Por:Manoel Severo
Manoel, Euclides, Odilon, Hidelbrando; a famosa família Flor; Davi Jurubeba, João Gomes de Lira, Manoel de Sousa Neto e tantos outros... Nomes eternizados na história por sua bravura, destemor e coragem na luta contra o cangaceirismo, notadamente dos "filhos de Zé Ferreira": Virgulino, Antônio, Levino...
A mais famosa vila da história do cangaço: Nazaré; guarda entre suas pequenas ruas, capela e casario antigo, reminiscências de uma das mais ferozes guerras do sertão, quando as famílias Ferraz, Sousa, Gomes e muitas outras do solo castigado da antiga Carqueja deram inicio a mais abnegada perseguição que se tem noticia de todo o ciclo do cangaço. Na mira dos bacamartes dos Nazarenos: Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião.
Zezinho, Netinho, Fernando, Euclides Neto,
Manoel Severo e Ulisses Ferraz
No último mês de Julho, a Caravana Cariri Cangaço, teve a oportunidade de revisitar Nazaré. Fomos anfitrionados mais uma vez pelos amigos e confrades; Euclides Neto, seu pai Ulisses Ferraz; Hildebrando Neto, Netinho; Fernando Ferraz, José Nogueira Sousa, Julinho, entre outros integrantes da família Flor, além dos companheiros Paulo George e Jonatan Pires de Belém do São Francisco.
Andar pela mística Nazaré é como se pudéssemos ser transportados no tempo até os idos de 1919, 1920... Viver novamente os primeiros desentendimento entre o velho João Flor e os irmãos Ferreira; o polêmico episódio do casamento da prima de Virgulino, Licor; os primeiros combates, o tiro e a prisão de Levino, o recrutamento dos meninos de Manoel Neto... Tudo parecia passar ali, na nossa frente, sob o sol abrasador daquela tarde de julho...
Cemitério de Nazaré, campo santo onde repousam
os restos mortais dos valentes Nazarenos
Manoel Severo, Fernando Ferraz e Julhinho
O almoço ciceroneado por seu Ulisses Ferraz nos permitiu enveredar ainda mais nas histórias daqueles lendários homens que dedicaram toda sua vida ao combate a Lampião. Seu pai, Euclides Flor, irmão dos não menos lendários, Odilon e Manoel Flor, estiveram ao lado de seus primos e parentes nos mais emblemáticos combates do cangaço de toda a história, como Serra Grande e Maranduba, esse último, cenário dos mais tristes para a memória dos Nazarenos.
Manoel Severo e Ulisses Ferraz
Caravana Cariri Cangaço em Nazaré
A capela, as ruas, a pracinha; os monumentos aos heróis de Nazaré, todos ali; reverenciados de forma solene pelo solo que foi berço. No pequeno cemitério do lugar, repousam muitos desses que fizeram história contra Lampião. Entre uma história e outra, a visita às casas onde fizeram história esses homens, "aqui era o salão de Euclides Flor, aqui eles promoviam os bailes e só entrava de palito, até o prefeito de Floresta foi barrado por Odilon Flor" confirma Hildebrando Neto.
A Serra Vermelha
Fernando Ferraz, Manoel Severo e Euclides Ferraz Neto
Hildebrando Neto, Manoel Severo e a memória dos filhos de João Flor
Euclides Neto, Ulisses Ferraz e Manoel Severo
Euclides Neto, ressalta o empenho que a família está desenvolvendo na criação de um museu, tendo a frente a Associação dos Combatentes das Forças Volantes de Nazaré, "ainda temos muito material e é necessário sensibilizar as família para doarem ao museu, dessa forma, a memória e a história dos nazarenos ficará preservada". Poderíamos passar ali o resto dos dias, o resto do mês, colhendo daqui e dali, fragmentos desta verdadeira saga; infelizmente precisávamos seguir com a Caravana Cariri Cangaço, mas ficou uma certeza, Nazaré permanece mais forte do que nunca e essa força, certamente ninguém jamais irá lhe tirar.
Manoel Severo
Curador do Cariri Cangaço
Publicado originalmente no Cariri Cangaço
Querido Kiko faltou você !!!!
ResponderExcluirAbração,
Manoel Severo
Pergunto ao nobre Manoel Severo, eu como leitor e curioso das histórias do cangaço,quais as possibilidades que tenho indo a Nazaré de conhecer a história dos bravos nazarenos? Agradecido,Josivaldo Pereira.
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