O HOMEM QUE MATOU O CANGACEIRO "CORISCO"
Por Ruy Guerra*
Adendos de Ivanildo Silveira
O sol do meio-dia fazia da praça de Jeremoabo/BA um imenso deserto.
Lembro-me que tudo se passou naquele ano triste de 1962, ano da morte de Miguel Torres, no acidente desse mesmo jipe agora ali estacionado, coberto de poeira, junto da única loja aberta naquele vazio do mundo.
Só não me lembro como foi que o coronel Rufino surgiu, sentado no bar, esfíngico, vestido de uma camisa e calça caqui, sem atinar muito bem o que queríamos dele. Nós, igualmente calados, sem outro intuito que o de trocar umas palavras com o homem que matou Corisco.
Mas dali para a frente tudo ficou marcado em mim com uma nitidez que chega a assustar. Cada gesto, cada palavra, cada silêncio, foi ficando através do tempo mais depurado, mais definido, mais exato. Não há um detalhe, uma palavra, um sentimento, de que eu não tenha a serena convicção que foi assim, rigorosamente como tudo se passou.
Pedi um cerveja, que chegou morna.
O coronel Rufino, e não sei porque isso devia me surpreender, pediu um sorvete de morango. O Miguel Torres, por uma dessas maldades da memória, deixou de estar presente. Houve um silêncio largo, desses silêncios de quando estranhos se medem e se perguntam a si mesmos como começar essa aventura que é a de se conhecer.
Do coronel Rufino eu sabia tudo o que me parecia importante saber: que era o maior caçador de cangaceiros ainda vivo, que há muito estava aposentado, que era natural dali mesmo, daquele sertão. De nós, imagino, ele sabia apenas que fazíamos cinema e pensávamos filmar por aquelas bandas. E não parecia particularmente interessado em saber mais. Aceitava o encontro como a inevitável curiosidade que desperta quem traz a marca de ter matado o cangaceiro mais mítico de toda a história do cangaço.
Com movimentos pausados, de quem tem toda a velhice diante de si para gastar, ia sorvendo seu sorvete de morango.
O que mais me marcou naquele encontro, logo de saída, foi isso mesmo: o sorvete de morango. A cor desmaiada do sorvete barato, a colherzinha vagabunda na mão grossa, seca, veienta, com o dedo mindinho ridiculamente afastado dos outros dedos.
Por que um sorvete, e ainda mais de morango?
Por causa desse insólito sorvete me custou a lançar a conversa.
Comecei com perguntas banais das quais já conhecia as respostas, e que não justificam o desvio que havíamos feito por aquelas poeiras calorentas do sertão para aquele eventual encontro. Se ele, coronel Rufino, havia comandado muitas volantes atrás de cangaceiros. Se toda a sua vida se havia dedicado a essa caça, se havia perseguido Lampião. Se havia dado voz de sangrar a muito bandido.
A cada pergunta, Rufino ia monossilabicamente confirmando, pausado, aparentemente mais atento ao sorvete de morango que ao óbvio questionário.
- E Corisco? O senhor matou Corisco?
- Matei.
O Coronel Rufino não era um homem alto, nem tinha nada que à primeira vista pudesse impressionar alguém que não soubesse do seu passado. Nos seus, imagino, sessenta e tantos anos, não se sentia nele um grama de gordura. Tinha um rosto marcadamente nordestino, sem emoções visíveis, uns olhos fendidos preparados para os exageros da luz da caatinga e uma voz surpreendentemente jovem.
Parecia desinteressado, embora cortês. Senti que ele estava, não ansioso, mas determinado a terminar o encontro com o final do seu, para mim já irritante, sorvete de morango.
Foi essa certeza e o sentimento da idiotice das minhas perguntas que me fizeram perguntar de supetão gratuitamente:
- O senhor, coronel, torturou muita gente?
- O coronel Rufino parou de comer o seu sorvete, a mão pesada, suspensa no ar, a meio caminho.
Pela primeira vez senti que pensava rápido, embora o tempo durasse. Depois, delicadamente, pousou a colher. Até então ele nunca me havia encarado, e continuou assim.
Limitou-se a olhar a imensa praça vazia, assustadoramente amarelada pela crueza do sol.
- Seu João!
