"Assim era Dadá"
Sua puberdade foi no cangaço onde aprendeu o bê-a-bá, pegou em armas, fez seus próprios partos e ajudou a trazer ao mundo outras crianças do cangaço. Cuidou de feridos, deu tiros e enfeitou os trajes e utensílios dos bandos com flores coloridas. Perdeu de vista a Sérgia do batismo, deu vida a Dadá, cangaceira temida e respeitada, companheira do crudelíssimo Capitão Corisco. Assistiu a morte do seu companheiro e tombou gravemente ferida.
Após deixar a prisão, Dadá, mutilada de guerra, iniciou uma nova vida. Reinventou-se para viver dias urbanos, longe dos sertões e das armas. Casou-se outra vez. Fez da costura um ofício. Trouxe as filhas para junto de si. Converteu-se em avó amorosa, matriarca atenta, severa, extremada na luta pela sobrevivência. Solicitada por artistas, intelectuais, escritores e estudiosos prestou testemunhos que puseram luz sobre fatos e personagens da luta cangaceira.
O documentário Assim era Dadá – A vida pós-cangaço de Sérgia da Silva Chagas, produzido pelo Centro de Estudos Euclydes da Cunha – CEEC, com direção e roteiro de Manoel Neto, direção de fotografia de Lucas Viana e montagem de Ilo Alves, ressalta a figura humana que soube enfrentar os desafios de uma vida extraordinária, sem renegar sua própria história.
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