por professor Pereira*
São consideradas esgotadas e, em alguns casos, raras. Quando são colocadas à venda, estão com preços exorbitantes, totalmente fora da realidade financeira da maioria das pessoas que desejam adquiri-las.
Faço, por meio deste artigo, uma indagação pertinente e natural: por que esses livros não são reeditados? Não é o meu propósito procurar identificar e analisar os fatores que dificultam ou impedem essas reedições, mas contribuir, positivamente, com este processo, para que o resultado seja promissor.
Aproveito a oportunidade para conclamar, solicitar aos autores, herdeiros de autores já falecidos ou quem esteja na posse do direito destes trabalhos, que procurem reeditá-los, pois são obras extraordinárias, que demandaram milhares de horas de leituras, pesquisas, viagens e entrevistas, com muito sacrifício, principalmente, em épocas mais remotas, quando os autores não dispunham de meios de transporte, comunicação, e a internet, que podemos utilizar atualmente.
Então, não se justifica a ausência destas relíquias, na bibliografia disponível do cangaço. Faço este apelo, em nome de milhares de pessoas que necessitam dessas obras para a efetivação das suas pesquisas, descobertas e fundamentações teóricas de monografias, dissertações e teses, no Brasil e mundo afora.
Os sites, blogs e comunidades virtuais ligados ao fenômeno do Cangaço, como: SBEC- Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, O Cariri Cangaço, O Lampião Aceso, Cangaço em Foco, Tok de história, Comunidade Lampião, Grande Rei do Cangaço entre outros, que estão sempre focados e à disposição da expansão do estudo da história e cultura nordestina, divulgando os lançamentos de edições e reedições de livros, revista e artigos referentes ao assunto, o que facilita o acesso deste material pelos pesquisadores, colecionadores e interessados no tema. Como consequência natural da utilização destas ferramentas, observo um crescimento considerável de pessoas interessadas no estudo do Cangaço. Além do uso da Internet na distribuição eficiente desses livros, o que contribui e incentiva os autores a editarem e reeditarem suas obras.
Tomo a liberdade e a iniciativa de citar algumas obras, por ordem cronológica, que gostaria de vê-las reeditadas e espero que os leitores acrescentem, por meio de seus comentários, outros trabalhos esgotados e raros aqui não relacionados:
* Solos de Avena 1905, Alício Barreto;
Os Cangaceiros, Romances de Costumes Sertanejos 1914, Carlos Dias Fernandes;
Heróes e Bandidos 1917, Gustavo Barroso;
Beatos e Cangaceiros 1920, Xavier de Oliveira;
Ao Som da Viola 1921, Gustavo Barroso;
A Sedição de Joazeiro 1922, Rodolpho Theophilo;
Lampião, sua História 1926, Érico de Almeida;
* Prestes e Lampião 1926, Ten. Adaucto Castelo Branco;
Lampeão no Ceará, A Verdade em Torno dos Fatos 1927, Moysés Figueiredo;
Padre Cícero e a População do Nordeste 1927, Simões da Silva;
Os Dramas Dolorosos do Nordeste 1930, Pedro Vergne de Abreu;
Almas de Lama e de Aço 1930, Gustavo Barroso;
O Flagello de Lampião 1931, Pedro Vergne de Abreu;
O Exército e o Sertão 1932, Xavier de Oliveira;
Sertanejos e Cangaceiros 1934, Abelardo Parreira;
Como dei Cabo de Lampeão 1940, Ten. João Bezerra;
Lampeão, Memórias de um Oficial Ex-comandante de Forças Volantes 1952, Optato Gueiros;
Caminhos do Pajeú 1953, Luís Cristóvão dos Santos;
Cangaceiros 1959, Gustavo Augusto Lima;
Rosário, Rifle e Punhal 1960, Nertan Macedo;
Serrote Preto 1961, Rodrigues de Carvalho;
** O Mundo Estranho dos Cangaceiros 1965, Estácio de Lima;
Lampião e Suas Façanhas 1966, Bezerra e Silva;
Lampião, O Último Cangaceiro 1966, Joaquim Góis;
Sertão Perverso 1967, José Gregório;
Lampião, Cangaço e Nordeste 1970, Aglae Lima de Oliveira;
Cinco Histórias Sangrentas de Lampião, Mais Cinco Histórias Sangrentas de Lampião (dois livros) 1970, Nertan Macedo;
Vila Bela, Os Pereira e Outras Histórias 1973, Luís Wilson;
Terra de Homens 1974, Ademar Vidal;
*Bicho do Cão, Canga, Cangaço, Cangaceiro 1975, José Cavalcanti;
Cangaço: Manifestação de Uma Sociedade em Crise 1975, Célia M. L. Costa;
Figuras Legendárias 1976, José Romão de Castro;
A Derrocada do Cangaço 1976, Felipe de Castro;
* Lampião e a Sociologia do Cangaço 1977, Rodrigues de Carvalho;
Antônio Silvino, O Rifle de Ouro 1977, Severino Barbosa;
Capitão Januário, a Beata e os Cabras de Lampião 1979, José André Rodrigues (Zecandré);
Gota de Sangue Num Mar de Lama, Visão Histórica e Sociológica do Cangaço 1982, Gutemberg Costa;
Volta Seca, O Menino cangaceiro 1982, Nertan Macedo;
Sangue, Terra e Pó 1983, José de Abrantes Gadelha;
Lampião, as Mulheres e o Cangaço 1984, Antônio Amaury C. de Araújo;
Lampião e Padre Cícero 1985, Fátima Menezes;
Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste do Brasil 1985, Frederico Pernambucano de Mello (Será lançado a 5º edição desse livro, agora em janeiro/2012);
A Vida do Coronel Arruda, Cangaceirismo e Coluna Prestes 1989, Severino Coelho Viana;
Lampião, Memórias de Um Soldado de Volante 1990, Ten. João Gomes de Lira;
Nas Entrelinhas do Cangaço 1994, Fátima Menezes;
Lampião e o Estado Maior do Cangaço 1995, Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena;
Cangaço: Um Certo Modo de Ver 1997, Vera Figueiredo Rocha;
Amantes e Guerreiras: A Presença da Mulher no Cangaço 2001, Geraldo Maia;
Histórias do Cangaço 2001, Hilário Lucetti;
Lampião e o Rio Grande do Norte, a História da Grande Jornada 2005, Sérgio Augusto de Souza Dantas.* Datas pesquisadas e inseridas por Lampião Aceso.
* * Obs. Algumas dessas obras já foram reeditadas, mas, mesmo assim, estão esgotadas. Está lançado o debate. Vamos à discussão construtiva, formando um elo de entendimento, consultoria, convergência na direção do resultado positivo, e espero que possamos colher os frutos num futuro próximo, com novos livros no mercado.
Votos de Saúde e paz a todos!
Francisco Pereira Lima
Cajazeiras - PB
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*Cumpadi Pereira é Advogado, Professor, Membro da UNEHS, SBEC e Conselheiro do Cariri Cangaço. Contato: franpelima@bol.com.br
Professor Pereira receba nosso abraço de reconhecimento. Parabens pelo seu empenho.
ResponderExcluirProfessor Mario Helio