A voz continuava controlada, e embora o tom não tivesse aparentemente subido, atravessou a distância. Foi então que eu notei que um camponês desgarrado estava passando.
O homem entrou no bar. As alpercatas de couro sem ruído, o chapéu de palha agora respeitosamente na mão, um olhar rápido para os forasteiros.
- Sim, coronel? O coronel falou num tom macio, quase afetuoso.
- Seu João, o senhor me conhece há muito tempo, não é verdade?
- Conheço sim, coronel.
- Quem sou eu?
Uma leve estranheza na voz do camponês.
- O senhor?... O senhor é o coronel Rufino.
- Eu persegui muito cangaceiro, não persegui? - Perseguiu, coronel.
- Eu matei muito cangaceiro, não matei? - Matou, coronel.
A voz de Rufino continuou, inalterada.
- Eu torturei muito cangaceiro, não torturei? A voz do coronel Rufino parecia ainda mais mansa, mais paciente.
- Eu torturei muito cangaceiro, não torturei? Os olhos do camponês correram por nós, intrigados.
- Não, coronel... Não, senhor.
- Obrigado, seu João. Pode dispor!
Com um leve aceno de cabeça para todos o camponês afastou-se. O coronel Rufino esperou que o homem desaparecesse no sol da praça e só então me encarou, pela primeira vez.
Os olhos fendidos sem expressão, talvez por isso mais inquietantes, aprisionando os meus. A voz sempre igual, mas onde se podia sentir agora, nítida, uma intensa paixão.
- "Toda a minha vida eu persegui cangaceiro. Prendi muitos, também dei fuga a muito pobre-diabo que se meteu nessa vida por injustiça que sofreu. Mas matei muitos, muitos mesmo. De bala, de faca, de todo o jeito. Era a minha profissão".
Levantou a mão, espalmada, à altura do rosto. Essa mesma mão, que até então tinha servido para comer aquele irritante sorvete de morango. Foi uma pausa curta, mas guardo aqueles breves instantes como os de uma indefinível angústia.
- "Mas esta mão, esta mão que o senhor está vendo aqui, nunca tocou o rosto de um homem, fosse quem fosse, nem do pior bandido. Porque homem a gente mata, sangra..."
Passou a mão suavemente pela própria cara.
- Mas tocar o rosto de um homem, só sua mulher e o barbeiro têm o direito de tocar".
O coronel Rufino retomou a colher e continuou a comer o interminável sorvete de morango. Lembro-me de ter sentido um imenso alívio, como se tivesse vindo de muito longe. E tinha, como compreendi mais tarde.
Daí para diante não me lembro de mais nada. Não sei como nos separamos, se trocamos mais alguma palavra - o que duvido - além de alguma banal despedida. Mas ao longo dos anos comecei a relembrar e a contar, obsessivamente, este encontro. Não com o sentimento de ter escapado de algum perigo - embora ainda hoje não esteja muito certo disso -, mas com a desconfortável convicção de ter ido tão fundo naquele sertão para ingenuamente insultar um homem na sua hospitalidade, na sua memória, no seu mundo.
Texto publicado no jornal O Estado de S. Paulo, em 1993, e reproduzido do livro "20 Navios", de Ruy Guerra. Editora Francisco Alves, Rio de Janeiro, 1996, prefácio de Chico Buarque, 228 páginas.
# RUY GUERRA: Cineasta, escritor, dramaturgo, compositor (parceiro de Chico Buarque, Edu Lobo, Francis Hime etc..), ator..etc..
ADENDOS IMPORTANTES:
Por Ruy Guerra*
Adendos de Ivanildo Silveira
O sol do meio-dia fazia da praça de Jeremoabo/BA um imenso deserto.
Lembro-me que tudo se passou naquele ano triste de 1962, ano da morte de Miguel Torres, no acidente desse mesmo jipe agora ali estacionado, coberto de poeira, junto da única loja aberta naquele vazio do mundo.
Só não me lembro como foi que o coronel Rufino surgiu, sentado no bar, esfíngico, vestido de uma camisa e calça caqui, sem atinar muito bem o que queríamos dele. Nós, igualmente calados, sem outro intuito que o de trocar umas palavras com o homem que matou Corisco.
