hood dos fracos e oprimidos ?
Lampião tocou brasa no sertão
Fez brotar o medo e a admiração
Até que cercado pelos macacos da volante
Caiu sem vida ao chão
Deixou de ser Virgulino
Virou lenda, assombração...
(Gustavo Adonias)
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