Caldeirão cultural marca festejos
Grupo de cangaceiros formado por crianças está entre as atrações da Festa do Padroeiro Santo Antônio. As atrações vão além do pau da bandeira.
(Foto e reportagem: Antônio Vicelmo)
Grupo de cangaceiros formado por crianças está entre as atrações da Festa do Padroeiro Santo Antônio. As atrações vão além do pau da bandeira.
(Foto e reportagem: Antônio Vicelmo)
Barbalha. A Festa de Santo Antônio, padroeiro de Barbalha, não é somente o carregamento do pau da bandeira. Durante os 13 dias de festa, a cidade se transforma em um caldeirão cultural das mais expressivas tradições populares. São mais de 50 grupos folclóricos que, depois de participarem do desfile de abertura, realizado no último domingo, antes do carregamento do pau da bandeira, continuam se apresentando nos palcos montados em pontos estratégicos da cidade caririense.
Um dos mais emblemáticos símbolos do Brasil rural é o vaqueiro. O desfile de inauguração da festa é aberto por um grupo de vaqueiros que, em todos os anos, se apresenta na festa devidamente paramentado com perneira, chapéu e gibão, levando na frente uma pequena imagem do padroeiro, Santo Antônio.
Outra atração que desperta a atenção dos visitantes é o “pau-mirim”, que é transportado por crianças de 6 a 12 anos de idade. O pau é feito de papelão para não pesar nos ombros dos garotos que repetem os mesmos jargões e músicas dos adultos.
O amor ao folclore começa desde cedo. Um grupo de crianças representa os penitentes de Barbalha. Este ano, os penitentes-mirins homenageará o “decúria” Joaquim Mulato, líder do grupo de penitentes do Sítio Cabeceira, que morreu no último dia 23 fevereiro, vítima de atropelamento.
O amor ao folclore começa desde cedo. Um grupo de crianças representa os penitentes de Barbalha. Este ano, os penitentes-mirins homenageará o “decúria” Joaquim Mulato, líder do grupo de penitentes do Sítio Cabeceira, que morreu no último dia 23 fevereiro, vítima de atropelamento.
A figura lendária de Virgulino Ferreira da Silva, “Lampião”, que esteve em Barbalha, em 1926, de passagem para Juazeiro, a fim de receber a patente de “capitão”, também está sendo lembrada pelas escolas de Barbalha. Grupos de cangaceiros-mirins fazem parte do folclore do município.
Este ano, a carroça que transporta a chamada “Cachaça do Seu Vigário” está comemorando 36 anos. O carroceiro Cícero Apolinário, conhecido como “Federal”, está repassando o comando da carroça para filhos e netos. A cachaça é distribuída gratuitamente entre os devotos de Santo Antônio.
A dança folclórica do bumba-meu-boi é um dos traços culturais marcantes na cultura brasileira, principalmente na região Nordeste. A dança surgiu no século XVIII, como uma forma de crítica à situação social dos negros e índios. O bumba-meu-boi combina elementos de comédia, drama, sátira e também tragédia, tentando demonstrar a fragilidade do ser humano em comparação à força bruta de um boi.
Interação social
Interação social
Pesquisadores da cultura popular apontam que o folclore é o resultado de uma interação contínua entre pessoas. Nasceu da adaptação do homem ao ambiente onde vive e abrange inúmeras áreas de conhecimento: crenças, artes, moral, linguagem, idéias, hábitos, tradições, usos, costumes e também artesanato.
Assim é a festa de Santo Antônio de Barbalha, um espelho da cultura do povo. Uma cidade que consegue ser, ao mesmo tempo, aristocrata e plebéia.
Assim é a festa de Santo Antônio de Barbalha, um espelho da cultura do povo. Uma cidade que consegue ser, ao mesmo tempo, aristocrata e plebéia.
FONTE: Diário do Nordeste
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