Mas dali para a frente tudo ficou marcado em mim com uma nitidez que chega a assustar. Cada gesto, cada palavra, cada silêncio, foi ficando através do tempo mais depurado, mais definido, mais exato. Não há um detalhe, uma palavra, um sentimento, de que eu não tenha a serena convicção que foi assim, rigorosamente como tudo se passou.
Pedi um cerveja, que chegou morna.
O coronel Rufino, e não sei porque isso devia me surpreender, pediu um sorvete de morango. O Miguel Torres, por uma dessas maldades da memória, deixou de estar presente. Houve um silêncio largo, desses silêncios de quando estranhos se medem e se perguntam a si mesmos como começar essa aventura que é a de se conhecer.
Do coronel Rufino eu sabia tudo o que me parecia importante saber: que era o maior caçador de cangaceiros ainda vivo, que há muito estava aposentado, que era natural dali mesmo, daquele sertão. De nós, imagino, ele sabia apenas que fazíamos cinema e pensávamos filmar por aquelas bandas. E não parecia particularmente interessado em saber mais. Aceitava o encontro como a inevitável curiosidade que desperta quem traz a marca de ter matado o cangaceiro mais mítico de toda a história do cangaço.
Com movimentos pausados, de quem tem toda a velhice diante de si para gastar, ia sorvendo seu sorvete de morango.
O que mais me marcou naquele encontro, logo de saída, foi isso mesmo: o sorvete de morango. A cor desmaiada do sorvete barato, a colherzinha vagabunda na mão grossa, seca, veienta, com o dedo mindinho ridiculamente afastado dos outros dedos.
Por que um sorvete, e ainda mais de morango?
Por causa desse insólito sorvete me custou a lançar a conversa.
Comecei com perguntas banais das quais já conhecia as respostas, e que não justificam o desvio que havíamos feito por aquelas poeiras calorentas do sertão para aquele eventual encontro. Se ele, coronel Rufino, havia comandado muitas volantes atrás de cangaceiros. Se toda a sua vida se havia dedicado a essa caça, se havia perseguido Lampião. Se havia dado voz de sangrar a muito bandido.
A cada pergunta, Rufino ia monossilabicamente confirmando, pausado, aparentemente mais atento ao sorvete de morango que ao óbvio questionário.
- E Corisco? O senhor matou Corisco?
- Matei.
O Coronel Rufino não era um homem alto, nem tinha nada que à primeira vista pudesse impressionar alguém que não soubesse do seu passado. Nos seus, imagino, sessenta e tantos anos, não se sentia nele um grama de gordura. Tinha um rosto marcadamente nordestino, sem emoções visíveis, uns olhos fendidos preparados para os exageros da luz da caatinga e uma voz surpreendentemente jovem.
Parecia desinteressado, embora cortês. Senti que ele estava, não ansioso, mas determinado a terminar o encontro com o final do seu, para mim já irritante, sorvete de morango.
Foi essa certeza e o sentimento da idiotice das minhas perguntas que me fizeram perguntar de supetão gratuitamente:
- O senhor, coronel, torturou muita gente?
- O coronel Rufino parou de comer o seu sorvete, a mão pesada, suspensa no ar, a meio caminho.
Pela primeira vez senti que pensava rápido, embora o tempo durasse. Depois, delicadamente, pousou a colher. Até então ele nunca me havia encarado, e continuou assim.
Limitou-se a olhar a imensa praça vazia, assustadoramente amarelada pela crueza do sol.
- Seu João!
A voz continuava controlada, e embora o tom não tivesse aparentemente subido, atravessou a distância. Foi então que eu notei que um camponês desgarrado estava passando.
O homem entrou no bar. As alpercatas de couro sem ruído, o chapéu de palha agora respeitosamente na mão, um olhar rápido para os forasteiros.
- Sim, coronel? O coronel falou num tom macio, quase afetuoso.
- Seu João, o senhor me conhece há muito tempo, não é verdade?
- Conheço sim, coronel.
- Quem sou eu?
Uma leve estranheza na voz do camponês.
- O senhor?... O senhor é o coronel Rufino.
- Eu persegui muito cangaceiro, não persegui? - Perseguiu, coronel.
- Eu matei muito cangaceiro, não matei? - Matou, coronel.
A voz de Rufino continuou, inalterada.
- Eu torturei muito cangaceiro, não torturei? A voz do coronel Rufino parecia ainda mais mansa, mais paciente.
