segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O cangaço e a Academia

Caiu no Vestibular Unificado 17 da PUC-SP "2008"

Pesquisando ocorrências para o tema no arquivo digital da revista Veja encontrei em aquivo PDF conteúdo da prova Objetiva aplicada aos vestibulandos que tentaram ingresso nesta universidade. Me lembrou de imediato um post na comunidade "Cangaço, Discussão Técnica" em que um participante reclamava da ausência do tema Cangaço no ensino de história no sudeste. Ele, um paulista apaixonado pelo nordeste disse que atravessou os ensinos fundamental, Médio e só conheceu Lampião através de seu avô, um nordestino radicado no sul Maravilha.  Lamento não ter encontrado o gabarito para saber a opinião dos especialistas da distinta instituição.

Leia o cordel abaixo para responder às questões 32 e 33.

“(...) Com moedas de tostões,
de dois tostões e cruzados
Lampião fazia o bem
a muitos necessitados
principalmente aos mendigos,
aos cegos e aos aleijados.

Um dia a tarde caía
e o santo do Juazeiro
viu da casa onde morava,
do extremo do terreiro
seu mais ilustre afilhado,
o mais devoto romeiro.

Era Lampião que vinha
liderando um grupo armado
dos lados de Pernambuco
pelo padre convidado
para dar combate aos Prestes
cordialmente chamado.

Andava a coluna Prestes
pregando pânico geral
e possivelmente como
finalidade central
desestabilização
do governo federal.

Foi para conter tal fúria
que Lampião foi chamado,
na casa do repentista
João Mendes foi instalado
num sobrado onde ficou
com o seu grupo hospedado.

No confortável sobrado
do ilustre repentista
recebia autoridades,
dava esmola e entrevista
contando suas mais terríveis
façanhas a um jornalista.

Internacionalmente,
sobretudo no Sertão
é sabido que a patente
honrosa de capitão
Virgulino recebeu
do padre Cícero Romão.

Conduzia Lampião
suplícios martirizantes,
ferros de marcar novilhos
para ferrar delatantes
que fossem denunciar
sua presença às volantes. (...)”

Gonçalo Ferreira da Silva. “Lampião, o Capitão do Cangaço”, in ABLC

32. Lampião é tratado, no cordel da página anterior, como um:
A) guerreiro capaz de garantir a segurança dos sertanejos contra ameaças estrangeiras, daí os versos “Foi para conter tal fúria/que Lampião foi chamado”.
B) humanista dedicado ao próximo, daí os versos “Lampião fazia o bem/a muitos necessitados/principalmente aos mendigos, aos cegos e aos aleijados”.
C) personagem ambíguo que ajudava, mas também matava, daí os versos “dava esmola e entrevista” e “Conduzia Lampião/suplícios martirizantes”.
D) devoto que se dedicava principalmente à causa religiosa, daí os versos “seu mais ilustre afilhado,/o mais devoto romeiro”.
E) militar de carreira e político, daí os versos “é sabido que a patente/honrosa de capitão/Virgulino recebeu/do padre Cícero Romão” e “recebia autoridades”.

33. Sobre as relações entre três movimentos que marcaram o Brasil nas décadas de 1920 ou 1930 (cangaço, atuação do Padre Cícero e Coluna Prestes), podemos dizer que:
A) os cangaceiros representavam o banditismo do sertão e a Coluna Prestes os combateu em sua tentativa de implantar o socialismo no país.
B) Padre Cícero, Lampião e Luis Carlos Prestes foram os três maiores líderes populares da história brasileira e se uniram para transformar o país.
C) a Coluna Prestes nasceu nos levantes tenentistas e defendia o poder popular, expresso, entre outros, pela ação do cangaço e pela fé religiosa.
D) Padre Cícero e o cangaço, diferentemente da Coluna Prestes, foram manifestações populares ligadas à vida e à história nordestina.
E) as volantes contaram com o auxílio da Coluna Prestes e do Padre Cícero e seus fiéis na perseguição e destruição dos grupos de cangaceiros.

Beba no açude: Revista Veja

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