– Cerca de 1400 homens se acharam no encalço do famoso bandoleiro
Por Joel Reis
Juarez do Nascimento Fernandes Távora, o revolucionário militar cearense, não somente foi um grande guerrilheiro que levantou e trouxe até o Rio de Janeiro, então capital da República, as hostes revolucionárias que redimiram o Brasil, mas também um vigilante incessante da abandonada Região Nordeste, em que todos os problemas foram ignorados pelos politiqueiros perniciosos que estorvaram o seu progresso, humilharam o povo e surrupiaram os cofres públicos.
Inteirado de todos os reclamos da opinião e às necessidades imprescindíveis do País, Juarez Távora, não se limitou apenas à sua ação combativa ao específico campo militar. O intimorato militar destacou de Sergipe, quatrocentos soldados do Exército para combater Lampião, o célebre bandoleiro que vem desassossegando alguns Estados do Nordeste, há muitos anos, com o apoio dos sobas*, apeados do poder, pela revolução.
Não apenas no Estado de Sergipe foram tomadas providências de tal natureza, como também o de Alagoas, da Bahia e o de Pernambuco. Além da participação de outros contingentes, cujo efetivo total ascende, a mil homens, que rastejam por todos os recantos do sertão nordestino, o famigerado autor dos mais nefandos crimes.
Não apenas no Estado de Sergipe foram tomadas providências de tal natureza, como também o de Alagoas, da Bahia e o de Pernambuco. Além da participação de outros contingentes, cujo efetivo total ascende, a mil homens, que se dividem em duas grossas colunas e rastejam pelo sertão nordestino no encalço do famigerado Lampião e seus asseclas.
Conforme o Jornal A Batalha, RJ (1930, p. 05, grifo nosso) o assombroso poder de Virgolino estava atrelado aos velhos oligarcas que não passavam de seus correligionários, por esse motivo era ‘invencível’. Apesar disso, o supracitado jornal acreditava que Lampião não escaparia das ações do intrépido militar Juarez Távora, por conseguinte, não mais registraria ‘novas’ façanhas do famoso cangaceiro. Ademais, a matéria é finalizada com os seguintes dizeres: “Veremos, agora se assim acontecerá.”
Tendo em vista os aspectos observados conclui-se que Juarez Távora fracassou em sua missão em 1930, visto que, segundo os historiadores, Lampião morreu na alvorada do dia 28 de julho de 1938. Assim, o Jornal A Batalha (RJ) continuou a registrar novas matérias até término do cangaço.
REFERÊNCIA
CUNHA, Tristão da. Desta vez Lampeão não fugirá!. Rio de Janeiro, A Batalha, ano II, n. 269, 22 nov. 1930, p. 05. Disponível em: Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca Nacional. Acesso em: 19 out. 2017.
IMAGEM Blog Revolução Brasileira De 1924. Disponível em:
*Soba é aquele que se serve do poder que tem para granjear proveito próprio, sem a menor consideração pelo que possa ser o interesse da sua comunidade.
ResponderExcluirParvati disse...
Eu, na última gira, antes da pandemia, fui presenteada com a incorporação de Maria Bonita.
Ela veio imponente e petulante aos olhos da entidade em terreiro. Que lógico era um Boiadeiro. Eu sou nova na incorporação, e fiquei com vergonha da bronca. Fico consciente durante as incorporações, porém,perco minha autonomia na voz e corpo. Gostei muito de receber ela. Gratidão por ela ter se sintonizado comigo. Salve o povo da Bahia, Salve os Cagaceiros, Salve os Boiadeiros! ❤️
24 de junho de 2021 04:45