- Eu torturei muito cangaceiro, não torturei? Os olhos do camponês correram por nós, intrigados.
- Não, coronel... Não, senhor.
- Obrigado, seu João. Pode dispor!
Com um leve aceno de cabeça para todos o camponês afastou-se. O coronel Rufino esperou que o homem desaparecesse no sol da praça e só então me encarou, pela primeira vez.
Os olhos fendidos sem expressão, talvez por isso mais inquietantes, aprisionando os meus. A voz sempre igual, mas onde se podia sentir agora, nítida, uma intensa paixão.
- "Toda a minha vida eu persegui cangaceiro. Prendi muitos, também dei fuga a muito pobre-diabo que se meteu nessa vida por injustiça que sofreu. Mas matei muitos, muitos mesmo. De bala, de faca, de todo o jeito. Era a minha profissão".
Levantou a mão, espalmada, à altura do rosto. Essa mesma mão, que até então tinha servido para comer aquele irritante sorvete de morango. Foi uma pausa curta, mas guardo aqueles breves instantes como os de uma indefinível angústia.
- "Mas esta mão, esta mão que o senhor está vendo aqui, nunca tocou o rosto de um homem, fosse quem fosse, nem do pior bandido. Porque homem a gente mata, sangra..."
Passou a mão suavemente pela própria cara.
- Mas tocar o rosto de um homem, só sua mulher e o barbeiro têm o direito de tocar".
O coronel Rufino retomou a colher e continuou a comer o interminável sorvete de morango. Lembro-me de ter sentido um imenso alívio, como se tivesse vindo de muito longe. E tinha, como compreendi mais tarde.
Daí para diante não me lembro de mais nada. Não sei como nos separamos, se trocamos mais alguma palavra - o que duvido - além de alguma banal despedida. Mas ao longo dos anos comecei a relembrar e a contar, obsessivamente, este encontro. Não com o sentimento de ter escapado de algum perigo - embora ainda hoje não esteja muito certo disso -, mas com a desconfortável convicção de ter ido tão fundo naquele sertão para ingenuamente insultar um homem na sua hospitalidade, na sua memória, no seu mundo.
Texto publicado no jornal O Estado de S. Paulo, em 1993, e reproduzido do livro "20 Navios", de Ruy Guerra. Editora Francisco Alves, Rio de Janeiro, 1996, prefácio de Chico Buarque, 228 páginas.
# RUY GUERRA: Cineasta, escritor, dramaturgo, compositor (parceiro de Chico Buarque, Edu Lobo, Francis Hime etc..), ator..etc..
ADENDOS IMPORTANTES:
*Corisco, morto em 25/05/1940, na fazenda Pulgas (Djalma Dutra - Hoje cidade de Miguel Calmon/BA).
*O famoso cangaceiro estava aleijado dos braços.
*Segundo a literatura cangaceirista, nessa ocasião, Corisco tinha numa mala, cerca de 300 contos de réis e dois quilos de Ouro.
*Após alguns dias do enterro de Corisco, foram retirados "o baraço direito e a cabeça", sendo levados para Salvador, onde permaneceram no Museu Estácio de Lima, em exposição, por mais de 30 anos, quando, finalmente, em meados do ano de 1969, foram enterrados no Cemitério Quinta dos Lázaros, na capital baiana.
* 20/02/1969 - Morre o Cel. Zé Rufino, vitimado por um infarto no miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva.
*Devido a má conservação, a cabeça de Corisco entrou em processo químico de saponificação irredutível, adquirindo um aspecto Pavoroso:
*Em 1972, a ex cangaceira "Dadá", procedeu a exumação dos ossos de "Corisco", na cidade de Miguel Calmon/BA, levando-os para serem sepultados em jazigo da família, no cemitério Quinta dos lázaros/Salvador-BA, onde já se encontravam a cabeça e o braço do famoso cangaceiro.
FONTE : " Dadá", de José Umberto Dias, pgs. 97/98.
Um abraço a todos.
Ivanildo , Natal/ RN
*Segundo a literatura cangaceirista, nessa ocasião, Corisco tinha numa mala, cerca de 300 contos de réis e dois quilos de Ouro.
