Um cangaceiro potiguar
Em 1970 o romancista e historiador Raimundo Nonato da Silva publicou Jesuíno Brilhante – O Cangaceiro Romântico (1844-1879), a vida de Jesuíno Alves de Melo Calado, o mais famoso e valente cangaceiro norte-rio-grandense, antecessor de Antônio Silvino e Virgulino Ferreira, o Lampião. No tempo de Jesuíno, Antônio Silvino era menino e Lampião nem tinha nascido.
Jesuíno reinou de 1871 a 1879, entre a Paraíba e o oeste do RN, quando foi o herói do sertão, o Robin Hood das terras do Patu. Temido pelas autoridades e querido pelo povo, tinha o seguinte código de honra: “quem entra para este grupo, não toca no alheio e aprende a respeitar a casa das famílias honestas”.
Jesuíno Brilhante nasceu no sítio Tuiuiú, Patu/RN, em 1844, e morreu de emboscada, em Brejo do Cruz/PB, em 1879, com apenas 35 anos de idade.
Até 1870 Jesuíno era vaqueiro e agricultor, chefe de família, filho de fazendeiro sem inimizades. Tudo começou com uma arenga entre a família de Jesuíno e os Limões, mas a gota d’água foi o desaparecimento de uma cabra dos Brilhantes, depois encontrada na panela dos Limões.
Raimundo Nonato reuniu todos os documentos jurídicos, históricos e literários sobre Jesuíno Brilhante, de grandes nomes da literatura: Luís da Câmara Cascudo, Gustavo Barroso, Juvenal Lamartine de Faria, dentre outros; e complementou com importantes anotações e comentários da história do cangaço no Nordeste.
Raimundo Nonato da Silva nasceu em Martins/RN, em 18/08/1907. Jurista e literato, publicou mais de 60 livros sobre o RN, em especial a região oeste.
Clássicos como Quarteirão da Fome (1949), A Revolução de Trinta em Serra Negra (1955), Lampião em Mossoró (1956), Estórias de Lobisomem (1959), Bacharéis de Olinda e Recife (1960), Os Revoltosos em São Miguel (1966) e este Jesuíno Brilhante, em 1970.
Faleceu no Rio de Janeiro em 22/08/1993, deixando uma obra da maior importância para a história do Rio Grande do Norte.
Por: Abimael Silva
sebista e editor
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Infelizmente o grande cangaceiro Jesuíno Brilhante os seus restos mortais foram resgatados pelo médico Almeida Castro, trazendo-os para Mossoró. E durante várias décadas, estiveram guardados em sua residência, e posteriormente foram expostos no Colégio 30 de setembro, e mais uma vez, foi transferido para o Colégio Diocesano de Mossoró, para depois fazerem partes do acervo museológico de um alienista chamado Juliano Moreira, lá no Rio de Janeiro. E por falta de responsabilidade, que o tratamento não poderia ser outro, hoje se encontram perdidos no meio da irresponsabilidade. Se o cangaceiro Jesuíno Brilhante era Patuense, por que não entregaram os seus restos mortais à população de Patu, como acervo de sua história? Que coisa hein?!
ResponderExcluirNão dar para ficar calado. Foi veeenda! Foi veeenda!!!
José Mendes Pereira – Mossoró-RN.