O Fim de Virgulino Lampião
O que disseram os jornais sergipanos
Por Laelson Correia para a revista "Perfil"
Mesmo sem temer perigos nem ruínas, o bandoleiro das terras nordestinas, Virgulino Ferreira da Silva, vulgo "Lampião", se encontrou com o seu destino final, 70 anos atrás. Dispensando qualquer tipo de apresentação, ora, ele é o 2º latino-americano mais biografado de todos os tempos, ainda hoje surgem dúvidas, sobram estórias, fica ainda mais propagada a lenda.
São tantos os livros sobre Lampião (cangaço) e seus derivados, que daria para abrir uma biblioteca ou livraria somente destes títulos. Mas a verdade, é que nem tudo que se escreve, foi ou é verdade. O simples local dado como certo da emboscada armada por uma Volante Alagoana comandada pelo Tenente João Bezerra, culminando com a morte de Virgulino Ferreira e 10 dos seus companheiros nos primeiros raios de sol do dia 28 de Julho1938, em algumas obras encontra-se ultrajada, creditando-se o local para Alagoas, onde na verdade foi em Sergipe, numa grota da Fazenda Angico, município de Porto da Folha, mais tarde território pertencente à Poço Redondo.
O fato é que o Rei do Cangaço, parece que fora predestinado a ser perseguido por todas as frentes. A legião de admiradores do cangaço aumenta cada dia mais, as suas comunidades nos sites de relacionamentos na internet estão lotadas de pessoas de todos os tipos de classes sociais e intelectuais que entram em discussões sem fim, sobre qualquer tema, onde na maioria das vezes demonstram um conhecimento impressionante sobre todo o contexto da vida, morte ( e pós-vida ? sim, temos os literários dos cordéis para isso ) de Lampião.
Partindo desse princípio de informações divergentes ou não, surge uma obra com uma abordagem até então inédita no gênero Cangaço, uma compilação do que e como noticiaram os jornais sergipanos da época, a bombástica notícia da morte do homem mito Lampião.
O autor desta preciosidade, o sergipano e aracajuano Antônio Corrêa Sobrinho de 49 anos, formado em Direito pela UFS, não se considera pesquisador, apesar de vasta biblioteca e acima de tudo opinião responsável, intuição e espírito contestador, elementos necessários para desmistificar inúmeras lendas a respeito do mito Lampião.
Movido pelo desejo de ter reunidas as primeiras impressões jornalísticas da época num encadernado, para suas próprias análises e conclusões dos fatos, por conta própria iniciou uma intensa pesquisa no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, além de Bibliotecas Públicas como Epifânio Dórea, que mantém em seus acervos devidamente conservados diversos exemplares de jornais sergipanos extintos - O Correio de Aracaju, O Nordeste, a Folha da Manhã, O Sergipe-Jornal e o Clarim, todos editados em Aracaju, exceto este último, da ribeirinha Própria. O resultado foi uma relíquia de informações germinadas no calor dos fatos, sobre a tragédia de Angico.
Depois de pronta a pesquisa, veio o desejo de presentear um grande amigo, José Clenaldo, outro grande sabedor do assunto e cangaceirista de elite, com a encadernação de toda a pesquisa. Clenaldo ficou na expectativa, que aumentou após uma sugestão de outro amigo em que não fosse confeccionado apenas um, mas uma grande tiragem, o que ocasionou no respectivo livro. O volume é repleto de pérolas jornalísticas da década de 30, e o leitor se sentirá numa verdadeira máquina do tempo, lendo os jornais que trazem o modo clássico da comunicação. O autor destaca o incrível furo de reportagem do Correio de Aracaju, ao anunciar a morte de Lampião na mesmíssima manhã do seu falecimento. Ora, naquela época usava-se bastante o telégrafo para transcrever os fatos a longa distância, e não era costumeiro as notícias saírem fresquinhas para o grande público.
Uma grande fonte de informações para os pesquisadores do cangaço, além de levar a todos uma visão de como era arcaico em comparativo com os dias de hoje, os meios de comunicações da época.