*Após alguns dias do enterro de Corisco, foram retirados "o baraço direito e a cabeça", sendo levados para Salvador, onde permaneceram no Museu Estácio de Lima, em exposição, por mais de 30 anos, quando, finalmente, em meados do ano de 1969, foram enterrados no Cemitério Quinta dos Lázaros, na capital baiana.
* 20/02/1969 - Morre o Cel. Zé Rufino, vitimado por um infarto no miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva.
*Devido a má conservação, a cabeça de Corisco entrou em processo químico de saponificação irredutível, adquirindo um aspecto Pavoroso:
*Em 1972, a ex cangaceira "Dadá", procedeu a exumação dos ossos de "Corisco", na cidade de Miguel Calmon/BA, levando-os para serem sepultados em jazigo da família, no cemitério Quinta dos lázaros/Salvador-BA, onde já se encontravam a cabeça e o braço do famoso cangaceiro.
CRONOLOGIA - DADÁ X CORISCO
10/08/1907 - Nasce Cristino Gomes da Silva Cleto, Corisco, "O DIABO LOIRO", na Serra da Jurema, perto de Mata Grande, Alagoas. Filho de Manoel Gomes da Silva Cleto e Firmina Cleto.
25/04/1915 - Nasce Sérgia da Silva Chagas, Dadá, em Belém, Pernambuco, ás margens do Rio São Francisco, ano de terrível seca no sertão. Filha de Vicente Ribeiro da Silva e Maria Santana Ribeiro da Silva.
1916 - Corisco abandona a casa de sua familia e, vive uns tempos na cidade de Laranjeiras, Sergipe.
1923 - Corisco serve ao Exército, em Aracaju, capital de Sergipe.
05/07/1924 -Ele participa do levante militar do tenente Maynard de Araujo.
Julho/1924 - Corisco pratica um crime e deserta na Lagoa do Monteiro, Paraiba.
1927 - Ela rapta Dadá ( também apelidada de Sussuarana ) da casa de seus pais, na garupa de um cavalo, e a leva para a residência da sua tia Vitalina, nos ermos da caatinga, ainda menina, moça. Ela tem ódio dele. Depois, transforma-se numa paixão.
1929 - Primeira foto de Corisco com Lampião, em Ribeira do Pombal, Bahia.
22/12/1929 - Ele e Lampião estão presentes na Chacina de soldados, em Queimadas/BA.
24/04/1931 - Nasce o primeiro filho, Josafá, que morre dois meses depois. A criança nasce sob intenso tiroteio do Tanque do Touro contra o tenente Arsênio.
20/01/1932 - Lampião invade a cidade de Olindina/BA e Corisco está presente no bando.
Março/1932- Após uma ano embrenhado na caatinga de Santa Maria/BA, reencontra-se com Lampião.
01/05/1932 - Nasce a primeira filha de Corisco e Dadá. A criança não suporta a vida dura das persigas policiais e morre na caatinga do Raso da Catarina/BA.
11/03/1934 - Nasce o menino Luiz, em Pernambuco,mas não resiste á vida áspera e morre.
1935 - Nasce Silvio Hermano Bulhões, novo varão, na Fazenda Beleza, de João Machado/AL, e é entregue ao padre Bulhões, para criá-lo. Esse filho está vivo, até hoje, sendo formado em Economia.
10/10/1937 - Nasce Maria Celeste, na Fazenda Mogiana/AL, que vive hoje, em Salvador.
23/10/1937 - Corisco, juntamente com o cangaceiro Gato, comanda um violento ataque á cidade de Piranhas/AL, tentando resgatar a cangaceira Inacinha.
28/07/'938 - Massacre do Angicos/SE, quando morrem Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros. Corisco não está presente, nem Dadá.
02/02/1939 - Nasce Maria do Carmo, na Fazenda Lagoa da Serra/SE, que vive hoje em Salvador/BA.
Outubro/1939 - Corisco aleija os braços,no combate com as volantes, na Lagoa da Serra.
25/05/1940 - Corisco é assassinado pela volante do Tenente José Rufino, na Fazenda Cavaco, distrito de Barra do Mendes/BA, quando tentava fugir para nova vida fora do cangaço. Dadá é baleada e amputam depois sua perna direita. A cabeça e o braço direito de Corisco são decepados e levados para Salvador. Os restos mortais ficam enterrados naquela cidadezinha.
