terça-feira, 26 de maio de 2009

Uma seleção do melhor da Almanaque Brasil


Obra traz histórias publicadas nos últimos 10 anos da revista

Por Livia Deodato

No dia de ontem, mas no ano de 1940, o tenente Zé Rufino marcha mais de mil quilômetros atrás do último cangaceiro vivo. Todo o bando de Lampião havia morrido ou se entregado dois anos antes. Antes de pegar a estrada ao lado de sua mulher, Dadá, Corisco corta a cabeleira. Leva consigo apenas um revólver, 300 contos de réis e dois quilos de ouro. No dia 25 de maio, Zé Rufino finalmente o alcança, mas Corisco não se rende: "Sou homem pra morrer, não pra me entregar." É metralhado pelas costas. Ouro e dinheiro jamais foram vistos.

Há dez anos, Elifas Andreato e João Rocha Rodrigues se debruçam sobre as mais intrigantes e genuínas histórias que recontam o Brasil de Norte a Sul. Desde 1999, origem de expressões populares, efemérides dos 365 dias do ano (junto aos seus respectivos santos), características marcantes dos signos do zodíaco e particularidades só vistas em terras tupiniquins ilustram a revista Almanaque Brasil, distribuída em voos da TAM e por meio de assinaturas. "Os 150 mil exemplares mensais desaparecem em menos de 15 dias. É um sucesso danado", comemora Elifas.

Pois a parceria bem-sucedida entre a companhia aérea, cujo slogan é o Orgulho de Ser Brasileiro, e a Andreato Comunicação e Cultura acaba de render uma compilação que reúne os mais relevantes fatos publicados nesta década. Brasil - Almanaque de Cultura Popular, que terá lançamento fechado para convidados hoje no MAM e já se encontra disponível nas livrarias, é uma espécie de "melhores momentos" das dezenas publicadas mês a mês desde 1999. "Extraímos o que achamos mais interessante, sem deixar de contemplar as efemérides sempre presentes em almanaques, assim como as brincadeiras como, por exemplo, a seção intitulada Estação Colheita, em que apresenta o que ?se colhe? em cada mês", relata Elifas. "Se antes era retratada a visão dos sertanejos, agora é comprovação científica", diverte-se. Em tempo: até o dia 31 é época de laranja, pimentão verde, seriguela e tangerina.

Logo após a apresentação de Ziraldo, tão divertida quanto todo o almanaque, é destrinchada a história dessa publicação no mundo e no Brasil - a etimologia teria vindo do árabe al-manakh, lugar onde os camelos se ajoelham para beber água em meio a uma viagem. A crônica Como se Inventaram os Almanaques, escrita por Machado de Assis em 1890, também presente na obra, profetiza: "E hão de chover almanaques. O Tempo os imprime, Esperança os edita; é toda a oficina da vida."

Serviço
Brasil - Almanaque de Cultura Popular. De Elifas Andreato e João Rocha Rodrigues. Ediouro. 256 pág.
R$ 54,90. MAM. Parque do Ibirapuera, portão 3. Hoje, 20 h, (Só para convidados).

FONTE: Estadão

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