O que disseram os jornais sergipanos
Por Laelson Correia para a revista "Perfil"
Mesmo sem temer perigos nem ruínas, o bandoleiro das terras nordestinas, Virgulino Ferreira da Silva, vulgo "Lampião", se encontrou com o seu destino final, 70 anos atrás. Dispensando qualquer tipo de apresentação, ora, ele é o 2º latino-americano mais biografado de todos os tempos, ainda hoje surgem dúvidas, sobram estórias, fica ainda mais propagada a lenda.
São tantos os livros sobre Lampião (cangaço) e seus derivados, que daria para abrir uma biblioteca ou livraria somente destes títulos. Mas a verdade, é que nem tudo que se escreve, foi ou é verdade. O simples local dado como certo da emboscada armada por uma Volante Alagoana comandada pelo Tenente João Bezerra, culminando com a morte de Virgulino Ferreira e 10 dos seus companheiros nos primeiros raios de sol do dia 28 de Julho1938, em algumas obras encontra-se ultrajada, creditando-se o local para Alagoas, onde na verdade foi em Sergipe, numa grota da Fazenda Angico, município de Porto da Folha, mais tarde território pertencente à Poço Redondo.
O fato é que o Rei do Cangaço, parece que fora predestinado a ser perseguido por todas as frentes. A legião de admiradores do cangaço aumenta cada dia mais, as suas comunidades nos sites de relacionamentos na internet estão lotadas de pessoas de todos os tipos de classes sociais e intelectuais que entram em discussões sem fim, sobre qualquer tema, onde na maioria das vezes demonstram um conhecimento impressionante sobre todo o contexto da vida, morte ( e pós-vida ? sim, temos os literários dos cordéis para isso ) de Lampião.
Partindo desse princípio de informações divergentes ou não, surge uma obra com uma abordagem até então inédita no gênero Cangaço, uma compilação do que e como noticiaram os jornais sergipanos da época, a bombástica notícia da morte do homem mito Lampião.
O autor desta preciosidade, o sergipano e aracajuano Antônio Corrêa Sobrinho de 49 anos, formado em Direito pela UFS, não se considera pesquisador, apesar de vasta biblioteca e acima de tudo opinião responsável, intuição e espírito contestador, elementos necessários para desmistificar inúmeras lendas a respeito do mito Lampião.
Movido pelo desejo de ter reunidas as primeiras impressões jornalísticas da época num encadernado, para suas próprias análises e conclusões dos fatos, por conta própria iniciou uma intensa pesquisa no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, além de Bibliotecas Públicas como Epifânio Dórea, que mantém em seus acervos devidamente conservados diversos exemplares de jornais sergipanos extintos - O Correio de Aracaju, O Nordeste, a Folha da Manhã, O Sergipe-Jornal e o Clarim, todos editados em Aracaju, exceto este último, da ribeirinha Própria. O resultado foi uma relíquia de informações germinadas no calor dos fatos, sobre a tragédia de Angico.
Depois de pronta a pesquisa, veio o desejo de presentear um grande amigo, José Clenaldo, outro grande sabedor do assunto e cangaceirista de elite, com a encadernação de toda a pesquisa. Clenaldo ficou na expectativa, que aumentou após uma sugestão de outro amigo em que não fosse confeccionado apenas um, mas uma grande tiragem, o que ocasionou no respectivo livro. O volume é repleto de pérolas jornalísticas da década de 30, e o leitor se sentirá numa verdadeira máquina do tempo, lendo os jornais que trazem o modo clássico da comunicação. O autor destaca o incrível furo de reportagem do Correio de Aracaju, ao anunciar a morte de Lampião na mesmíssima manhã do seu falecimento. Ora, naquela época usava-se bastante o telégrafo para transcrever os fatos a longa distância, e não era costumeiro as notícias saírem fresquinhas para o grande público.
Uma grande fonte de informações para os pesquisadores do cangaço, além de levar a todos uma visão de como era arcaico em comparativo com os dias de hoje, os meios de comunicações da época.
Gostei do livro
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