Wilson Seraine estuda há 15 anos a história e obra do 'Rei do Baião'. Ele também é presidente da 1ª Colônia Gonzaguena do Brasil, em Teresina.
Por: Pedro Santiago do G1, PI
Foto: Pedro Santiago/G1 |
Além de apaixonado pela história do ícone nordestino, Seraine é um grande divulgador de sua obra. O professor tem um programa de rádio há quase sete anos no qual fala de cultura popular, especialmente do autor de Asa Branca.
“Temos o programa de rádio e ainda realizamos, há quatro anos em Teresina, a Procissão da Sanfona no dia da morte de Luiz Gonzaga, 2 de agosto. Conseguimos juntar mais 50 sanfoneiros na procissão deste ano”, relata.
Paixão pelo Rei do Baião já era antiga, mas ficou séria há 15 anos (Foto: Pedro Santiago/G1) |
A admiração pelo trabalho de Luiz Gonzaga fica evidente quando se entra na casa do pesquisador. Lá, existe o Espaço Cultural Luiz Gonzaga com dezenas de rádios, telefones, gravuras, cartazes, quadros, bebidas e outros utensílios que lembram a cultural popular nordestina e obra de Gonzaga. Em outro cômodo estão os LPs, livros, revistas, cordéis que remetem ao Velho Lua.
“Luiz apresentou o Nordeste inteiro para o brasileiro. Ele cantou nossas lendas, a culinária, a sabedoria popular, os vaqueiros e os estados nordestinos como ninguém fez. Luiz Gonzaga é o próprio nordeste”, afirma o pesquisador.
Segundo ele, o fato de ser um professor de física, com mestrado em Ciências Matemáticas, ainda ser um especialista em Luiz Gonzaga, causa estranheza. “Sou antes de tudo nordestino. Já era fã do Velho Lua antes de me tornar pesquisador de sua obra. José Leite Lopes, o maior físico brasileiro, aconselhou os físicos a lerem sobre cultura e história quando cansarem de estudar sua área. Eu não esperei isso acontecer”, disse.
A admiração por Gonzagão fica evidente quando se entra
na casa do pesquisador. (Foto: Pedro Santiago/G1)
“Passei a viajar muito quando terminei o meu mestrado quatro anos atrás. Fui à Exu (PE), Juazeiro do Norte(CE), Crato(CE) e Paulo Afonso (BA) para dar palestras, participar de congressos e garimpar material. Nessas viagens, a gente consegue vídeos caseiros da região, livros antigos e músicas diferentes. Toda viagem que faço é um intercâmbio cultural com a região e sempre há algo de novo sobre Luiz Gonzaga”, afirma.
Entrada da 1ª Colônia Gonzagueana do Brasil, fundada em Teresina (Foto: Pedro Santiago/G1) |
O amor pela vida obra de Luiz Gonzaga lhe rendeu o cargo de presidente da I Colônia Gonzagueana do Brasil. “Um dia estávamos confraternizando em casa com o Reginaldo Silva, um especialista sobre Gonzagão, e amigos quando ele decretou que estava fundada a Colônia e eu era o presidente.
No início levei na brincadeira, mas as comemorações pelo centenário do cantor fizeram com que levássemos a coisa mais a sério. Temos perfis nas redes sociais, estamos construindo nosso site e contamos com cada vez mais adeptos”, explica Seraine que sedia a organização em sua casa.
O sanfoneiro Geri Wilson é um dos Gonzaguenos. Ele conta que é músico profissional há mais de 20 anos, mas que se apaixonou pela obra de Luiz Gonzaga há apenas quatro anos. “Eu participava de bandas que tocavam ritmos populares de sucesso rápido, quando um belo dia caiu a ficha. “Agora eu quero tocar é Asa Branca”, pensei. Passei então a pesquisar, cantar e acabei fundando uma banda que tem como maior influência o Gonzagão”, conta.
Isac é apaixonado pela história de Gonzaga (Foto: Pedro Santiago/G1) |
A I Colônia Gonzaguena do Piauí é organizadora da Missa dos Sanfoneiros, que será celebrada nesta quinta-feira (13), dia em que Luiz Gonzaga completaria 100 anos. A missa será realizada na Igreja São Benedito, em Teresina. Antes da celebração, vários sanfoneiros da região farão um encontro no Adro da igreja.
As comemorações pelo centenário de Luiz Gonzaga envolvem apresentações musicais do Coral Nova Visão, da Associação dos Cegos do Piauí; da Banda do 25 BC, com repertório especial de Luiz Gonzaga; de Solange Veras, piauiense compositora parceira do Rei do Baião; e da Big Band Luiz Gonzaga.
A programação, organizada pela Colônia Gonzagueana/Piauí, inclui ainda uma apresentação de dança, com Sidh Ribeiro; apresentação de sanfoneiros e a realização de um leilão cultural, com a arrecadação destinada às vítimas da seca no semiárido piauiense.
Pescado no G1 Piauí
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