13/02/1969 - São sepultados,no cemitério das Quintas/Salvador, as cabeças de Corisco, Lampião, Maria Bonita, Canjica, Zabelê e Azulão, após vários anos expostos publicamente, no Museu Nina Rodrigues, numa barbárie pseudocientifica.
13/07/1977 - A cabeça, braço e o restante dos ossos de Corisco são reunidos numa mesma urna e sepultados na Quadra São Judas Tadeu, túmulo 8-A, no cemitério da Quinta dos Lázaros, em Salvador/BA.
1994 - Morre Dadá, em Salvador/BA
FONTE : " Dadá", de José Umberto Dias, pgs. 97/98.
Um abraço a todos.
Ivanildo , Natal/ RN
CORREÇÃO DE DATAS NA CRONOLOGIA DE CORISCO II:
ResponderExcluirO combate de Lagoa da Serra, onde Corisco teria ficado hemiplégico não se deu em outubro, mas em AGOSTO de 1939.
Jornais de Sergipe e Bahia anotaram o fato. Acho muito improvável que eles, os jornais, nos casos de 'Pombal' e de 'Lagoa da Serra', estivessem exercendo poderes divinatórios e prevendo datas com grande antecipação.....
Abraço
Sérgio.'.
gostaria de saber se corisco foi morto em barra do mendes ou miguel calmon?
ResponderExcluirjá que na cronologia foi citado que ele morreu em barra do mendes,e mais embaixo onde tem as fotos dos tumulos,diz que foi em miguel calmon,ambos bahia.
grato.
Corisco foi assassinado em Barra do Mendes e parte do seu corpo enterrada em Miguel Calmon ambos municipios da Bahia.
ResponderExcluir- Em setembro/1972 - São exumados os ossos de "CORISCO" na cidade de Miguel Calmon/BA para serem juntados á CABEÇA, que estava no cemitério de Salvador dede 1969. Esse ato, foi realizado pela pessoa de "DADÁ", esposa de "CORISCO".
- Em junho/1977 - Compra do jazigo perpétuo/sepultamento dos ossos de CORISCO.
perguntei pq me interresso muito pelo assunto(sou fascinado pela história,principalmente a do cangaço) nasci naquela região(sertão baiano)e ainda lhe digo que quando estiver por la(hoje moro em salvador),vou até barra do mendes.valeu irmão,grato pela atenção e esclarecimento!!!!
ResponderExcluircurisco foi morto em um lugarejo chamado pulga ou fazenda paxeco municipio de barra do maedes BA
ResponderExcluirAnônimo Obrigado pela atenção. Esta informação já constava "em parte" nos ADENDOS IMPORTANTES.
ResponderExcluirValeu pelo acréscimo sobre a denominação do Lugar, (distrito) que leva o nome da antiga Fazenda que agora é Pacheco.
Na época da confecção do artigo o nosso colaborador não tinha conhecimento da mudança de denominação o que pode ocorrer diversas vezes caso venha a ser vendida ou desapropriada para o MST, muitos dos os pontos históricos do cangaço tendem a mudar de nome. E só tomam conhecimento os nativos ou pesquisadores que se interessam por este capitulo.
Abraço.
Gostaria de obter a informação de quando morreu o tenente Zé Rufino.
ResponderExcluirSaudações André
ResponderExcluiro Cel. Zé Rufino faleceu as 07hs do dia 20 de Fevereiro de 1969, vitimado por um infarto no miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva.
Informação de Ivanildo Silveira, Natal/RN.
CORISCO FOI MORTO NA FAZENDA PACHECO, NA REGIÃO DE PULGAS, DISTRITO DE BARRA DO MENDES,BAHIA,EM 25 DE MAIO DE 1940. A FAZENDA NUNCA FOI DENOMINADA FAZENDA CAVACO. ISSO FOI ERRO DE ALGUMA PESSOA QUE ESCREVEU SOBRE O ASSASSINATO DE CORISCO. SOU HISTORIADOR E RESIDO EM BARRA DO MENDES, ONDE O CANGAÇO ACABOU. GOSTARIA DE SABER SE ALGUEM POSSUI FOTOS DOS SOLDADOS E DE OUTRAS PESSOAS QUE MATARAM COSRISCO. EDIZIO MENDONÇA
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