Projeto transportou o público à década de 30, para presenciar como seria o julgamento de Lampião.
Por G1 Petrolina
Um dos personagens mais conhecidos e polêmicos do Nordeste foi Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. O rei do Cangaço nunca foi julgado por seus crimes, pois foi morto em [28] de julho de 1938, em uma emboscada policial, na grota do Angico, em Sergipe. Pensando nisso, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, um projeto acadêmico realizou nesta quinta-feira (31) o ‘Juri Épico de Lampião’. A encenação, que teve recursos de um julgamento real, declarou Lampião, culpado.
O júri contou com uma defesa feita por advogados e defensores públicos. A acusação foi realizada por promotores do Ministério Público. Os juízes foram Marcos Bacelar, da Vara da Infância e da Juventude em Petrolina, e Elane Brandão Ribeiro, da Vara do tribunal do Júri do Recife.
Júri Épico de Lampião em Petrolina no Sertão de Pernambuco.
Foto: Reprodução/ TV Grande Rio
A denúncia foi de uma ação de Lampião e do bando dele, em [Dores], município de Sergipe, em 1930, e que resultou na morte de José Elpídio dos Santos. Destemido, Lampião não se mostrou intimidado pelos juízes e nem pela acusação. "Entrei para o cangaço por justiça e por destino, tudo começou por uma briga de terra e criação".
O réu negou ser o autor do assassinado, mas admitiu ser o mandante do crime. " Eu precisava dar o exemplo, não podia tolerar desrespeito a mim, não. Não gosto de derramamento de sangue, mas infelizmente nesse caso, foi necessário", disse Lampião.
Centro Cultural Dom Bosco em Petrolina ficou lotado durante todo o dia para assistir ao júri.
Foto: Reprodução/ TV Grande Rio.
O período da tarde foi destinado para aos debates entre acusação e defesa. Foram duas horas e meia para as alegações de promotores do Ministério Público e outras duas horas e meia para advogados e defensores. Só depois disso, os jurados seguiram para a sala secreta. Até que à noite, a sentença foi lida pelos juízes, declarando Virgulino Ferreira da Silva, culpado.
O Júri Épico é um projeto acadêmico que pretende integrar a ciência jurídica a outras disciplinas, além de transportar o público à década de 30, para presenciar como seria o julgamento de Lampião. A realização é do Ministério público de Pernambuco, da Defensoria Pública do Estado, Ordem dos Advogados do Brasil, do Tribunal de Justiça de Pernambuco e de duas instituições de Ensino Superior.
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