terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Lampião e o "Lajedo do boi"

Um dos locais das filmagens de Abrahão

Na historiografia do cangaço são muito analisadas as filmagens que Benjamin Abrahão fez com Lampião e seu bando.
 



No ano de 1936, o árabe passou vários meses filmando o bando nas caatingas, e, no governo de Getúlio Vargas, o "DIP" - departamento de imprensa e propaganda confiscou o filme produzido, entendendo que o mesmo, ia contra os princípios da república e afetava a imagem do governo.

Das filmagens originais de Abrahão, sobraram, apenas, em torno de 10 minutos, uma vez que, o restante foi estragado pelo tempo, nos porões da ditadura.

Onde foram feitas as filmagens de Abrahão com o grupo de Lampião?

Segundo estudiosos, apesar de Benjamin ter passado vários meses filmando o grupo um dos locais destas foi No lugar “Lajedo do boi”, próximo ao povoado do "Capiá da igrejinha ", pertencente ao município de Canapi , estado de Alagoas .

Pequeno templo que batiza o povo e o povoado.


O Lajedo fotografado há alguns anos.
Nesse lajedo, os cangaceiros se abasteciam de água, cozinhavam etc. Veja, logo abaixo, a imagem da época feita por Benjamin Abrahão, vendo-se, um cangaceiro carregando água em um pote, em cima do lajedo que acumulava o precioso líquido.naquele “lajedo”, que Lampião se acoitou com seu grupo, em 1936.

 
Cangaceiros carregando potes com água, para abastecimento do grupo.

 Mais um ângulo do grande "Lajedo do boi” hoje.

Fotos recentes - Cortesia do escritor do cangaço, Dr. Sérgio Augusto Souza Dantas.

Créditos
Ivanildo Alves Silveira
Colecionador do cangaço
Membro da SBEC
Natal/RN

Um comentário:

  1. É lamentável que um documentário tão importante feito pelo fotógrafo Abrahão, tenha ido nas enchentes da ditadura.

    Afirmam alguns pesquisadores que Benjamim usou em média mil metros de fitas cinematográficos, e infelizmente restou muito pouco.

    Outros são mais vantajosos, afirmam que eram em torno de dois mil metros.

    Mais não tem nada não. As inúmeras fotografias que Lampião e seu bando deixaram no nordeste, serviram muito para os repórteres, escritores, pesquisadores estudantes e colecionadores do cangaço, que sem pressa, irão montando as peças do dominó da mais bela história do povo nordestino.

    Estes acontecimentos foram bons? Não! Foram péssimos e além de péssimos. Mas já que aconteceram, não devemos deixá-los adormecidos em páginas engavetadas para serem destruídas pelos ácaros. Que todos juntos continuem ainda procurando algumas peças do cangaço, que talvez não esteja tão longe de quem é obcecado pelo assunto.

    José Mendes Pereira – Mossoró-Rn.

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