Por: Beto Fernandes para o Jornal O Popular
O autor disse a reportagem de O Popular que a fonte para essa nova obra foi o Jornal O Rebate. “Eu sabia desde o começo que a história do Juazeiro estava muito bem contada no Jornal o Rebate. Como tenho acesso a todas as edições me empolguei lendo os textos, sobretudo os trabalhos publicados por Dr. Floro Bartolomeu e o Padre Alencar Peixoto, que foram realmente os dois baluartes da nossa independência e constatei ali uma grande fonte de pesquisa”.
De posse do material Daniel optou por trabalhar de forma cronológica já que o objetivo inicial era atender uma demanda escolar. Para ele, mesmo tendo outras fontes seguras, “faltava algo fundamental que eram as causas que motivaram a independência de Juazeiro”. O apoio de prefeitos dos municípios de Missão Velha, Milagres, Aurora, Barro, Porteiras e Barbalha para o “Joaseiro” foi considerado fundamental para emancipação de Crato na época. O peso eleitoral em 1911 era enorme, 1/3 do eleitorado cearense.
Com esse norte, explica Daniel, “foi realizado um grande investimento em pesquisa que mostrou toda a trajetória da comissão que trabalhou a independência do Juazeiro, que foi um evento singular, sem igual no Brasil”. “Não foi um movimento religioso, mas teve a participação de dois padres: Alencar Peixoto e Cícero Romão Batista. Teve um jornal para documentar tudo para posterioridade, O Rebate, que acabou sendo o registro dos anais da independência e o terceiro caso foi que, o movimento começou com um grupo e terminou com outro. Esses três motivos fazem realmente a independência de Juazeiro uma história singular”, detalhou visivelmente entusiasmado.
Idealizador da independência
O livro aponta o Padre Cícero como ícone, mas o movimento de independência começou com o filho da terra Major Joaquim Bezerra de Menezes, grande idealizador. “Depois que o Major Joaquim afastou-se o baluarte foi o Pe. Alencar Peixoto, um tribuno, pena solta, de artigos virulentos, mas faltava o líder e este foi o Pe. Cícero”, explica o historiador. Segundo ainda o autor da obra da Independência de Juazeiro, a única figura capaz, na época, “de unir a população que estava dividida entre os adventícios (romeiros) e os filhos da terra era o Pe. Cícero”. Daniel acrescenta que “o Major Joaquim Bezerra representava o grupo local, os juazeirenses natos e o Pe. Cícero era um adventício, porém o único capaz de unir esses dois segmentos de nossa população”.
Daniel Walker lembrou o Padre Murilo de Sá Barreto ao dizer que “Juazeiro tem pouca geografia e muita história”. Sobre a veneração popular ao Pe. Cícero, o escritor afirmou que “Juazeiro do Norte é o grande milagre do Patriarca do Nordeste”.
Sem apoio
Não houve nenhum apoio financeiro específico para se editar o livro. Daniel Walker disse que o livro saiu relativamente fácil já que “abriu a bolsa e pagou”. “Esse livro não teve apoio de ninguém, paguei do próprio bolso, mas fiz com o maior prazer. O livro está com uma aceitação muito boa e já estamos partindo para impressão da segunda edição e pude constatar que está atingindo os objetivos que tracei inicialmente de fazer chegar às escolas, os professores trabalharem o assunto em sala de aula, a fim de que aumentemos a auto-estima dos juazeirenses a partir desta geração que está se formando e para que façamos do centenário uma festa grandiosa e ímpar na história”, concluiu.
Daniel Walker não para e já tem um projeto em parceria para breve com o também professor e historiador Renato Casimiro. Trata-se da confecção de um livro com a história fotográfica de Juazeiro desde sua origem até os dias atuais. A previsão do lançamento está para julho, durante os festejos de 100 anos do município.
História da Independência de Juazeiro
Autor: Daniel Walker,
HB Editora
2010.
196 páginas
À venda local , na Livraria Nobel – Cariri Shopping Center e livrarias do Centro de Juazeiro do Norte.
R$ 20,00
Pequei no: Blog do Juazeiro
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